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quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Caso Travis Walton

O Caso Travis Walton diz respeito aos acontecimentos que envolveram o lenhador estadunidense Travis Walton, que na noite de 5 de novembro de 1975, teria sido abduzido por um OVNI na Floresta Nacional de Apache-Sitgreaves, no Arizona, sob as vistas dos seus companheiros, reaparecendo somente após cinco dias de buscas intensas, mais que para Travis, segundo ele, pareceram apenas horas.

O caso de Walton recebeu considerável publicidade da mídia, sendo um dos exemplos mais conhecidos de abdução alienígena, e um dos poucos com testemunhas oculares. Nunca antes um relato de abdução começou da maneira relatada por Walton e seus colegas de trabalho; além disso, o caso é singular no aspecto de que o protagonista desapareceu por dias a fio, com policiais à sua procura.

O caso começou em uma quarta-feira, 5 de novembro de 1975. Walton tinha 22 anos da época, e era empregado de Mike Rogers, que durante nove anos fora contratado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos para diversas tarefas. Rogers, então com 28 anos, e Walton, com 22, eram os melhores amigos; Travis namorava a irmã de Roger, Dana, com quem mais tarde se casaria. Os outros homens no grupo eram Ken Peterson, John Goulette, Steve Pierce, Allen Dallis e Dwayne Smith, que viviam na pequena cidade de SnowflakeArizona.

Rogers fora contratado para podar árvores baixas e outros arbustos em uma grande área próxima de Turkey Springs, Arizona. O trabalho era o contrato mais lucrativo de Rogers com o Serviço Florestal, mas seu pessoal estava com o cronograma atrasado. Assim, precisavam trabalhar durante longos turnos para atender o contrato, normalmente das 6h da manhã até o por do sol.

Uma descoberta na mata Pouco depois das 18h, no anoitecer de 5 de novembro aconteceu, Roger e seu grupo haviam terminado seu trabalho naquele dia e se acomodavam na caminhonete de Roger para voltarem a Snowflake.

O grupo informou que logo depois de começarem o retornar, viram uma luz brilhante vindo de trás de uma colina adiante. Ao se aproximarem de carro o bastante para ver a fonte da luminosidade, perceberam que esta luminosidade vinha de um objeto discóide parado a uns 6m de altura e dividido por linhas verticais escuras. O disco tinha aproximadamente 2,5m de altura e 6m de diâmetro.

Rogers diminuiu a velocidade da caminhonete até parar, após o que, segundo eles, Walton saltou da caminhonete e correu em direção ao disco. Os outros homens disseram que gritaram para que Walton voltasse, mas ele continuou em direção ao disco. Mais tarde ele explicaria a sua atitude: "Eu fiquei com medo do OVNI ir embora e eu perder a chance da minha vida de ver um disco voador."

Os homens relataram que Walton estava quase abaixo do disco quando o objeto começou a emitir ruídos muito altos, similares aos de uma turbina. A espaçonave começou a rodopiar e Walton se abaixou atrás de uma pedra. Ao se levantar para voltar à picape sentiu como que uma alta descarga elétrica e desmaiou. Ele aparentemente não viu o que o acertou, mas seus amigos sim: um forte raio de luz azul saído do OVNI.

Rogers disse mais tarde que estava convencido de que Walton morrera e, assim, se afastou dirigindo rapidamente pela estrada acidentada, com medo de que o disco estivesse perseguindo a caminhonete. Quando já estavam distantes do local, Rogers olhou para trás e viu que nada os seguia. As discussões começaram sem demora. Peterson e Rogers disseram que eles deveriam voltar e pegar Walton, mas alguns rejeitaram a idéia. Nesse momento, Rogers parou a caminhonete e disse com firmeza: "Quem não quiser voltar saia do carro agora e espere! Agimos como um bando de covardes, é verdade, mas precisamos fazer o que devíamos ter feito em primeiro lugar!".

Todos concordaram em voltar. Ainda estavam se aproximando do local do incidente quando Rogers, o motorista, conseguiu ver rapidamente entre as árvores, ao longe, o objeto luminoso subindo e afastando-se a alta velocidade para nordeste.

Quando chegaram ao lugar onde haviam abandonado Walton, estava tudo quieto. Ainda receosos, saíram do veículo juntos, mas acabaram por se separar para vasculhar melhor a área, chamando pelo amigo. Inicialmente eles ficaram aliviados por não encontrar nenhum corpo, achando que Walton havia escapado. Mas depois de procurarem bastante e nada encontrarem, pensaram com horror na hipótese que restava: ele havia sido levado pelo disco voador!

Aproximadamente às 19h30min, Peterson ligou para a a polícia de Heber, Arizona, próximo a Snowflake. O agente Chuck Ellison, da Polícia de Navajo, respondeu à chamada. Inicialmente, Peterson informou que um membro de sua equipe de madeireiros estava desaparecido. Em seguida, Ellison se encontrou com os homens em um centro comercial, onde relataram sua história, todos eles perturbados, dois em prantos, e embora estivesse cético a princípio sobre aquele relato fantástico, Ellison mais tarde refletiu que "se estivessem fingindo, eram tremendamente bons naquilo."

De volta ao local, os policiais começaram a suspeitar da história relatada pelo grupo, principalmente porque não havia nenhum indício físico para comprovar o relato. Embora mais policiais e voluntários chegassem ao local, não encontraram nenhum sinal de Walton. As noites de inverno podem ser bem frias nas montanhas e Walton usava somente jeans, uma jaqueta de brim e uma camiseta. A polícia temia que Walton pudesse sucumbir à hipotermia se estivesse perdido.

Aproximadamente às 3h da madrugada, a sra. Kellet telefonou para Duane Walton, seu segundo filho mais velho, que rapidamente deixou sua casa em Glendale, Arizona, e dirigiu até Snowflake.

Na manhã de 6 de novembro, muitos agentes e voluntários haviam vasculhado a área no local em que Travis desaparecera. Nenhum vestígio dele fora descoberto e a suspeita aumentava entre os policiais de que a história do OVNI fora inventada para encobrir um acidente ou homicídio. No sábado de manhã, Rogers e Duane Walton chegaram ao escritório do xerife Gillespie explosivamente furiosos por terem retornado ao local e não encontrado nenhum policial lá. Naquela tarde, a polícia buscava por Travis com helicópteros, homens a cavalo e jipes.


Travis só reapareceu 5 dias depois nú em um posto, com a historia que iria chocar o mundo.


veja o video a baixo:
Observações: Os companheiros de Walter passaram pelo Polígrafo(detector de mentiras) e contaram essa versão, duvidando do resultado, eles foram submetidos pela segunda vez ao teste, e contaram a mesma versão.


fontes: WikipediaRevista UFO



leia também:
John Titor - O Viajante do tempo

segunda-feira, 28 de julho de 2014

GTA 6 - rumores (poderá ele voltar a Liberty City?)

GTA 6


O músico e DJ Whoo Kid lança o rumor sobre o próximo episódio de GTA.

O sucesso de GTA V confirmou o futuro brilhante em que se encontra a franquia da Rockstar Games.
Um futuro que pode ver o retorno da série em um ambiente bastante familiar para os fãs da serie.
"Eu tenho trabalhado em Call of Duty e até mesmo alguns jogos da série Grand Theft Auto", explicou o músico DJ Whoo Kid para o site Baller Status
"Eu vou começar o meu trabalho no próximo Grand Theft Auto, que vai retornar mais uma vez à Nova York", isto é, o universo de Liberty City da Rockstar! ira Grand Theft Auto voltar ao "passado"?
Será que está será realmente a localização do novo GTA? Bom, apenas nos resta esperar para descobir.

A Rockstar já tem "algumas ideias" para GTA VI, disse Leslie Benzies, o presidente do estúdio Rockstar North.
O processo criativo para um novo Grand Theft Auto começa sempre com uma reunião entre Benzies, Sam e Dan Houser, os co-fundadores da Rockstar, e Aaron Garbut, o artista mais importante no Rockstar North. Em conjunto, pensam na ideia que servirá de base para o novo jogo, e em primeiro lugar escolhe-se sempre a cidade, que define as missões que serão criadas.
Benzies brinca dizendo que têm "mais 45 anos de ideias para o jogo", mas mais seriamente, responde que o foco está agora no modo online do jogo.
"Não vamos produzir coisas todos os anos num ciclo. Um ano não é suficiente para este trabalho"
A chegada de GTA VI ainda está muito longe, não apenas porque GTA V chegou apenas em meados de setembro às lojas, mas também porque criar um jogo com esta dimensão e com tanta atenção aos detalhes é um processo demorado e trabalhoso.
"Não vamos produzir coisas todos os anos num ciclo. Um ano não é suficiente para este trabalho. Poderia ser nas antigas consolas, mas não nestas," garantiu Benzies, trazendo tranquilidade aos fãs que não gostariam que a serie se torna-se um game anual.
Benzies também destaca a importância dos toques finais e da fase final de produção em Grand Theft Auto.
"Os últimos cinco a dez porcento do trabalho num jogo faz uma diferença enorme. Este nível de perfeição não é visto ou percebido na grande maioria da indústria. Todos podemos fazer com que um carro se movimente numa rua de um jogo, mas consegues fazê-lo com estilo? Todos têm personagens que andam, mas conseguem andar realmente?"
O trabalho e a dedicação do Rockstar North estão à vista. Grand Theft Auto V faturou mais de mil milhões de dólares em três dias, algo nunca visto na indústria dos videojogos.
O que se sabe, é que a nós resta esperar, pela riqueza de detalhes e o sucesso de GTA 5, se espera um proximo GTA mas grandioso ainda, tomara que a Rockstar não nos decepcione não é? esperemos pelo proximo.


leia também:
Gta V - Fantasma da Montanha

sábado, 26 de julho de 2014

Death Note - Fanfic - capitulo 2



Escrito Por:Kisara                              

Como no mangá o Raito morre em 2010 e no anime em 2013, vou considerar a data do mangá, ok?
Só uma dica pra não se perderem: quando o itálico se referir a notícia na TV, será acompanhado por aspas antes e depois ;]
P.S.: Nada no capítulo, com exceção do título, foi alterado. A alteração do título deve-se ao fato de que os títulos dos capítulos de D.N são sempre curtos e breves xD
Boa leitura ;]

Capítulo 2 - Retorno


...Porque os crimes que você não comete,
podem ser os piores.


Raito sobrevoava pela sala do apartamento de Amane Misa, de um lado para o outro, sem se importar em repetir várias vezes os mesmos movimentos. Seus pensamentos alternavam-se entre qual deveria ser seu próximo passo e qual passo estaria dando o Shinigami Rei nesse momento. Ou talvez... Qual passo ele já tinha dado.

- Raito, Misa-Misa não consegue acompanhá-lo — reclamou a garota loira sentada em um sofá situado no canto da sala, seus olhos movimentavam-se constantemente, pareciam seguir os movimentos do shinigami humano que ela tanto amava.

