sexta-feira, 25 de julho de 2014

O Portão do Inferno

creepysterror

Em algum momento da noite de 16 de Agosto de 1952, a pequena cidade chamada Ashley, no estado do Kansas, parou de existir. Na madrugada de 17 de Agosto de 1952 um terremoto de magnitude 7.9 foi medido pela Associação de Estudos Geológicos. O terremoto em si foi sentido por todo o estado e por grande parte do oeste. Determinou-se que o epicentro foi bem em baixo da pequena cidade de Ashley, Kansas.


Quando a equipe de segurança do Estado chegou ao que deveria ser os arredores da comunidade, acharam apenas uma enorme e ardente fissura de cerca de 1.000 metros de comprimento e 500 de largura. A profundidade da fissura jamais foi determinada.


Depois de doze dias, a busca pelos 679 habitantes da cidade de Ashley, que estava sendo realizada em todo o estado, foi cancelada pelo Governo do Estado do Kansas, às 21:15 de 29 de Agosto de 1952. Todos os 679 habitantes desaparecidos foram dados como mortos. Algumas horas depois, as 2h27 da madrugada do dia 30, outro terremoto de magnitude 7.5 foi medido pela Associação Americana de Estudos Geológicos. O epicentro foi, novamente, o local onde ficava a pequena cidade de Ashley. Quando as autoridades investigaram a área às 5h32 da manhã, reportaram que a fissura na terra havia se fechado.


Nos oito dias que antecederam o desaparecimento da cidade e de seus habitantes, acontecimentos bizarros e inexplicáveis foram reportados por dezenas de moradores da cidade de Ashley.


Começou na noite de 8 de Agosto de 1952, às 07:15 da noite, um morador chamado Gabriel Jonathan reportou a visão de um objeto voador não identificado no céu de Ashley. A cidade em si, não tendo nenhuma organização policial de verdade, recorreu à estação policial da cidade vizinha de Lane City. Gabriel reportou o que aprecia ser uma "negra e pequena abertura no céu". Nos 15 minutos seguintes, a polícia de Lane City foi sobrecarregada com dúzias de ligações reportando o mesmo fenômeno. O fenômeno não foi reportado por nenhuma outra comunidade próxima. Decidiu-se mandar uma tropa para Ashley para investigar o problema na manhã seguinte.


Às 7h54 da manhã de 9 de Agosto de 1952, o oficial da polícia de Lane City, Allan Mace, mandou um sinal de rádio para a estação de Polícia de Lane City. Ele reportou que, mesmo tendo seguido a única estrada que levava até a pequena cidade de Ashley, havia se perdido. De acordo com seu informe, a estrada "continuava seu caminho normal mas, de alguma forma, voltava para Lane City". O oficial Allan Mace ainda disse que a rua não possuía curvas ou saídas. Duas horas depois, sete dos dez carros policiais, foram mandados para investigar a situação e todos os membros da equipe chegaram à mesma conclusão. A única estrada em direção à Ashley passou a ter como fim, a cidade de Lane City. Telefonemas continuavam a sobrecarregar a estação policial de Lane City, todos reportando que a abertura negra no céu continuava a crescer. Todos foram orientados a permanecer em casa e não sair de lá a não ser que fosse completamente necessário. Às 8h17 da noite, a Sra. Elaine Smith reportou o desaparecimento de seus vizinhos Sr. e Sra. Milton, e seus dois filhos, Jeffrey e Brooke. De acordo com o telefonema da Sra. Smith, os Miltons haviam tentado deixar a cidade com o carro da família mais cedo naquele dia. Eles nunca retornaram. Jamais foi reportado nenhum carro ou pessoa passando de Ashley para Lane City ou qualquer outra cidade próxima.


Às 7h38 da manhã de 10 de Agosto de 1952, telefonemas da cidade Ashley para a estação policial de Lane City reportavam que a cidade estava completamente escura. O Sol não havia nascido. 15 minutos depois, por pedido do corpo policial de Lane City, um helicóptero da capital Kansas sobrevoou a região de Ashley. A cidade não foi vista de cima.


No dia 11 de Agosto de 1952, a Srta. Hilari White ligou para a estação policial de Lane City. Ela reportou que sua filha, Erica, estava conversando com o pai, falecido três anos antes em uma acidente de carro. Para preocupá-la mais, a Srta. White reportou que Erica ameaçava ir para fora para "juntar-se à eles". No decorrer das doze horas seguintes, foram registradas 329 ligações descrevendo fenômenos similares com as crianças da cidade.


Na manhã seguinte, 12 de Agosto de 1952, a situação ficou terrível. No meio da noite, todas as 217 crianças de Ashley desapareceram. Foram registradas 421 ligações telefônicas para o departamento policial de Lane City. Incapaz de ajudar, o corpo policial de Lane City instruiu a população para permanecer em casa e evitar quaisquer tentativas de achar as crianças desaparecidas.


