Escrito Por:Kisara
Como no mangá o Raito morre em 2010 e no anime em 2013, vou considerar a data do mangá, ok?
Só uma dica pra não se perderem: quando o itálico se referir a notícia na TV, será acompanhado por aspas antes e depois ;]
P.S.: Nada no capítulo, com exceção do título, foi alterado. A alteração do título deve-se ao fato de que os títulos dos capítulos de D.N são sempre curtos e breves xD
Boa leitura ;]
Capítulo 2 - Retorno
podem ser os piores.
- Raito, Misa-Misa não consegue acompanhá-lo — reclamou a garota loira sentada em um sofá situado no canto da sala, seus olhos movimentavam-se constantemente, pareciam seguir os movimentos do shinigami humano que ela tanto amava.
- Misa... — Começou o Yagami — faz quantos dias que eu apareci para você nessa forma? — Perguntou a ela, mas em seguida interrogou-se se essa era uma pergunta que deveria ser feita a ela.
- Hum, Misa-Misa precisa pensar! — Exclamou a garota começando a se empolgar.
Ótimo — pensou o deus do novo mundo e decidiu que era melhor que ele mesmo procurasse por um calendário.
- Vinte e um dias e três horas! — Exclamou a menina vibrando por ter sido capaz de responder a uma pergunta feita por Raito.
- Você... Contou? — Perguntou ele, pausadamente, como se duvidasse que ela era capaz de fazer tal conta.
- Hai! Desde que Raito veio viver aqui, Misa-Misa tem contado cada hora que passa com ele, aí foi só converter os números usando a calculadora — explicou ela mostrando o celular.
Sorrindo cinicamente, o Yagami observou toda a sala procurando por Ryuuku, mas após uma rápida visualização desistiu de encontrá-lo e gritou, chamando por ele.
Em poucos segundos Ryuuku apareceu na sala, este jogava uma maçã para o alto e a pegava novamente, sua expressão não demonstrava tranqüilidade.
- Vêem isto? — Perguntou Ryuuku mostrando a maçã que segurava. — É uma maçã podre! Eu não vou comer isto, mais parecem às maçãs do Mundo Shinigami! — Reclamou.
- Ah, Ryuuku, Misa-Misa não tem saído de casa, é um tédio, sabe? E já que ninguém pode entrar aqui por enquanto, não dá pra te trazer maçãs novinhas.
- Raito, você prometeu diversão, mas esse tédio todo não é nada divertido, você precisa dar um jeito nisso.
- É, eu realmente preciso, mas ainda não sei o que fazer. Tenho algumas idéias, mas sem saber o que o Shinigami Rei está aprontando para cima de mim, não dá pra fazer nada — confessou Raito.
- Você está preocupado demais com o King, vai ver ele nem está armando nada — disse Ryuuku.
- Hãn?! Quem é King? — Perguntou Amane.
- O chefe do Mundo dos Shinigamis — explicou Ryuuku. — Mas, você não deveria se preocupar com o Near primeiro e depois com o Chefe, Raito?
- Não, Near é muito inferior ao L, sozinho ele não é um rival a minha altura. Mas, talvez esse Shinigami Rei seja alguém para se tomar cuidado...
- Ah, Raito vence qualquer um e Misa-Misa ajuda — disse a garota empolgada, pulando do sofá com a intenção de abraçar o shinigami, mas tropeçou no pequeno monte de entulhos ao lado do sofá.
Ryuuku soltou uma gargalhada ao ver o tombo da menina e Raito apenas revirou os olhos.
- Misa-Misa vai ficar com hematomas! — Berrou a garota.
- Ótimo, se você gritar um pouco mais alto a vizinhança toda te escuta — disse Raito sem muita paciência.
- Mas..., Raito vai amar a Misa-Misa mesmo quando ela estiver com hematomas nos joelhos? — Perguntou a loira com o rosto cheio de lágrimas.
O Yagami teve vontade de mandar a garota calar sua maldita boca, mas controlou-se e procurou pelo controle da TV, ao achá-lo ligou em um canal que não mostrasse apenas o que acontecia no Japão, mas também em outras partes do mundo.
(Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis)
King observava cada detalhe do desenrolar dessa história que mal começara, sua paciência começava a se esgotar. Ele esperava por ação, mas nada acontecia em nenhuma das partes, tanto L quanto Raito continuavam na mesma, esperando pelo ataque de alguém.
- Até quando ele ainda vai esperar por um ato meu? Hunf... Mas que deus do novo mundomais inútil — Disse King em um de seus momentos onde falava consigo mesmo.
(Enquanto isso na Soul Society)
O Líder havia colocado outros para lidar com seu trabalho, garantindo a organização da Soul Society enquanto se dedicava a prestar atenção no que acontecia no mundo humano. Porém, após tanto tempo sem nenhum destaque ou algo interessante o suficiente para animá-lo, este já desistia de continuar a observar o Espírito que libertara.
- King, você me paga por ter-me feito de idiota — prometeu o Líder, ao perceber que toda essa história de libertar L.Lawliet e preparar-se para algum jogo não passava de uma enganação.
Com essa certeza, o Líder preparou-se para parar de observar o mundo humano, mas vencido pela curiosidade divina, resolveu esperar até o final do mês, afinal, foi esse o prazo estabelecido pelos garotos, não foi?
(Enquanto isso no Mundo Humano)
L e Near mantinham a televisão ligada, esperando por qualquer sinal de que Kira atacava novamente, mas esse sinal não aparecia e os dois pareciam não se importar com tal fato e nem ligar para o tédio que deveriam estar sentindo. O albino mantinha-se ocupado o suficiente construindo sua fortaleza com cartas de baralho e L também construía a sua, porém, utilizando-se de vários cubinhos de açúcar. A sala onde estavam encontrava-se completamente decorada com a obra de arte feita pelos dois.
- Quanto tempo já se passou? — Perguntou Near, este estava no meio da fortaleza construída e cacheava tranquilamente uma das mechas com os dedos.
- Vinte e um dias — respondeu L, este sentava com seu típico estilo corcunda ao lado de Near e mantinha os olhos fixos na TV, enquanto ainda segurava alguns cubinhos de açúcar.
(Ainda no Mundo Humano)
Raito deixara a TV ligada e ouvia algumas notícias do que acontecia na América, nada despertava sua curiosidade, tudo parecia tão normal, se é que se podia chamar de normal toda a calma do mundo após vinte e um dias sem Kira. Aliás, o mundo não estava necessariamente em paz, havia alguns assassinatos, roubos e até seqüestros pelo planeta, mas ainda assim, Raito esperava maiores revoltas e não apenas o básico.
Bufando, o shinigami humano chamou por Misa e decidiu que era hora de começar a atacar, mesmo que aos poucos e às escondidas. Sim, ainda não era hora de que o mundo soubesse da volta de seu deus.
- Raito tá precisando da Misa? — Perguntou a loira, seus olhos ainda estavam meio vermelhos devido às lágrimas que rolaram por seu rosto há pouco tempo.
- Sim. — Respondeu ele, essa única palavra pronunciada fez com que um sorriso iluminasse a face da jovem. — Preciso que você volte ao seu trabalho, mas faça parecer que ainda está meio abalada por minha morte. Pode fazer isso?
- Hai, Misa é uma atriz e Misa faz tudo que Raito quiser! — Exclamou a garota empolgada e caminhando com o cuidado de não tropeçar nos entulhos ainda espalhados pelo chão do apartamento.
- Ah, e também preciso que você arrume essa bagunça. Não seria normal que Amane Misa morasse em um lugar tão desordenado.
Ouvindo isso, a garota assustou-se um pouco, em toda a sua vida ela nunca precisara faxinar um cômodo, quem diria um apartamento inteiro.
- Mas, Raito..., Misa não sabe arrumar casa. — Disse com certa calma, tentando não estressar o amado que já andava muito irritado com o tédio diário.
- Achei que Misa faria tudo que Raito quisesse... Mas, tudo bem, se você prefere arriscar contratar uma empregada e correr o risco de falar algo que não deve perto dela... Você quem sabe. — Usar chantagens emocionais não era algo de que ele se orgulhasse, mas no momento ele procurava por atalhos, queria que as coisas começassem a ser breves e que acontecessem no momento em que ele desejasse que acontecesse. Sendo assim, que mal teria usar um truque que funcionaria imediatamente?