- Misa... — Começou o Yagami — faz quantos dias que eu apareci para você nessa forma? — Perguntou a ela, mas em seguida interrogou-se se essa era uma pergunta que deveria ser feita a ela.

- Hum, Misa-Misa precisa pensar! — Exclamou a garota começando a se empolgar.

Ótimo — pensou o deus do novo mundo e decidiu que era melhor que ele mesmo procurasse por um calendário.

- Vinte e um dias e três horas! — Exclamou a menina vibrando por ter sido capaz de responder a uma pergunta feita por Raito.

- Você... Contou? — Perguntou ele, pausadamente, como se duvidasse que ela era capaz de fazer tal conta.

- Hai! Desde que Raito veio viver aqui, Misa-Misa tem contado cada hora que passa com ele, aí foi só converter os números usando a calculadora — explicou ela mostrando o celular.

Sorrindo cinicamente, o Yagami observou toda a sala procurando por Ryuuku, mas após uma rápida visualização desistiu de encontrá-lo e gritou, chamando por ele.

Em poucos segundos Ryuuku apareceu na sala, este jogava uma maçã para o alto e a pegava novamente, sua expressão não demonstrava tranqüilidade.

- Vêem isto? — Perguntou Ryuuku mostrando a maçã que segurava. — É uma maçã podre! Eu não vou comer isto, mais parecem às maçãs do Mundo Shinigami! — Reclamou.

- Ah, Ryuuku, Misa-Misa não tem saído de casa, é um tédio, sabe? E já que ninguém pode entrar aqui por enquanto, não dá pra te trazer maçãs novinhas.

- Raito, você prometeu diversão, mas esse tédio todo não é nada divertido, você precisa dar um jeito nisso.

- É, eu realmente preciso, mas ainda não sei o que fazer. Tenho algumas idéias, mas sem saber o que o Shinigami Rei está aprontando para cima de mim, não dá pra fazer nada — confessou Raito.

- Você está preocupado demais com o King, vai ver ele nem está armando nada — disse Ryuuku.

- Hãn?! Quem é King? — Perguntou Amane.

- O chefe do Mundo dos Shinigamis — explicou Ryuuku. — Mas, você não deveria se preocupar com o Near primeiro e depois com o Chefe, Raito?

- Não, Near é muito inferior ao L, sozinho ele não é um rival a minha altura. Mas, talvez esse Shinigami Rei seja alguém para se tomar cuidado...

- Ah, Raito vence qualquer um e Misa-Misa ajuda — disse a garota empolgada, pulando do sofá com a intenção de abraçar o shinigami, mas tropeçou no pequeno monte de entulhos ao lado do sofá.

Ryuuku soltou uma gargalhada ao ver o tombo da menina e Raito apenas revirou os olhos.

- Misa-Misa vai ficar com hematomas! — Berrou a garota.

- Ótimo, se você gritar um pouco mais alto a vizinhança toda te escuta — disse Raito sem muita paciência.

- Mas..., Raito vai amar a Misa-Misa mesmo quando ela estiver com hematomas nos joelhos? — Perguntou a loira com o rosto cheio de lágrimas.

O Yagami teve vontade de mandar a garota calar sua maldita boca, mas controlou-se e procurou pelo controle da TV, ao achá-lo ligou em um canal que não mostrasse apenas o que acontecia no Japão, mas também em outras partes do mundo.



(Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis)


King observava cada detalhe do desenrolar dessa história que mal começara, sua paciência começava a se esgotar. Ele esperava por ação, mas nada acontecia em nenhuma das partes, tanto L quanto Raito continuavam na mesma, esperando pelo ataque de alguém.

- Até quando ele ainda vai esperar por um ato meu? Hunf... Mas que deus do novo mundomais inútil — Disse King em um de seus momentos onde falava consigo mesmo.



(Enquanto isso na Soul Society)



O Líder havia colocado outros para lidar com seu trabalho, garantindo a organização da Soul Society enquanto se dedicava a prestar atenção no que acontecia no mundo humano. Porém, após tanto tempo sem nenhum destaque ou algo interessante o suficiente para animá-lo, este já desistia de continuar a observar o Espírito que libertara.

- King, você me paga por ter-me feito de idiota — prometeu o Líder, ao perceber que toda essa história de libertar L.Lawliet e preparar-se para algum jogo não passava de uma enganação.

Com essa certeza, o Líder preparou-se para parar de observar o mundo humano, mas vencido pela curiosidade divina, resolveu esperar até o final do mês, afinal, foi esse o prazo estabelecido pelos garotos, não foi?


(Enquanto isso no Mundo Humano)



L e Near mantinham a televisão ligada, esperando por qualquer sinal de que Kira atacava novamente, mas esse sinal não aparecia e os dois pareciam não se importar com tal fato e nem ligar para o tédio que deveriam estar sentindo. O albino mantinha-se ocupado o suficiente construindo sua fortaleza com cartas de baralho e L também construía a sua, porém, utilizando-se de vários cubinhos de açúcar. A sala onde estavam encontrava-se completamente decorada com a obra de arte feita pelos dois.

- Quanto tempo já se passou? — Perguntou Near, este estava no meio da fortaleza construída e cacheava tranquilamente uma das mechas com os dedos.

- Vinte e um dias — respondeu L, este sentava com seu típico estilo corcunda ao lado de Near e mantinha os olhos fixos na TV, enquanto ainda segurava alguns cubinhos de açúcar.



(Ainda no Mundo Humano)


 
Raito deixara a TV ligada e ouvia algumas notícias do que acontecia na América, nada despertava sua curiosidade, tudo parecia tão normal, se é que se podia chamar de normal toda a calma do mundo após vinte e um dias sem Kira. Aliás, o mundo não estava necessariamente em paz, havia alguns assassinatos, roubos e até seqüestros pelo planeta, mas ainda assim, Raito esperava maiores revoltas e não apenas o básico.

Bufando, o shinigami humano chamou por Misa e decidiu que era hora de começar a atacar, mesmo que aos poucos e às escondidas. Sim, ainda não era hora de que o mundo soubesse da volta de seu deus.

- Raito tá precisando da Misa? — Perguntou a loira, seus olhos ainda estavam meio vermelhos devido às lágrimas que rolaram por seu rosto há pouco tempo.

- Sim. — Respondeu ele, essa única palavra pronunciada fez com que um sorriso iluminasse a face da jovem. — Preciso que você volte ao seu trabalho, mas faça parecer que ainda está meio abalada por minha morte. Pode fazer isso?

- Hai, Misa é uma atriz e Misa faz tudo que Raito quiser! — Exclamou a garota empolgada e caminhando com o cuidado de não tropeçar nos entulhos ainda espalhados pelo chão do apartamento.

- Ah, e também preciso que você arrume essa bagunça. Não seria normal que Amane Misa morasse em um lugar tão desordenado.

Ouvindo isso, a garota assustou-se um pouco, em toda a sua vida ela nunca precisara faxinar um cômodo, quem diria um apartamento inteiro.

- Mas, Raito..., Misa não sabe arrumar casa. — Disse com certa calma, tentando não estressar o amado que já andava muito irritado com o tédio diário.

- Achei que Misa faria tudo que Raito quisesse... Mas, tudo bem, se você prefere arriscar contratar uma empregada e correr o risco de falar algo que não deve perto dela... Você quem sabe. — Usar chantagens emocionais não era algo de que ele se orgulhasse, mas no momento ele procurava por atalhos, queria que as coisas começassem a ser breves e que acontecessem no momento em que ele desejasse que acontecesse. Sendo assim, que mal teria usar um truque que funcionaria imediatamente?

- Ah, Raito, pode deixar que a Misa vai arrumar tudinho, ok? Misa nunca arriscaria estragar um plano de Raito — disse a garota no momento em que ouvira tais palavras do shinigami, e em seguida correu em busca de algo que servisse para começar a faxina.

Mas o que ela procuraria, quando nem sabia por onde começar? Uma vassoura, talvez — pensou ela e apanhou a primeira que encontrou jogada em um dos cômodos do apartamento.

- Kukuku, não me importo se quiser ter uma escrava em casa, mas não acha que está exagerando, Raito? — Perguntou Ryuuku, no momento em que a menina já não se encontrava mais por perto.

- Talvez eu esteja. Mas, Ryuuku, eu sempre exagero. — Respondeu o futuro deus do novo mundo, utilizando-se de uma confiança que fazia com que Ryuuku se lembrasse de quem estava a sua frente.

- Ao menos observá-la tentando faxinar a casa pode ser considerado como uma coisadivertida.

- Claro, afinal, eu não te prometi diversão? — A ironia estava estampada na voz do Yagami para quem quisesse entendê-la, mas, para Ryuuku decifrá-la não era o mais interessante no momento. Então, ele voou até o cômodo em que Amane encontrava-se tentando ensinar a vassoura como varrer um quarto, ou seria a vassoura tentando ensiná-la? Bom... Isso nem mesmo a loira podia responder.


(Ainda no Mundo Humano)



Near e L permaneciam sentados no meio da sala, embora parecessem estar ignorando a TV ligada e se importando apenas com a obra de arte que criavam, os dois estavam atentos às notícias e a qualquer mudança no índice de criminalidade, mas essa mudança não aparecia.

Não passava pela cabeça de L que era inútil continuar construindo uma fortaleza de cubinhos de açúcar, e nenhum dos dois importavam-se com o fato de que isso pudesse atrair formigas ou insetos desnecessários, o local havia sido muito bem dedetizado e mesmo que isso não os livrasse completamente da presença dos mesmos, logo eles derrubariam tudo, alguém limparia a bagunça e eles, simplesmente, montariam novamente.
 
 
E assim, o mundo continuava para os demais cidadãos, mas para Raito, L, Near, Líder e King tudo se resumia ao tédio. Os segundos arrastavam-se lentamente e quando cansavam de tanta enrolação transformavam-se em minutos, para então, retornarem-se aos segundos. As horas espreguiçavam quando se tocavam que era hora de trabalhar, fazendo com que os tais sessenta minutos bocejassem e os segundos voltassem a se arrastar.

Misa e Ryuuku não se encontravam na fila dos entediados, ainda assim, a loira não via a hora de que o dia terminasse e que seu período como faxineira acabasse, afinal, segundo Raito, amanhã ela estaria ocupada com seus contratos. Ryuuku divertia-se observando a garota que corria de um lado para o outro, tentando ensinar aos pratos que seria melhor se eles se lavassem sozinhos e a vassoura... Ah, a vassoura! Essa havia se esquecido que deveria ser conduzida a varrer e não conduzir alguém para fazê-la realizar seu trabalho.
 
No dia seguinte, Misa já havia quebrado muitos pratos e taças, mas no final, o ambiente até parecia estar arrumado. Ryuuku havia dado boas risadas, Raito abusava da preguiça de um shinigami e permanecia de olhos fechados. Na verdade, shinigamis nunca precisaram dormir, mas o tédio sempre resultava em tédio e ele precisava ser amenizado de alguma forma.



(Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis,
na Soul Society e ao mesmo tempo no Mundo Humano)



Tédio. Tédio. Tédio. Tédio.
Segundos que se arrastam...
Minutos que... Ainda se lembram de como avançarem? Horas... Alguém ainda se lembra de como elas se formam?
Os planetas giram, mas a contagem continua a mesma.
 

(Mundo dos Humanos)



Os dias seguintes passaram-se ainda mais lentamente, os meses foram um pouco mais rápidos, pois todo o tédio já se tornava algo comum, então não era mais algo que fizesse grande diferença. Misa passara os quatro primeiros meses fingindo ainda estar abalada com a morte do garoto que amava, isso gerou alguns problemas para sua carreira, mas no final acabaram utilizando isso para mais uma das propagandas em que buscavam impressionar os consumidores através do apelo emocional. Aos poucos, seu humor ia melhorando, segundo as ordens de Raito ela deveria começar a agir como uma garota comum, já que logo o mundo teria seu deus de volta.

Ryuuku parecia cada vez mais entediado e ao mesmo tempo mais acostumado com o tédio. Ninguém entendia porque o Yagami esperara quase um mês para praticamente nada e agora que já se passara quase um ano, entendiam ainda menos porque ele ainda continuava não fazendo nada. Mas, o shinigami humano tinha outros planos, e no momento não os compartilhava. Há tempos ele prestava atenção no jornal que mostrava os últimos acontecimentos da América e isso começava a interessá-lo, na verdade, o Brasil começava a interessá-lo.

Paciência. Paciência.

Apenas observe — repetia Raito para si mesmo, enquanto aguardava o momento que tanto esperava.

[Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis]


King não agüentava mais se decepcionar ao imaginar que algo iria acontecer e descobrir que tudo não passava de um alarme falso. No entanto, isso não era a única coisa que o irritava, saber que ainda havia certa desconfiança de Raito em relação a ele, também estava irritando-o, na verdade tirava-o do sério.

Certo de que o tédio continuaria se não tomasse algumas providências, o Shinigami Rei voou até o portal do mundo humano e sem dar qualquer explicação para os olhares curiosos que se dirigiam a ele, saltou.

(Enquanto isso no Mundo Humano)


Raito deixara a TV ligada, esta estava sintonizada na American Journal¹. Porém, o shinigami humano não prestava muita atenção, não o interessava o que acontecia em toda a América, apenas a América Latina atraía sua atenção. Ele olhou para a TV apenas quando ouviu algo sobre o Rio de Janeiro, um estado localizado no Brasil. Ao ver que finalmente encontrara algo interessante, concentrou toda sua atenção na notícia.

"E cada vez mais a bandidagem se supera no Rio de Janeiro, a polícia já não possui mais autoridade [...]"
"Demais países acreditam que a Copa e as Olimpíadas podem ser prejudicadas pelo alto nível de criminalidade no Brasil, em especial no Rio de Janeiro".

Ao ouvir isso, o Yagami imaginou todos os próximos passos que precisaria dar para mostrar ao mundo que seu deus havia voltado e disposto a eliminar toda a imundície que há na Terra, trazendo esperanças para os fracos e oprimidos, mostrando-os que alguém ainda se importava com eles.

Esboçando um sorriso, o garoto aproximou-se de Misa e Ryuuku, dizendo-os que era o momento para que Kira retornasse.

- Kukuku, mas já era hora — comentou Ryuuku ao se aproximar, este lançava uma maçã, agora doce e bem vermelha, para o alto e a pegava novamente.

Como sempre, Misa demonstrava sua empolgação de uma forma mais amorosa, por isso pulou no pescoço do garoto, dando a entender que estava esperando por isso há tempos.

- Vou precisar que façam exatamente o que eu disser, não pode haver erro algum no retorno de Kira, entenderam? — Raito esperou que assentissem e já abria a boca para explicar o plano, mas interrompeu-se ao sentir a presença de um shinigami no local.

Sim, era possível para um humano sentir a presença de shinigamis, o local gelava imediatamente, como se esperasse pela morte, e de certa forma, Raito ainda era parcialmente humano.

- Vamos, vamos, continuem. Não quero interromper algo que esperei por cerca de... Quanto tempo mesmo? Ah, lembrei! Quase um ano. — O tom sarcástico era evidente na voz de King, este se aproximava de Raito sem precisar de convite.

- Devo perguntar o que faz aqui? — Raito utilizou-se do mesmo tom sarcástico de King.

- Hãn, de quem estão falando? Aliás, porque ficou ainda mais frio de repente? — Perguntou Amane, que para variar, não estava entendendo nada.

Sem muita paciência para explicações, King apenas encostou seu Death Note na garota e lançou um olhar para o Yagami, dando a entender que ele deveria tapar a boca da jovem para abafar seu grito. O shinigami humano assim o fez, mostrando que havia entendido o recado.

- Como eu odeio enrolações e não suporto passar muito tempo no mundo humano, vou direto ao ponto: eu não estou aprontando pra cima de você.

- E o que você ganha vindo até nós, somente para dizer isso? — Perguntou Raito arqueando a sobrancelha. Sim, suas reações também eram meio humanas

- Simples: não agüento mais esperar por algo que não acontece. Ryuuku sempre dava a entender que era divertida essa sua loucura de querer ser o deus disso aqui, mas até agora você só vem enrolando — bufou. — Interessei-me quando ouvi que você tinha um plano, então qual é ele?

Misa olhou para o ser monstruoso a sua frente como se dissesse com os olhos que obviamente Raito não diria nada, Ryuuku tentava impedir que uma gargalhada sonora deixasse seus lábios, era óbvio que o Yagami teria de contar a verdade.

Dando-se por vencido, aquele que seria o deus de um novo mundo, explicou para todos o seu plano. Misa não entendia porque ele realmente estava contando tudo na frente do cara estranho, mas não perguntou. Para Raito e Ryuuku a resposta era óbvia: ele ficaria sabendo ao observar o mundo humano pelo portal, então, no final das contas daria no mesmo. Era estranho que o King resolvesse visitá-los, mas havia outras coisas para se preocupar.

(Ainda no Mundo Humano)

L e Near já haviam desmontado e remontado a fortaleza várias vezes, acabaram por decidir que um quebra-cabeças que ocupasse a sala inteira era mais divertido, e por isso já acabavam de remontá-lo pela terceira vez.

- Parece que você se enganou L, se Kira realmente quisesse aparecer, ele já teria feito isso. — Disse Near, encaixando a última peça do quebra-cabeça, enquanto L fazia a mesma coisa, só que na parte em que ficara responsável por montar.

- Eu não acho. Se Kira realmente quisesse aparecer, deveríamos levar em conta que ele é ousado e faria algo grande, mas que chegasse rapidamente ao seu conhecimento. Muitos países encontram-se atentos aos próximos eventos mundiais que acontecerão no Brasil. Nós estamos na América, presume-se que o próximo passo que Kira esperou tanto para dar seja...

Antes que L concluísse sua frase, Near lançou o dardo que se encontrava atrás de sua orelha no Mapa da América situado na parede branca próxima a ele. O dardo ficou grudado na parte onde se encontrava o Brasil, mais necessariamente...

- No Rio de Janeiro — disse o Albino, completando a frase de L.

Os dois concentraram-se no final do American Journal e resolveram que, por enquanto, só observariam, afinal, tudo ainda era apenas uma suposição.


[Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis]


King já estava novamente em seu mundo, alguns shinigamis estranharam ao vê-lo carregando uma espécie de tabuleiro em uma das mãos, mas devido à preguiça não tentaram entender o que era, virar caveiras parecia mais interessante.

- Hayato, venha aqui! — Ordenou o Shinigami Rei, enquanto voava até sua sala.

- Sim, King-sama? — Hayato apareceu, segundos após ter sido chamado.

- Vou para a Soul Society, qualquer coisa você resolve. Deixo você no meu lugar, por enquanto.

Hayato assentiu e King voou até o portal que o levaria a Soul Society, não era necessário mais do que alguns segundos para que ele já estivesse onde queria. Depois disso, achar o Líder foi bem fácil, ele estava logo na entrada do local, provavelmente recebendo novos espíritos.

- Então o Líder tem o costume de fazer o trabalho dos empregados? — Zombou King.

- Só quando sei que a visita vai valer à pena — responde Líder, um tanto quanto calmo, e se dirige para sua sala sendo acompanhado por King.

Ao chegarem naquilo que seria o escritório do Líder, os dois sentaram-se e trocaram alguns olhares intrigados.

- Mas então, virou moda a morte fazer uma visita para mim? — Perguntou Líder quebrando a tensão do local.

- Na verdade, a morte resolveu te convidar para um jogo, o que acha? — Respondeu King, colocando o tabuleiro sobre a mesa transparente de Líder.

- Xadrez?

- Xadrez.

- Onde arrumou isso?

- No mundo humano, parece que hoje as coisas vão ficar agitadas por lá — uma gargalhada sonora escapou de seus lábios ao pronunciar tal frase.

- Ainda aquela história dos dois garotos? Parei de acompanhá-los no terceiro mês, resisti demais, eu acho. Estranho eu não ter ignorado-os logo no primeiro mês — Líder tinha certa facilidade para lidar com a contagem do mundo humano, por isso tinha tanta noção sobre as datas.

- Mas agora realmente acontecerá algo, andei acompanhando o último plano e ele promete — havia um tom de vitória estampada na voz de King.

- Ok, então veremos o que há de tão interessante nisso tudo — disse o Líder e em seguida fitou o portal situado na parte de cima do escritório, era possível ter uma ampla visão do mundo humano observando-o.

- E então, faça seu primeiro movimento, King — pediu o chefe da Soul Society.
O shinigami rei começou com um clássico E4² e o Líder respondeu com um C5³, típico início de uma Defesa Siciliana.

- Você anda mais antenado no mundo humano do que parece, não é? — Comentou King, entendendo que tal abertura era muito usada pelos enxadristas humanos.

- É aceitável quando entendemos que o xadrez é um jogo criado pelos humanos, não? — Como sempre o Líder dava respostas não muito educadas, mas com o tom mais educado possível.

As próximas jogadas não foram muito diferentes do comum, nada que precise ser comentado, o interessante é que mesmo parecendo estarem prestando tamanha atenção na partida, ambos mantinham mais de cinqüenta por cento da concentração no jogo dos dois humanos que finalmente começava a se desenrolar.

(Enquanto isso no Mundo Humano)



- Muito engenhoso, um plano bem ousado. Eu não me intrometerei em nada, mas prepare-se para uma surpresa no meio do caminho.
- E você não me contará sobre o que está falando, não é? — Supôs Raito.
- Quem estragaria surpresas? — Perguntou King já deixando o apartamento e levando o xadrez que encontrara em cima de uma das mesas do mesmo.