Às 5h19 da tarde do dia 13 de Agosto de 1952, um idoso da cidade de Ashley, Scott Thomas, reportou um incêndio crescente ao sul da cidade. De acordo com sua descrição, o fogo fazia com que o preto do céu se transformasse em "vermelho vivo e laranja que parecia ir bem alto no céu." Durante o resto da noite, telefonemas continuaram reportando que o fogo, além de se mover para o norte, agora parecia "sair do céu escuro". Nenhum incêndio foi testemunhado por nenhuma das comunidades vizinhas.


As reclamações continuaram até um pouco depois da meia noite do dia 14 de Agosto de 1952. O último telefonema, feito por Benjamin Sherman, informava que o fogo havia se tornado tão intenso que parecia dia novamente na cidade. A ligação foi interrompida abruptamente.



ESTA É A GRAVAÇÃO DA LIGAÇÃO DE BENJAMIN SHERMAN


Benjamin:
Esperem aí... calma...
(silêncio)
É, é... Estou vendo algo. É bem ao Sul. Parece um-
[FIM DA LIGAÇÃO]

Não foram computadas outras ligações até a noite seguinte.

A seguir, a gravação completa da última ligação recebida da cidade Ashley pelo departamento policial da cidade de Lane City. Foi às 9h46 da noite de 15 de Agosto, 1952. Nessa ligação gravada, falam o oficial Peter Moore e uma senhora identificada como April Foster.


[LIGAÇÃO]


Oficial Moore:
Departamento policial de Lane City.
(estática abafada)
Olá?


Foster:
SIM... sim, olá?


Oficial Moore:
Senhora, com quem falo?


Foster:
Meu nome é April, April Foster. (tosse) Por favor, senhor. Por favor, me ajude.


Oficial Moore:
O que está acontecendo, senhora?


Foster:
Noite passada... Eles voltaram na noite passada.


Oficial Moore:
Senhora, preciso que você -


Foster:
ELES VOLTARAM NA NOITE PASSADA! (choro)


Oficial Moore:
Senhora, eu preciso que você se acalme e fale claramente. O que aconteceu? Quem voltou?


Foster:
(soluçando) Todos.


Oficial Moore:
Todos?


Foster:
Todos eles vieram com o fogo.


Oficial Moore:
Como assim todos?


Foster:
Meu filho... Eu vi meu filho na noite passada. Ele estava andando... ele estava andando pela rua. Estava queimado. Jesus Cristo, ELE ESTAVA QUEIMADO!


Oficial Moore:
Senhora, eu-


Foster:
Ele morreu no ano passado. Eu o criei desde que ele era um bebê... Éramos só nós dois. Eu o avisei para prestar atenção na rua enquanto andava de bicicleta, mas ele nunca me escuta.


Oficial Moore:
Senhora, o que você está dizendo não faz sentido nenhum. Você disse que todos voltaram?


Foster:
VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO, CARAMBA? TODOS. Todos voltaram. Todos que morreram ou desapareceram, eles voltaram. E estão procurando por NÓS! (choro)
Ele... Ele disse: "Mamãe, eu estou bem agora! Olhe, eu posso andar de novo! Onde você está, mamãe? Eu quero te ver!" (soluço)


Oficial Moore:
... Senhora, onde você está agora? Você está segura?


Foster:
Eu estou escondida, assim como todos. Nós os vimos vindo pelos campos... e... algumas pessoas abriram as portas para eles. Meu deus, os gritos!! (pausa) Eu não sei o que aconteceu com eles. Suas casas pegaram fogo e... Afundaram. Eu fechei as cortinas e estou me escondendo no armário e- (silêncio)


Oficial Moore:
Senhora, está tudo bem? Você está bem?


Foster:
(silêncio)


Oficial Moore:
Senhora?


Foster:
(vidro se quebrando)
Ah... Ah, meu Deus.


Oficial Moore:
Senhora?


Foster:
Algo acabou de entrar. (choro abafado)


Oficial Moore:
Senhora, permaneça o mais quieta que puder. Não faça nenhum barulho.


Foster:
(abafado: "mamãe... mamãe?")
(soluços) Ele entrou.


Oficial Moore:
Fique parada. Não saia.


Foster:
(som abafado de passos)
(abafado: "mamãe? mamãe, onde você está se escondendo?)


Oficial Moore:
Fique quieta.


Foster:
(som de passos pesados. risadas. abafado: "achei você, mamãe!")
(barulhos indiscerníveis e gritos)


Oficial Moore:
Senhora!? SENHORA!!!???




[FIM DA LIGAÇÃO]



Na manhã seguinte, às 6h55, a tropa do departamento policial de Lane City chegou à cidade de Ashley, Kansas e tudo o que restava era uma enorme fissura na terra.




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