- Ah, Raito, pode deixar que a Misa vai arrumar tudinho, ok? Misa nunca arriscaria estragar um plano de Raito — disse a garota no momento em que ouvira tais palavras do shinigami, e em seguida correu em busca de algo que servisse para começar a faxina.
Mas o que ela procuraria, quando nem sabia por onde começar? Uma vassoura, talvez — pensou ela e apanhou a primeira que encontrou jogada em um dos cômodos do apartamento.
- Kukuku, não me importo se quiser ter uma escrava em casa, mas não acha que está exagerando, Raito? — Perguntou Ryuuku, no momento em que a menina já não se encontrava mais por perto.
- Talvez eu esteja. Mas, Ryuuku, eu sempre exagero. — Respondeu o futuro deus do novo mundo, utilizando-se de uma confiança que fazia com que Ryuuku se lembrasse de quem estava a sua frente.
- Ao menos observá-la tentando faxinar a casa pode ser considerado como uma coisadivertida.
- Claro, afinal, eu não te prometi diversão? — A ironia estava estampada na voz do Yagami para quem quisesse entendê-la, mas, para Ryuuku decifrá-la não era o mais interessante no momento. Então, ele voou até o cômodo em que Amane encontrava-se tentando ensinar a vassoura como varrer um quarto, ou seria a vassoura tentando ensiná-la? Bom... Isso nem mesmo a loira podia responder.
(Ainda no Mundo Humano)
Near e L permaneciam sentados no meio da sala, embora parecessem estar ignorando a TV ligada e se importando apenas com a obra de arte que criavam, os dois estavam atentos às notícias e a qualquer mudança no índice de criminalidade, mas essa mudança não aparecia.
Não passava pela cabeça de L que era inútil continuar construindo uma fortaleza de cubinhos de açúcar, e nenhum dos dois importavam-se com o fato de que isso pudesse atrair formigas ou insetos desnecessários, o local havia sido muito bem dedetizado e mesmo que isso não os livrasse completamente da presença dos mesmos, logo eles derrubariam tudo, alguém limparia a bagunça e eles, simplesmente, montariam novamente.
E assim, o mundo continuava para os demais cidadãos, mas para Raito, L, Near, Líder e King tudo se resumia ao tédio. Os segundos arrastavam-se lentamente e quando cansavam de tanta enrolação transformavam-se em minutos, para então, retornarem-se aos segundos. As horas espreguiçavam quando se tocavam que era hora de trabalhar, fazendo com que os tais sessenta minutos bocejassem e os segundos voltassem a se arrastar.
Misa e Ryuuku não se encontravam na fila dos entediados, ainda assim, a loira não via a hora de que o dia terminasse e que seu período como faxineira acabasse, afinal, segundo Raito, amanhã ela estaria ocupada com seus contratos. Ryuuku divertia-se observando a garota que corria de um lado para o outro, tentando ensinar aos pratos que seria melhor se eles se lavassem sozinhos e a vassoura... Ah, a vassoura! Essa havia se esquecido que deveria ser conduzida a varrer e não conduzir alguém para fazê-la realizar seu trabalho.
No dia seguinte, Misa já havia quebrado muitos pratos e taças, mas no final, o ambiente até parecia estar arrumado. Ryuuku havia dado boas risadas, Raito abusava da preguiça de um shinigami e permanecia de olhos fechados. Na verdade, shinigamis nunca precisaram dormir, mas o tédio sempre resultava em tédio e ele precisava ser amenizado de alguma forma.
(Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis,
na Soul Society e ao mesmo tempo no Mundo Humano)
Tédio. Tédio. Tédio. Tédio.
Segundos que se arrastam...
Minutos que... Ainda se lembram de como avançarem? Horas... Alguém ainda se lembra de como elas se formam?
Os planetas giram, mas a contagem continua a mesma.
(Mundo dos Humanos)
Os dias seguintes passaram-se ainda mais lentamente, os meses foram um pouco mais rápidos, pois todo o tédio já se tornava algo comum, então não era mais algo que fizesse grande diferença. Misa passara os quatro primeiros meses fingindo ainda estar abalada com a morte do garoto que amava, isso gerou alguns problemas para sua carreira, mas no final acabaram utilizando isso para mais uma das propagandas em que buscavam impressionar os consumidores através do apelo emocional. Aos poucos, seu humor ia melhorando, segundo as ordens de Raito ela deveria começar a agir como uma garota comum, já que logo o mundo teria seu deus de volta.