O Yagami xingava mentalmente o Shinigami Rei, a audácia de King o irritava, mas sacudindo a cabeça, o shinigami humano resolveu não se irritar com isso por enquanto, já estava tudo preparado e não era hora de dar ouvidos a um aviso tão pretensioso quanto aquele.

- Ah, Raito, Misa não agüenta mais esperar! — Exclamou Amane, esta estava deitada no sofá de olhos bem atentos no canal American, ela apenas esperava por uma notícia de última hora no American Journal.

(Ainda no Mundo Humano - Brasil)


- Ryuuku, eu realmente poderei usar esse caderno como eu quiser assim que terminar de fazer o que me pediu, não é?

- Sim, Mário, mate esses humanos na hora certa e as coisas começarão a parecer divertidas — respondeu Ryuuku.

Mário não era rico, morava em um barraco do Complexo do Alemão. O ambiente em que Ryuuku e o maltrapilho estavam era imundo, mal iluminado e super atrativo para insetos nojentos. O shinigami tinha apenas uma certeza: esse não era um lugar legal para se comer uma boa maçã e relaxar.

Mais uma vez os minutos arrastavam-se, mas agora tal lentidão não era devido ao tédio e sim à ansiedade, quanto tempo mais demoraria para que o BOPE resolvesse dar a graça de seu aparecimento?

Paciência, paciência.

Apenas espere - repetia Ryuuku mentalmente, e na outra parte do mundo, Raito convencia-se do mesmo.

Algum tempo depois se ouviu o barulho de veículos pesados arrastarem-se do lado de fora. Entreguem-se agora e não os mataremos, caso contrário... — Ameaçavam utilizando algo como um megafone.

- Agora? — Perguntou Mário, a impaciência surgia em sua voz de uma forma tão evidente que chegava a ser engraçada. Como alguém podia estar tão impaciente para matar dezenas e dezenas de pessoas? Sim, sim, mais do que nunca, Ryuuku lembrava-se sobre quanto os humanos eram interessantes.

- Ainda não, uma vez que a hora da morte tenha sido especificada no Death Note, não se pode mais alterá-la.

Bufando, Mário assentiu e contou mentalmente os últimos dois minutos que faltavam, mas claro, os segundos apenas se arrastavam.


(Enquanto isso no Japão)



- Veja, Raito! Começou, começou! — Exclamou Misa começando a excitar-se, tudo corria conforme o planejado.

Os olhos do shinigami humano emitiam um brilho maligno e ao mesmo tempo vitorioso enquanto observavam o plantão American Journal assumir o horário do momento de fofocas sobre celebridades.

"- E nesse momento, o BOPE ameaça indiretamente a todos os bandidos do Complexo do Alemão, alertando-os que as chances para se entregarem não serão muitas e claro, durarão pouco tempo.

- Mas espere, vejam isso: vários moradores estão deixando suas casas e entre eles, é possível definir alguns rostos conhecidos. Sim, muitos chefes procurados por muito tempo parecem estar-se entregando".

Raito assistia tudo sem ao menos piscar, na verdade ele não precisava piscar, tal ato era humano demais e sua humanidade só chegava até o ponto que ele desejava.
Pouco a pouco as ruas que haviam sido televisionadas já se encontravam lotadas, e as expressões de assombro no rosto dos repórteres era óbvia, ninguém imaginava que uma quantidade tão grande de pessoas aceitassem rapidamente a derrota.

(Enquanto isso no Brasil)


Mário contava, agora, os últimos cinco segundos para que o Death Note fosse realmente dele e sentia como se os dois minutos iniciais fossem os dois minutos mais longos de sua vida, mal sabia ele que sua intuição estava tão certa.

- Agora! — Exclamou Mário, um sorriso nada generoso nascia em seus lábios e se esticava iluminando seu rosto, talvez fosse essa a única iluminação do local.

(Enquanto isso no Japão)



A loira e o shinigami humano mantinham sua atenção voltada ao espetáculo de mortes que assombrava milhões de brasileiros e provavelmente grande parte do mundo nesse momento. Sim, Raito imaginava que todo o mundo que se encontrava no momento com uma televisão ligada assistia ao mesmo espetáculo que ele: dezenas, possivelmente centenas, de mortes por ataque cardíaco ao mesmo tempo. A imprensa não seria tão idiota de não se importar em lançar um momento como esse em todos os canais, agora era questão de tempo para que soubessem que Kira estava de volta.

"- É exatamente como estão vendo, todas as mortes estão mesmo sendo ao vivo e estão longe de ser qualquer atuação".


(Enquanto isso no Brasil)



- Mário, você já ouviu falar em Kira? — Perguntou Ryuuku, dando a impressão que era apenas uma curiosidade momentânea.

- O cara que matava criminosos? Acho que todo o mundo ouviu falar sobre ele — Respondeu Mário, como se respondesse o óbvio.

Ao dizer isso, o homem levantou-se da escada imunda em que estava sentado e correu para fora do barraco onde morava, indo ao encontro dos vários corpos, que se encontravam caídos pelas ruas do Complexo do Alemão.

Aproximando-se das câmeras, apenas gritou:

- Que a justiça de Kira seja feita! — Logo este também caía, junto com seus últimos quarenta segundos que também deixavam de existir.

Ryuuku pegou o Death Note largado na escada e voou para o Japão, despedindo-se da imundície e dos insetos do local, que no momento eram os únicos seres com vida a morar ali.

- Kukuku, Mário Soares Calvantti, você parecia ser interessante e talvez divertido. Mas, sinto muito, você não tem maçãs a oferecer.


(Enquanto isso na Soul Society)



King e Líder ainda disputavam uma equilibrada partida de xadrez, ambos mantinham apenas cinqüenta por cento de concentração na partida e os outros cinqüenta no jogo que acontecia no mundo humano, ainda assim, uma partida genial era jogada.

- Xeque — disse King ao movimentar seu bispo para a mesma diagonal em que se encontrava o rei adversário. Tal palavra não precisava ser pronunciada, este momento já havia sido imaginando por Líder há algum tempo e o mesmo já tinha a maneira perfeita de se safar dessa situação.

No entanto, King sorria vitoriosamente, imaginando que a partida já estava no fim, talvez realmente estivesse.


(Enquanto isso no Mundo Humano - Japão)



Ryuuku já adentrava o apartamento de Amane, e trazia um Death Note em cada uma de suas mãos. A velocidade que usara para chegar tão rápido na parte oriental do planeta era surpreendente, ainda assim, bons minutos haviam-se passado desde que ele deixara o Brasil.

- Ryuuku! — Exclamou Amane, sua felicidade por tudo ter saído conforme o esperado iluminava seu rosto de uma forma que Ryuuku sentiu uma leve ardência nos olhos, devido ao fato de ter se acostumado tanto com o escuro.

- Ora, seu!... — Raito achou melhor não completar a frase, ele era um shinigami agora e expressar a raiva de forma tão vulgar era uma atitude humana demais. — Fazê-lo pronunciar tal frase não estava nos planos, deviam descobrir sobre minha existência sozinhos e não com sua ajuda.

- Kukuku, eu não precisaria matá-lo se ao menos houvesse algumas maçãs por lá, mas o local em que estávamos atrapalharia qualquer diversão futura — explicou Ryuuku.

- Que seja... — Aceitou o Yagami, já estava tudo feito, não havia porque arranjar problemas desnecessários.

- Faremos o seguinte: Ryuuku, você levará esse Death Note que está sobrando para o Brasil e ao chegar lá, encontrará alguém que ao menos conheça o nome dos maiores bandidos do Rio de Janeiro. Provando a autenticidade desse caderno, ele fará o que você pedir se isso garantir que o mesmo fique com ele no final de tudo. Precisamos que o maior número de criminosos morra, então assim que ele lhe disser alguns nomes, consiga o nome de outros.

- Hãn, e como Ryuuku conseguirá isso, Raito? Misa não sabe.

- Simples. Imagine que eu lhe diga o nome de um criminoso com influência, esse saberá de mais alguns nomes, para conseguir que ele lhe diga basta anotar seu nome no caderno e escrever que ele lhe entregará todos os nomes e fotos dos demais criminosos que conhece. Alguns saberão apenas apelidos, nesse caso, consiga o endereço e mate você mesmo, Ryuuku. Mas tudo, deverá ser no momento certo.

- Momento certo? — Repetiu Ryuuku em forma de pergunta.

- Sim, quando o BOPE pedir que se entreguem.

- Eu não entendo muita coisa sobre os humanos, na verdade nada, e muito menos o que seja esse tal BOPE, mas tenho certeza que eles não apareceriam simplesmente porque você quer — comentou King.

- E é por isso que garantiremos que ele apareça. Tenho acompanhado as últimas notícias, e a polícia já desistiu de tentar fazer algo. Há dois eventos importantes que esperam para acontecer no Brasil daqui a alguns anos: A Copa e as Olimpíadas; os demais países já não confiam mais na segurança desse país, assim, o Brasil precisa apenas de um empurrãozinho para convidar o BOPE para a diversão — explicou Raito.

- Acha que vai levar muito tempo até que comecem a comentar sobre a volta de Kira? — Perguntou Ryuuku.

- Na verdade, já devem estar comentando — respondeu Raito. — Furos de reportagem como esse são procurados o tempo todo. — Disse voltando a atenção para a TV.

Marcos Luteriano.
Morre pela manhã, às dez horas*, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.

Fernando Silva Rodrigues.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto de Marcos Luteriano, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.

Marcos Novaes Murênio.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto a ele se encontra Marcos Luteriano e Fernando Silva Rodrigues, a morte é instatânea após a explosão do ônibus.

Paulo Augusto Paixão.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto a ele se encontra Marcos Luteriano, Fernando Silva Rodrigues e Marcos Novaes Murênio, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.

Mateus Faria Barbosa.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto a ele se encontra Marcos Luteriano, Fernando Silva Rodrigues, Marcos Novaes Murênio e Paulo Augusto Paixão, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.

- Raito, Misa escreveu tudo como você mandou — disse Amane esticando o caderno para o Yagami.

- Mas, Raito, já vai começar matando tantas pessoas assim? — Pergunta Ryuuku.

- São apenas alguns criminosos identificados no American Journal. Como a causa da morte já havia sido especificada antes, repetir os nomes só vai assegurar que todos morram juntos, já que não morrerão por ataque cardíaco se a Misa já tinha deixado clara como seria a morte. Precisamos escolher alguém para incendiar o tal ônibus agora, Ryuuku. Deixarei isso com você, quando chegar ao Brasil.

Ryuuku assentiu e seguiu para o Brasil, a pessoa que escolhera para entregar o Death Note foi Mário Soares Calvantti, conforme Raito imaginara, ele aceitou incendiar o ônibus e seguir com o resto do plano em troca do Death Note.

- No final, esse Mário também era um criminoso, ele realmente morreria pelas mãos de Kira, só não precisava ter sido tão cedo, Ryuuku — Disse Raito e Ryuuku soltou uma gargalhada.

(Enquanto isso na Soul Society)



King não sabia se sua empolgação era devido ao fato de que um dos seus estava ganhando de um dos espíritos de Líder ou se porque ele próprio estava perto de dar o xeque-mate no Líder, mas de qualquer forma, era óbvio que empolgado ele estava.

O tempo na Soul Society não era o mesmo que no mundo humano, embora parecesse ter-se passado muito tempo, Líder não pensara mais do que alguns segundos para escapar do xeque dado por King há algum tempo.

Mas como? — Perguntou-se King, ele tinha certeza de que era impossível para Líder sair tão bem de um xeque como aquele.

Meio indignado com a resposta tão avassaladora de Líder, King foi obrigado a recuar com seu bispo e novamente o jogo parecia estar empatado, mas ainda assim, havia certa vantagem para o integrante da Soul Society.

(Enquanto isso no Mundo Humano)



- Parece que ele conseguiu — disse Near cacheando uma mecha de seus cabelos.

- Sim, é o que parece — confirmou L.

Os dois observavam todo o teatrinho que se desenrolava no Brasil pelo American Journal, e ainda assim mantinham-se calmos. A verdade é que para nenhum dos dois importava de fato quem era a justiça ou quem fazia a lei, os dois jogavam porque lhes parecia divertido. Tanto um quanto o outro já havia quebrado leis de diversas maneiras, tudo pelo prazer de vencer o jogo no fim das contas, e era interessante admitir que Kira fosse um adversário a altura.

- Faremos aquilo agora? — Perguntou Near, deixando o bonequinho, com o qual brincava até o momento, de lado.

- Parece um bom momento, vamos interferir nesses comentários sobre a volta de Kira, com certeza ele estará assistindo no momento.

L aproximou-se de Near e unificou seu espírito ao espírito do albino, afinal, espíritos atraem espíritos, não? Era meio estranho que algo assim acontecesse, nenhum dos dois imaginavam que isso era possível, mas era bom, juntos seriam mais convincentes.


(Ainda no Mundo Humano)



Raito ouvia atentamente os comentários que faziam sobre a volta de Kira, mas então o programa saíra do ar, e em seu lugar aparecera a tão famosa letra que o perturbara antes: L.

"- Kira, devo dizer que estou impressionado, não é como se eu não imaginasse o que você faria, mas não imaginei que você se daria ao luxo de usar um final tão apelativo. Acha mesmo que era necessário apelar ao mundo utilizando-se daquele cidadão segundos antes de sua morte? Não, não era, e você sabia disso. Isso não estava em seus planos, não é?

Quer mesmo que acreditem que Kira reapareceu em outra parte do mundo? Pois eu digo que não, você ainda está no Japão. Algumas manias não mudam nunca, e isso inclui o seu desejo maligno de mudar o mundo com suas ações. Novamente eu afirmo: Kira é o mal, você acha que utiliza os métodos certos, mas não utiliza. Aproveite seus momentos de glória, pois eu, L, certificar-me-ei de que eles acabem".

Estático, essa palavra definia como Raito encontrava-se.

- Maldito, maldito, maldito! — Exclamava Raito, a raiva consumindo-o aos poucos.
- Muito engenhoso, um plano bem ousado. Eu não me intrometerei em nada, mas prepare-se para uma surpresa no meio do caminho. — Relembrou o Yagami.

- King!... — Começou o shinigami humano. — Eu sabia que você estava aprontando alguma pra cima de mim, maldito!

Misa e Ryuuku observavam a raiva de Raito sem entenderem coisa alguma, o shinigami foi quem teve a coragem de perguntar o que estava acontecendo.

- O que está acontecendo?! Vocês não viram a declaração de L?

- Era apenas Near, Raito. Você não disse que ele era muito inferior?

- Ryuuku, não era Near. Era L. Aquele maldito King o trouxe de volta, de alguma forma, aquele era L — Raito parecia estar enlouquecendo.

- Como pode ter tanta certeza?

- Toda essa confiança, essa ousadia..., o mesmo truque ridículo de me tirar do sério com uma apariçãozinha pela TV e ainda o aviso do King. Está tão óbvio que chega a ser irritante.
Sacudindo a cabeça, o Yagami buscou por algum índice de calma que ainda restava dentro dele e se aproximou de Amane.

- Misa, quer que eu te ame para sempre, não quer? — A garota mal podia acreditar no que ele a perguntava, era tudo que ela mais queria, no entanto, só conseguia assentir com a cabeça.

- Então pare de referir a si mesma em terceira pessoa, fica mais fácil de nos aproximarmos sem essa distância idiota imposta pelos nomes. — No estado em que Raito estava até detalhes que nunca o importaram, pareciam importar agora e ao ver que a garota assentia sorrindo, como se admitindo que fosse fácil fazer isso, continuou: — Você realmente fará tudo que eu quiser, não fará, Misa? — A garota assentiu novamente, estar tão próxima de Raito por desejo dele e não dela, estava deixando-a sem fala.

- Venceremos L juntos — disse e no momento seguinte juntou seus lábios aos da jovem. Misa não acreditava no que estava acontecendo, ela vivia um momento entre a realidade e os sonhos, mas seu coração batia tão desesperadoramente que parecia lembrá-la de que realmente estava acordada. Faltaria palavras para que ela pudesse descrever o que sentia, mas a falta das mesmas não importava, ela não precisava delas para fazer o que mais queria no momento: aprofundar o beijo.

Qual era o sentido de ter Misa em suas mãos? Ela sempre estivera pronta para viver ou morrer por ele, não era? Então para que todo esse teatro? — Perguntava-se ele. Na verdade ele já tinha todas as respostas que procurava, e elas se resumiam na aceitação de que parte dele ainda era humana, e que por mais que odiasse isso, ainda havia desejos e emoções humanas dentro dele. Beijar a garota não significava nada para o Yagami, apenas acalmava o choque de emoções que se apossavam dele naquele momento.

Interrompendo o beijo, ele apenas sorriu, um sorriso frio, sem grandes demonstrações de felicidade — afinal, ela não existia —, agora mais do que nunca seus objetivos encontravam-se ameaçados pelo mesmo encosto de sua vida mortal. Misa tentava-se lembrar de que precisava continuar respirando, agora seus lábios conheciam os lábios da morte, mas mesmo assim, a sensação não podia ser melhor.


(Enquanto isso na Soul Society)



- Xeque-mate — disse o Líder, levantando-se da mesa.

King estava perplexo, por vários momentos ele parecia ter total controle da partida, mas no final fora pego de surpresa. A raiva deixava sua face ainda mais assustadora. Levantando-se, o Shinigami Rei deixou a sala, dando a entender que voltaria para o Mundo Shinigami, mas claro, não se despediu.

O Líder nem se deu ao trabalho de perguntar se ele iria mesmo deixar o jogo, era óbvio que sim. Por que ele levaria algo que demonstrasse sua derrota? No olhar medonho de King havia uma promessa de revanche, mas o integrante da Soul Society não se importou com isso.

- O que vão fazer agora, meninos? — Perguntou Líder, mais para si mesmo do que para os doisterrestres, já que eles não poderiam escutá-lo.

Não era possível saber qual dos lados lutava pela coisa certa. No final, a verdade é sempre a mesma, mas o senso de justiça não, por isso, o mundo continua girando em torno de pensamentos que se opõem.


continua...

¹ : Anotação comum de uma partida de xadrez, significa que o peão do rei foi para a casa E4.
²: Abertura comum que caracteriza uma Defesa Siciliana, C5 indica que o peão do bispo foi para a casa C5.
*: A hora foi algo inventado, não levem em conta o horário oficial do ônibus incendiado no Rio de Janeiro, porque eu não faço ideia de que hora isso aconteceu.


Comentário da Autora: muita informação num único capítulo. Esse negócio de dois espíritos ocupando o mesmo corpo, aiiai, tenho assistido Yu-Gi-Oh! demais u.ú
'-' Obrigada a todos que tem acompanhado essa FIC. Eu gosto muito de escrevê-la, isso faz a autora aqui acreditar que é inteligente haha *-* Sem contar que é linda a sensação de ter o Raito e companhia ao meu dispor u.ú

Aviso: Vou usar o termo Shinigami Rei com iniciais maíusculas porque King significa rei, então é quase como se eu estivesse apenas pronunciando o nome dele em outro idioma.

Pra alegria dos amantes de L e Near, de plantão, acho que o próximo capítulo será mais centrado neles ;]

sexta-feira, 25 de julho de 2014

O Portão do Inferno

creepysterror

Em algum momento da noite de 16 de Agosto de 1952, a pequena cidade chamada Ashley, no estado do Kansas, parou de existir. Na madrugada de 17 de Agosto de 1952 um terremoto de magnitude 7.9 foi medido pela Associação de Estudos Geológicos. O terremoto em si foi sentido por todo o estado e por grande parte do oeste. Determinou-se que o epicentro foi bem em baixo da pequena cidade de Ashley, Kansas.


Quando a equipe de segurança do Estado chegou ao que deveria ser os arredores da comunidade, acharam apenas uma enorme e ardente fissura de cerca de 1.000 metros de comprimento e 500 de largura. A profundidade da fissura jamais foi determinada.


Depois de doze dias, a busca pelos 679 habitantes da cidade de Ashley, que estava sendo realizada em todo o estado, foi cancelada pelo Governo do Estado do Kansas, às 21:15 de 29 de Agosto de 1952. Todos os 679 habitantes desaparecidos foram dados como mortos. Algumas horas depois, as 2h27 da madrugada do dia 30, outro terremoto de magnitude 7.5 foi medido pela Associação Americana de Estudos Geológicos. O epicentro foi, novamente, o local onde ficava a pequena cidade de Ashley. Quando as autoridades investigaram a área às 5h32 da manhã, reportaram que a fissura na terra havia se fechado.


Nos oito dias que antecederam o desaparecimento da cidade e de seus habitantes, acontecimentos bizarros e inexplicáveis foram reportados por dezenas de moradores da cidade de Ashley.


Começou na noite de 8 de Agosto de 1952, às 07:15 da noite, um morador chamado Gabriel Jonathan reportou a visão de um objeto voador não identificado no céu de Ashley. A cidade em si, não tendo nenhuma organização policial de verdade, recorreu à estação policial da cidade vizinha de Lane City. Gabriel reportou o que aprecia ser uma "negra e pequena abertura no céu". Nos 15 minutos seguintes, a polícia de Lane City foi sobrecarregada com dúzias de ligações reportando o mesmo fenômeno. O fenômeno não foi reportado por nenhuma outra comunidade próxima. Decidiu-se mandar uma tropa para Ashley para investigar o problema na manhã seguinte.


Às 7h54 da manhã de 9 de Agosto de 1952, o oficial da polícia de Lane City, Allan Mace, mandou um sinal de rádio para a estação de Polícia de Lane City. Ele reportou que, mesmo tendo seguido a única estrada que levava até a pequena cidade de Ashley, havia se perdido. De acordo com seu informe, a estrada "continuava seu caminho normal mas, de alguma forma, voltava para Lane City". O oficial Allan Mace ainda disse que a rua não possuía curvas ou saídas. Duas horas depois, sete dos dez carros policiais, foram mandados para investigar a situação e todos os membros da equipe chegaram à mesma conclusão. A única estrada em direção à Ashley passou a ter como fim, a cidade de Lane City. Telefonemas continuavam a sobrecarregar a estação policial de Lane City, todos reportando que a abertura negra no céu continuava a crescer. Todos foram orientados a permanecer em casa e não sair de lá a não ser que fosse completamente necessário. Às 8h17 da noite, a Sra. Elaine Smith reportou o desaparecimento de seus vizinhos Sr. e Sra. Milton, e seus dois filhos, Jeffrey e Brooke. De acordo com o telefonema da Sra. Smith, os Miltons haviam tentado deixar a cidade com o carro da família mais cedo naquele dia. Eles nunca retornaram. Jamais foi reportado nenhum carro ou pessoa passando de Ashley para Lane City ou qualquer outra cidade próxima.


Às 7h38 da manhã de 10 de Agosto de 1952, telefonemas da cidade Ashley para a estação policial de Lane City reportavam que a cidade estava completamente escura. O Sol não havia nascido. 15 minutos depois, por pedido do corpo policial de Lane City, um helicóptero da capital Kansas sobrevoou a região de Ashley. A cidade não foi vista de cima.


No dia 11 de Agosto de 1952, a Srta. Hilari White ligou para a estação policial de Lane City. Ela reportou que sua filha, Erica, estava conversando com o pai, falecido três anos antes em uma acidente de carro. Para preocupá-la mais, a Srta. White reportou que Erica ameaçava ir para fora para "juntar-se à eles". No decorrer das doze horas seguintes, foram registradas 329 ligações descrevendo fenômenos similares com as crianças da cidade.


Na manhã seguinte, 12 de Agosto de 1952, a situação ficou terrível. No meio da noite, todas as 217 crianças de Ashley desapareceram. Foram registradas 421 ligações telefônicas para o departamento policial de Lane City. Incapaz de ajudar, o corpo policial de Lane City instruiu a população para permanecer em casa e evitar quaisquer tentativas de achar as crianças desaparecidas.


Às 5h19 da tarde do dia 13 de Agosto de 1952, um idoso da cidade de Ashley, Scott Thomas, reportou um incêndio crescente ao sul da cidade. De acordo com sua descrição, o fogo fazia com que o preto do céu se transformasse em "vermelho vivo e laranja que parecia ir bem alto no céu." Durante o resto da noite, telefonemas continuaram reportando que o fogo, além de se mover para o norte, agora parecia "sair do céu escuro". Nenhum incêndio foi testemunhado por nenhuma das comunidades vizinhas.


As reclamações continuaram até um pouco depois da meia noite do dia 14 de Agosto de 1952. O último telefonema, feito por Benjamin Sherman, informava que o fogo havia se tornado tão intenso que parecia dia novamente na cidade. A ligação foi interrompida abruptamente.



ESTA É A GRAVAÇÃO DA LIGAÇÃO DE BENJAMIN SHERMAN


Benjamin:
Esperem aí... calma...
(silêncio)
É, é... Estou vendo algo. É bem ao Sul. Parece um-
[FIM DA LIGAÇÃO]

Não foram computadas outras ligações até a noite seguinte.

A seguir, a gravação completa da última ligação recebida da cidade Ashley pelo departamento policial da cidade de Lane City. Foi às 9h46 da noite de 15 de Agosto, 1952. Nessa ligação gravada, falam o oficial Peter Moore e uma senhora identificada como April Foster.


[LIGAÇÃO]


Oficial Moore:
Departamento policial de Lane City.
(estática abafada)
Olá?


Foster:
SIM... sim, olá?


Oficial Moore:
Senhora, com quem falo?


Foster:
Meu nome é April, April Foster. (tosse) Por favor, senhor. Por favor, me ajude.


Oficial Moore:
O que está acontecendo, senhora?


Foster:
Noite passada... Eles voltaram na noite passada.


Oficial Moore:
Senhora, preciso que você -


Foster:
ELES VOLTARAM NA NOITE PASSADA! (choro)


Oficial Moore:
Senhora, eu preciso que você se acalme e fale claramente. O que aconteceu? Quem voltou?


Foster:
(soluçando) Todos.


Oficial Moore:
Todos?


Foster:
Todos eles vieram com o fogo.


Oficial Moore:
Como assim todos?


Foster:
Meu filho... Eu vi meu filho na noite passada. Ele estava andando... ele estava andando pela rua. Estava queimado. Jesus Cristo, ELE ESTAVA QUEIMADO!


Oficial Moore:
Senhora, eu-


Foster:
Ele morreu no ano passado. Eu o criei desde que ele era um bebê... Éramos só nós dois. Eu o avisei para prestar atenção na rua enquanto andava de bicicleta, mas ele nunca me escuta.


Oficial Moore:
Senhora, o que você está dizendo não faz sentido nenhum. Você disse que todos voltaram?


Foster:
VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO, CARAMBA? TODOS. Todos voltaram. Todos que morreram ou desapareceram, eles voltaram. E estão procurando por NÓS! (choro)
Ele... Ele disse: "Mamãe, eu estou bem agora! Olhe, eu posso andar de novo! Onde você está, mamãe? Eu quero te ver!" (soluço)


Oficial Moore:
... Senhora, onde você está agora? Você está segura?


Foster:
Eu estou escondida, assim como todos. Nós os vimos vindo pelos campos... e... algumas pessoas abriram as portas para eles. Meu deus, os gritos!! (pausa) Eu não sei o que aconteceu com eles. Suas casas pegaram fogo e... Afundaram. Eu fechei as cortinas e estou me escondendo no armário e- (silêncio)


Oficial Moore:
Senhora, está tudo bem? Você está bem?


Foster:
(silêncio)


Oficial Moore:
Senhora?


Foster:
(vidro se quebrando)
Ah... Ah, meu Deus.


Oficial Moore:
Senhora?


Foster:
Algo acabou de entrar. (choro abafado)


Oficial Moore:
Senhora, permaneça o mais quieta que puder. Não faça nenhum barulho.


Foster:
(abafado: "mamãe... mamãe?")
(soluços) Ele entrou.


Oficial Moore:
Fique parada. Não saia.


Foster:
(som abafado de passos)
(abafado: "mamãe? mamãe, onde você está se escondendo?)


Oficial Moore:
Fique quieta.


Foster:
(som de passos pesados. risadas. abafado: "achei você, mamãe!")
(barulhos indiscerníveis e gritos)


Oficial Moore:
Senhora!? SENHORA!!!???




[FIM DA LIGAÇÃO]



Na manhã seguinte, às 6h55, a tropa do departamento policial de Lane City chegou à cidade de Ashley, Kansas e tudo o que restava era uma enorme fissura na terra.




leia também:
7 Portões do Inferno

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Death Note - Fanfic - capitulo 1

Escrito por :kisara                                                      

Capitulo 1:Condenado!



De repente seus olhos se abrem para um novo mundo, para o vazio. O rapaz sacode a cabeça confuso e observa o nada a sua frente. Onde estaria ele? Em algum de seus pesadelos mais íntimos? Não, deuses não sonham — pensou. Talvez não fosse verdade que ele era um deus, mas de qualquer forma ele perdera sua humanidade há muito tempo. Tudo que fez, tudo que desejou fazer, nada disso fora para alimentar o seu ego humano e sim para alcançar um destino que ele mesmo escolhera para si: ser o deus de um mundo calmo e pacífico. Por que algumas pessoas eram contra algo que poderia ser bom para todos? Por que alguns eram contra ele?

A queimação em seu abdômem era intensa, mas só agora ele percebeu a dor que isto lhe causava. O que estava acontecendo? Seus olhos percorreram o local e não viram nada — apenas certificaram-se de que o local estava completamente vazio —, mas quando ele fitou a si mesmo viu os buracos em sua barriga, tocou-os e sentiu o local das balas. Sim, agora ele se lembrava do ocorrido, a imagem de sua morte se aproximando era nítida e a dor que sentira era tão forte que parecia estar doendo no atual momento e de alguma forma realmente estava.

Irritado com todos aqueles que se voltaram contra ele, pensou no quanto a humanidade era estúpida e no quão caro eles pagariam por se voltarem contra um deus, contra alguém que não fez nada além de pensar nos outros. Mas então se lembrou que eles não eram os únicos culpados, havia outro, o “inimigo principal”:

- RYUUKU! – Gritou a plenos pulmões e em seguida tossiu devido à dor que o grito lhe causou. Droga! Seria possível que até morto um deus era torturado? – Pensou, recusando-se a cogitar a idéia de que um deus não deveria morrer.

Por alguns minutos sua voz se encontrou presa na sala em forma de eco e então, aos poucos, seus olhos avistaram o maldito shinigami aproximando-se com um caderno escuro em suas mãos, caderno este que ele já conhecia muito bem: um Death Note.


- Hehe, e no final nos encontramos de novo, Raito — disse Ryuuku com a típica voz irritante e sua gargalhada que lhe cansava os ouvidos.

- Traidor, maldito! — Resmungou o rapaz.

Ryuuku deu de ombros sem se preocupar com as agressões psicológicas do garoto e tocou-o com o caderno que segurava. O Yagami assustou-se com a criatura monstruosa que apareceu, era ainda mais estranho que o próprio Ryuuku e o Remu juntos, mas sem deixar transparecer o desconforto que sentia por estar tão próximo daquela criatura, limitou-se a perguntar:

- Quem é você?

O shinigami ignorou-o e seguiu para uma mesa situada logo à frente, mesa esta que o deus do novo mundo se lembrava de não ter visto antes. Ao sentar-se, a criatura anti-social apanhou um martelo como se estivesse prestes a sentenciar alguém. Raito nada disse, apenas observou, aparentando estar indignado com o que acontecia.

- Muito bem, comecemos logo com isso, não quero perder todo o meu tempo nisso aqui! — Ordenou.

- Eu tenho mesmo que fazer isso? É tão chato! — Reclamou Ryuuku.

- Lógico que sim, você sabe muito bem que o shinigami que estava com o humano durante sua vida, é responsável pela sua defesa durante sua morte.

- É o quê? — Mostrou-se assustado o Yagami, sabendo perfeitamente que não era nada confiável contar com Ryuuku para algo assim, sabe-se lá até que ponto ele serial leal e além do mais, era normal que se esperasse que ele devesse saber o porquê de precisar ser defendido, não é? Então porque não o contavam?

- Cale-se, humano! Você não faz perguntas aqui. Mas para evitar que me interrompa novamente, apenas saiba que devido à carnificina que você causou no mundo humano com o Death Note desse aí — apontou para o shinigami ao lado do garoto — terei que fazer um julgamento para decidir se você será culpado ou inocente, se for inocente será como um de nós, se for o culpado... Nesse caso você vai descobrir sozinho.

- Mas eu vou ser defendido por esse aqui? — Perguntou o rapaz, sem se preocupar em esconder sua indignação.

- Eu disse pra não me interromper e dê-se por satisfeito de ter direito a um julgamento e a um advogado, ninguém nunca precisou ser julgado antes, mas você... — Fez uma pausa para continuar em seguida:— É provável que você tenha capacidade para ser um shinigami. Agora Ryuuku, porque você acha que o réu é inocente?


- Kukuku, eu não acho! Esse aí não merece minha defesa não. No início ele era até interessante, mas eu deixei bem claro que não estava do lado de ninguém e ele teve a audácia de implorar a mim para ajudá-lo a sobreviver, nem mesmo para morrer decentemente ele serviu! Sinceramente, pode mandar ele pro meio do nada, não me importo.

- Ora, seu... Ah, mas eu juro que no momento em que descobrir uma forma de matar um shinigami que funcione com você eu te arrasto pro nada junto comigo! — Garantiu Raito, sem saber que nada era esse de que tanto falavam.

- Tá vendo, chefe? Pode considerar esse aí como culpado. — Sugeriu Ryuuku dando de ombros.


Com os olhos ardendo em ódio e a idéia constante de acabar com o maldito ao seu lado, reuniu toda a calma que conseguiu e fitou o tal chefe a sua frente, surpreendendo-se ao ver um sorriso maligno estampado no rosto do mesmo, era óbvio que ele estava armando alguma coisa, mas o que poderia ser?

- Muito bem, eu não preciso ouvir mais nada, já tenho tudo que preciso, você está CONDENADO! — Exclamou o maldito shinigami chefe e Raito perguntou-se se todos os shinigamis eram assim: um bando de malditos.


Arregalando os olhos, incrédulo o Yagami pensou em algo que poderia salvá-lo, mas foi interrompido de seus pensamentos por uma dor que tomou conta dele, sendo ainda mais forte do que a que ele já sentia, era como se algo estivesse brotando em suas costas, algo capaz de perfurar ainda mais do que as balas no momento em que fora acertado e que fazia com que um ataque cardíaco parecesse cócegas perto disso.


Por fim foi vencido pela dor e perdeu o equilíbrio, caindo. Não demorou muito para que seus olhos se fechassem.


(Ainda no Mundo dos Shinigamis)


- Eu não acredito que tomou essa decisão... — Ouviu-se Ryuuku resmungar.

- Vamos ver se assim você aprende a não tentar me passar pra trás — disse o chefe, o rei dos shinigamis.

Aos poucos essas palavras e mais um zum-zum chatíssimo foram sendo escutadas por Raito que agora recuperava a consciência e apoiando uma de suas mãos no chão, este conseguiu se levantar.

Quando finalmente ficou de pé, abriu seus olhos e piscou algumas vezes acostumando-se com o local que não era mais branco e vazio, mas sim escuro e com várias caveiras pelo chão. No entanto, era óbvio que observar a paisagem não era o mais importante, o mais curioso estava nele: havia algo diferente, era estranho, mas já não sentia mais dor, somente um leve peso em suas costas, peso este que ao tocar, descobriu ser algo parecido com...

- Asas? — Perguntou em tom suficientemente alto.

- Pois é, Raito, você não queria algo divino? — Zombou Ryuuku.

Limitando-se a lançar-lhe um olhar mortal e seguidamente virar-se para o rei dos shinigamis, perguntou a ele o que havia acontecido.

- Agora você é um de nós — fez uma expressão de quem dizia algo simples e continuou: — Sabe... Achei que você era inteligente, mas não consegue nem descobrir o óbvio. Parece que me enganei...

Mais do que nunca o primeiro shinigami humano desejou descobrir uma forma de matar outros shinigamis que não só funcionasse com o Ryuuku, mas também com esse chefe de araque . Porém, conteve-se sabendo que o único que estava bancando o idiota nessa história era o rei, se bem que no atual momento ele não tinha tanta certeza disso.

- Bom, podem ir! — Disse e observando a cara do Raito de quem não sabia do que ele estava falando, continuou: — Vão logo pro mundo humano, você é culpado, mas tem certos crimes que você ainda não cometeu, pessoas que ainda não matou... Se é que me entende... – Disse e arremessou um Death Note para ele, completando: — Esse aqui é o seu.

Ryuuku levantou-se e lançou um olhar ao garoto — que já não era mais um garoto —, indicando-lhe que deveria segui-lo e Raito assim o fez. Ambos voaram até uma espécie de buraco e pararam.

- Agora é só pular, Raito. — Indicou Ryuuku saltando na frente, o Yagami saltou logo em seguida.

Ao chegarem no mundo humano, o novo shinigami soltou uma gargalhada e disse:

- Ele caiu direitinho! — Exclamou.

- Pois é, parece que você conseguiu.

- Sim, mas confesso que achei que você tinha me traído, sua atuação foi realmente boa. Você nem imagina como desejei matá-lo — confessou.

- Na verdade eu realmente pensei em fazer isso, mas aí eu percebi que continuar no Mundo dos Shinigamis virando caveira não era nada interessante e decidi não traí-lo. Mas você também atuou bem, cheguei a pensar que tinha se esquecido do nosso plano.

- De fato eu quase esqueci, minha cabeça estava confusa demais, mas eu acabei lembrando, o que não impedia que eu desejasse matá-lo cada vez que eu achava que você estava realmente me traindo — disse. — De qualquer forma, qual foi a sentença que o rei me deu? Quando ele falou que eu estava condenado, eu realmente acreditei que estava tudo perdido.

- Eu também. Mas depois ele explicou que sua sentença era ter que me aturar pela eternidade enquanto resolvia seus assuntos pendentes no mundo humano, quanto ao fato de que ele acharia que continuar com você seria a minha sentença, já que eu fiz parecer que não queria isso — ressaltou —, você realmente estava certo.

- Ah, e o que seria necessariamente ser culpado ou inocente?

- Culpado seria se você tivesse usado o Death Note para algo que desejasse, para satisfazer seus próprios desejos, o que não deixa de ser o seu caso. Inocente é o contrário disso. A propósito, eu nunca imaginaria que alguém seria inocentado por ser considerado culpado... Hehehe, isso me pegou de surpresa.

- Tudo que eu faço é pelo bem da humanidade, mas me poupe, não preciso ficar explicando isso a você. Agora vamos, temos que procurar a Misa.

- Como assim? Não basta simplesmente procurar o Near e matá-lo? — Perguntou Ryuuku sem entender o que o outro pretendia.

- Não, não fazemos idéia de onde começar a procurá-lo e depois... — fez uma pausa — Nada me tira da cabeça de que aquele shinigami que se diz rei está armando alguma coisa.

- Por que acha isso?

- Antes de desmaiar notei um sorriso estranho no rosto dele, se é que dá pra chamar aquilo de rosto, mas isso me intrigou e depois teve aquela frase dele: “Sabe... Achei que você era inteligente, mas não consegue nem descobrir o óbvio. Parece que me enganei...”, até o momento parecia só uma provocaçãozinha barata pra me deixar irritado, mas aí ele disse isso: “tem certos crimes que você ainda não cometeu, pessoas que ainda não matou... Se é que me entende...”, pareceu um desafio, tenho certeza que foi um.

- Hum... Talvez, mas você não acha que ele se referia ao Near?

- Não, contando que agora posso facilmente identificar o verdadeiro nome do Near, isso não seria um desafio, tem algo a mais, é melhor eu me preparar. Vamos, temos que achar a Misa.

- Ah, sim... Depois que te matei eu fiquei de olho nela. Assim que você morreu avisaram-na que Kira o matou, depois disso ela se trancou em seu apartamento e ficou lá, em uma depressão de algumas horas — Raito o fitou como se perguntasse o motivo de apenas algumas horas e Ryuuku completou: — É, você não ficou morto por tanto tempo assim.

- Certo, então vamos.

Mais uma vez Ryuuku foi à frente indicando o caminho e Raito o seguiu.

(Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis)


- Hayato¹, venha aqui! — Ordenou o Shinigami rei.

- Sim, King²-sama?

- Leve-me até a Soul Society, tenho uns assuntos para resolver por lá.

- Na Soul Society? — Espantou-se o Shinigami Hayato.

- Sem perguntas, apenas leve-me lá.

- Como queira.

Voaram até um portal escondido e se jogaram no mesmo, dentro de poucos segundos já estavam onde o King queria.

- E agora, King? — Perguntou Hayato.

- Preciso conversar com o líder daqui, ache alguém que possa me levar até ele.

Hayato sobrevoou pelo local até achar alguém que pudesse avisar o Líder que King-sama precisava falar com ele, não foi muito difícil, mas precisou esperar algum tempo até que esse alguém voltasse dizendo que o líder iria receber o Rei Shinigami. Quando isso finalmente aconteceu Hayato voltou rapidamente para avisar o rei, mas este preferiu voar sozinho até o Líder da Soul Society.

- Por que a honra dessa visita? — Perguntou o Líder³ ironicamente.

- Serei direto: preciso que você autorize um espírito a voltar para o mundo humano.

- Como é? Você enlouqueceu? — Perguntou incrédulo.

- Não, mas você me deve um favor, e eu disse que iria cobrá-lo como bem entendesse e quando bem entendesse.

O Líder suspirou dando-se por vencido, ele não costumava e não deveria fazer isso, mas dívida era dívida e ele não gostava de ficar em débito com alguém.

- Pense bem, se eu fizer isso minha dívida estará paga — lembrou o Líder.

- Apenas faça.

Vendo que o Rei dos Shinigamis não desistiria, ele apenas perguntou quem deveria liberar.

- L. Lawliet.

- Certo.

- Ah, sim, diga a ele que ele terá a chance de vencer Raito dessa vez, porém, que agora, ambos são imortais.

O líder deu sua palavra de que faria isso e o King se foi, passando pelo portal e voltando com Hayato para o Mundo Shinigami.

- E então King, conseguiu o que queria? — Perguntou o shinigami Hayato já em seu mundo.

- Parece que sim. Ao que tudo indica, desta vez acompanharei o desenrolar do jogo dos rapazes, Ryuuku sempre pareceu muito interessado, dever ser divertido.

Hayato não entendeu, mas também não fazia questão de entender, apenas voltou para o seu jogo de virar caveiras deixando o rei sozinho com seus pensamentos.


(Enquanto isso no Mundo Humano)


Atravessando as paredes entraram no apartamento de Misa Amane, esta se encontrava com várias toalhinhas ao lado e mais algumas espalhadas pelo local, seu rosto estava encharcado de lágrimas e o ambiente uma verdadeira desordem.

- Eu avisei. — Ryuuku deu de ombros. — E então, devo encostar meu Death Note nela agora?

- Não, ainda não. Jogarei meu Death Note no chão e deixarei que ela pegue.

Misa pareceu não perceber o objeto caindo e muito menos escutar seu som quando tocou o chão, então Raito pediu para que agora Ryuuku tocasse-a com seu Death Note e em seguida pedisse-a para pegar o caderno no chão.

- Ryuuku? — Amane pareceu confusa ao vê-lo.

- Hehe, voltei. Ah, tá vendo esse caderno aí no chão? Então, pega ele.

A loira ainda não estava entendendo nada, mas fez o que o shinigami pediu.

- Misa... — Chamou Raito.

- Raaaaito?! — Surpreendeu-se a garota. — Oh, Raito! Você tá vivo, eu sabia, eu sabia! — Disse eufórica abraçando-o.

- Misa, eu não sou mais humano, sou um shinigami agora.

- Hãn? Misa-Misa não entendeu! — Exclamou balançando a cabeça.

- Misa, vou te contar o que aconteceu, mas preciso que você ouça com atenção, pode ser? — Perguntou Raito, tocando carinhosamente o rosto de Amane.

- Sim, Misa-Misa faz qualquer coisa que o Raito quiser! — Exclamou, com um brilho no olhar.

- Ótimo. Aconteceu o seguinte: Quando fui pego por Near devido à incompetência do Mikami, eu acabei sendo morto, mas eu não correria o risco de fracassar em algo sem ter uma forma de vencer depois, então antes disso eu tinha combinado um plano B com o Ryuuku.

- Plano B? — Misa repete em forma de pergunta.

- Shiii! — Raito toca um dos dedos nos lábios da garota silenciando-a. — Me deixe continuar.

“- Ryuuku, eu pedirei à Misa que entregue esse Death Note a alguém que possa matar criminosos em nosso lugar, tenho um plano para vencer o Near e o Mello dessa forma, porém, se algo der errado precisaremos de um novo plano. Eu estive pensando em algo, mas ainda preciso de uma informação: existe alguma forma de eu me tornar um shinigami?

- Nunca aconteceu, mas ouvi dizer que quando um humano faz tanta carnificina com um Death Note como você fez, faz-se uma espécie de julgamento para decidir se o réu é culpado ou inocente, se ele for inocente vira shinigami, se for culpado tem o mesmo destino dos demais usuários do Death Note. Ah, não tenho certeza, mas eu acho que o shinigami que esteve com o humano em sua vida vira algo como o advogado de defesa. De qualquer forma não importa, mesmo que isso acontecesse não adiantaria nada, o rei dos shinigamis nunca inocentaria um humano.

- Então é assim... Hum... Vou precisar pensar a respeito.

Após algum tempo, voltei ao Ryuuku com uma idéia em mente:
- Já sei o que faremos: quando chegar à hora eu gritarei seu nome e implorarei por ajuda, você não vai me ajudar, ao contrário, vai me matar. Logo depois engane o rei dos shinigamis e consiga um Death Note a mais. Quando chegarmos ao julgamento e você for o meu advogado de defesa, não me defenda, acuse. Faça com que pareça que você não quer que eu seja inocentado. O rei provavelmente me inocentará por achar que estará se vingando de você por tê-lo passado pra trás duas* vezes quando 'roubou' o Death Note dele.

- Hum... Esse plano parece meio arriscado, você está se baseando em hipóteses demais, eu disse que aquilo foi apenas algo que eu ouvi. Além disso, o que eu ganharia fazendo isso?

- Eu sei que você nunca me ajudaria se eu pedisse em um momento em que estivesse prestes a falhar — Ryuuku sorriu sarcasticamente, assentindo —, então é melhor que eu esteja ciente de que você me mataria, e além do mais é apenas um plano B. Talvez eu não precise usá-lo, mas se eu precisar é melhor ter esse que não é totalmente certo do que não ter nenhum. Se conseguirmos, as coisas vão ficar muito divertidas, Ryuuku, eu prometo.

- Kukuku, senão ficarem eu te mato de alguma forma.

-Exatamente. — Confirmei, afinal, não era exatamente o que eu estava pedindo? ”

- Oh, Raito... Você pensou nisso tudo, deu tudo certo e ainda voltou pra me buscar? Você é tão inteligente! Misa-Misa vai virar uma Shinigami humana que não envelhecerá e ficará sempre ao seu lado, né?

- Sempre Misa, mas antes de ficarmos juntos pra sempre ainda tem alguns problemas que eu preciso resolver. Por enquanto você estará com meu Death Note e só usará quando e como eu quiser e também me devolverá quando eu achar necessário, pode ser?

- Claro, claro, pode ser tudo que Raito quiser! —Disse enchendo as bochechas do garoto de beijos.

- Misa, eu sou um shinigami! — Lembrou Raito, mas parecia que isso não importava para a garota.

- Ah, Misa-Misa vai passar uma água no rosto por causa das lágrimas, mas já volta, tá?

A loira se foi e Ryuuku aproveitou para soltar uma gargalhada.

- Então, você realmente gostava da garota? – Perguntou ele.

- Você acha? — Zombou. — Ela vai ser útil, só isso... Ou você acha que seria fácil encontrar alguém para quem eu simplesmente pudesse dar um Death Note e falar pra usá-lo só como e quando eu quiser? Além do mais, ela não se importaria de morrer se fosse por mim, quem sabe ela precise...

- Kukuku, você me faz lembrar como os humanos podem ser interessantes quando querem.

O deus do novo mundo limitou-se a revirar os olhos e sorriu certo de que agora realmente alcançaria seus objetivos.

- Misa-Misa voltou, Raito! — Disse e praticamente pulou em seu pescoço.

- Misa, você e eu seremos os deuses de um novo mundo, um lugar calmo e pacífico — disse segurando a mão da menina.

A garota ficou maravilhada e sentiu-se mais feliz do que nunca.


(Enquanto isso na Soul Society)


- É isso L.Lawliet, você está livre para voltar para o mundo humano. Ah, e me pediram pra te avisar que agora você terá a chance de vencer o Raito e que... Como era mesmo... Ah, lembrei! Agora vocês dois são imortais. Não entendi muito bem o que isso queria dizer, mas me parece um jogo e se realmente for, talvez seja divertido... — Disse o Líder da Soul Society, a última frase era mais pra ele mesmo do que para o L.

- Eu não costumo confiar nas pessoas, mas vou aceitar o passe livre para o mundo mortal — disse L, caminhando com seu típico estilo corcunda.

- Interessante... Mas eu não sou uma pessoa e sou o líder deste local. Além disso, se isso for mesmo um jogo tenho plena certeza de que o King vai arrumar um jeito de colaborar com o lado dos shinigamis, não posso simplesmente perder, terei que ficar do seu lado, espírito.

L seguiu para o portal aparentando não se importar com o que o Líder dizia, mas prestava atenção em cada detalhe e quando ele finalmente terminou, Lawliet apenas perguntou: - Este portal pode-me levar para onde eu quiser?

- Sim, mas você só poderá usá-lo agora, já que não voltará mais aqui, pense no que quer e escolha bem.

- Na verdade eu já escolhi. — Disse pulando para aonde se encontrava Near, ou melhor, Nate River, sem parar para pensar no quanto a Soul Society era clara e limpa, algo que o mundo humano jamais seria, mesmo que Kira insistisse em sua ideia anormal de mudá-lo.



(Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis)


King ajeitou-se em um local confortável, embora os shinigamis não precisassem de conforto era agradável para o rei fingir que sim.

- Agora é só observar, vamos ver o que acontece dessa vez... Aliás, a essa altura do campeonato o Líder já deve ter entendido o nosso joguinho... — riu descaradamente e prestou atenção no portal que mostrava o que acontecia no mundo humano.

(Enquanto isso no Mundo Humano)

- Raito, e o que faremos com o outro Death Note que você pediu que eu conseguisse? — Perguntou Ryuuku.

- Não podemos deixar que a Misa comece as mortes, Near suspeitaria imediatamente. O melhor é que as mortes comecem em outro país, em outro continente e que acreditem que a Misa ainda está em depressão por minha causa. Vamos esperar alguns dias, talvez um mês, até que novos criminosos comecem a surgir e verei o que faremos.

- Até lá, Raito fica com a Misa-Misa, né?

- Eu não vou ficar... — Como é que dizem mesmo, pensou Ryuuku e ao se lembrar continuou: — ...Segurando vela pra ninguém. — Alertou.

- Misa, eu já disse... Eu sou um shinigami! Pare de tentar me tratar como um humano!

Um Shinigami? Sim, ela já ouvira isso outras vezes, mas quanto mais ele dizia isso, menos a loira se importava com o fato.

(Ainda no Mundo Humano)


Near já se encontrava longe do Japão e estava sentado em uma das cadeiras de seu enorme apartamento, aparentando ser apenas mais um riquinho qualquer e não aquele que finalmente tinha conseguido algo que nem mesmo L conseguira: vencer Kira.

Nem a grande sala, nem seus móveis e seus objetos de última geração desviava sua atenção de seus cabelos brancos, os quais enrolava e desenrolava tranquilamente com os dedos.

- Olá, Nate River. — Cumprimentou o espírito de L no momento em que chegou ao local. Por enquanto não posso trabalhar sozinho, juntar-me ao Near é o melhor que posso fazer, já que, provavelmente, Kira também já arrumou seu grupo — pensou.

- Como?! — Surpreendeu-se ao ouvir seu verdadeiro nome ser pronunciado com tamanha tranquilidade e espantou-se ainda mais ao virar e ver quem o chamava: — Não pode ser... — Começou e esfregou os olhos para ter certeza de que não estava alucinando, era como se finalmente algo além de suas mechas merecesse sua atenção.

- Na verdade até pode — disse aproximando-se —, e talvez você também deva estar pensando que Kira se foi, mas ele ficou mais forte. Tenho bons motivos pra acreditar que vai voltar a matar criminosos em alguns dias, provavelmente um mês... — Colocou suas mãos pálidas nos bolsos parecendo não perceber que elas praticamente o ultrapassavam, como se fossem as mãos de um fantasma e sentou-se da mesma maneira estranha que sentava antes de morrer, só que dessa vez na cadeira ao lado da ocupada por Near.

- Mas Kira morreu hoje, eu vi! — Disse Near alterando o tom de sua voz pela primeira vez na vida.

- É por isso que precisamos ficar atentos, as coisas já passaram do ponto em que podia se acreditar apenas no que se via. De qualquer forma, não sei quantos dias ele vai levar para começar a matar criminosos novamente, o um mês que falei ainda é só uma suposição. Há apenas uma pequena chance de que eu esteja certo, uns vinte por cento, talvez vinte e um. Vai depender do grau de confiança que ele tem no momento. — Ao dizer isso retirou suas mãos transparentes dos bolsos e as usou para brincar com os bonequinhos de Near, como se este fosse seu novo passatempo, mesmo que elas às vezes ultrapassassem-los.


continua...