Ryuuku parecia cada vez mais entediado e ao mesmo tempo mais acostumado com o tédio. Ninguém entendia porque o Yagami esperara quase um mês para praticamente nada e agora que já se passara quase um ano, entendiam ainda menos porque ele ainda continuava não fazendo nada. Mas, o shinigami humano tinha outros planos, e no momento não os compartilhava. Há tempos ele prestava atenção no jornal que mostrava os últimos acontecimentos da América e isso começava a interessá-lo, na verdade, o Brasil começava a interessá-lo.
Paciência. Paciência.
Apenas observe — repetia Raito para si mesmo, enquanto aguardava o momento que tanto esperava.
[Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis]
King não agüentava mais se decepcionar ao imaginar que algo iria acontecer e descobrir que tudo não passava de um alarme falso. No entanto, isso não era a única coisa que o irritava, saber que ainda havia certa desconfiança de Raito em relação a ele, também estava irritando-o, na verdade tirava-o do sério.
Certo de que o tédio continuaria se não tomasse algumas providências, o Shinigami Rei voou até o portal do mundo humano e sem dar qualquer explicação para os olhares curiosos que se dirigiam a ele, saltou.
(Enquanto isso no Mundo Humano)
Raito deixara a TV ligada, esta estava sintonizada na American Journal¹. Porém, o shinigami humano não prestava muita atenção, não o interessava o que acontecia em toda a América, apenas a América Latina atraía sua atenção. Ele olhou para a TV apenas quando ouviu algo sobre o Rio de Janeiro, um estado localizado no Brasil. Ao ver que finalmente encontrara algo interessante, concentrou toda sua atenção na notícia.
"E cada vez mais a bandidagem se supera no Rio de Janeiro, a polícia já não possui mais autoridade [...]"
"Demais países acreditam que a Copa e as Olimpíadas podem ser prejudicadas pelo alto nível de criminalidade no Brasil, em especial no Rio de Janeiro".
Ao ouvir isso, o Yagami imaginou todos os próximos passos que precisaria dar para mostrar ao mundo que seu deus havia voltado e disposto a eliminar toda a imundície que há na Terra, trazendo esperanças para os fracos e oprimidos, mostrando-os que alguém ainda se importava com eles.
Esboçando um sorriso, o garoto aproximou-se de Misa e Ryuuku, dizendo-os que era o momento para que Kira retornasse.
- Kukuku, mas já era hora — comentou Ryuuku ao se aproximar, este lançava uma maçã, agora doce e bem vermelha, para o alto e a pegava novamente.
Como sempre, Misa demonstrava sua empolgação de uma forma mais amorosa, por isso pulou no pescoço do garoto, dando a entender que estava esperando por isso há tempos.
- Vou precisar que façam exatamente o que eu disser, não pode haver erro algum no retorno de Kira, entenderam? — Raito esperou que assentissem e já abria a boca para explicar o plano, mas interrompeu-se ao sentir a presença de um shinigami no local.
Sim, era possível para um humano sentir a presença de shinigamis, o local gelava imediatamente, como se esperasse pela morte, e de certa forma, Raito ainda era parcialmente humano.
- Vamos, vamos, continuem. Não quero interromper algo que esperei por cerca de... Quanto tempo mesmo? Ah, lembrei! Quase um ano. — O tom sarcástico era evidente na voz de King, este se aproximava de Raito sem precisar de convite.
- Devo perguntar o que faz aqui? — Raito utilizou-se do mesmo tom sarcástico de King.
- Hãn, de quem estão falando? Aliás, porque ficou ainda mais frio de repente? — Perguntou Amane, que para variar, não estava entendendo nada.
Sem muita paciência para explicações, King apenas encostou seu Death Note na garota e lançou um olhar para o Yagami, dando a entender que ele deveria tapar a boca da jovem para abafar seu grito. O shinigami humano assim o fez, mostrando que havia entendido o recado.
- Como eu odeio enrolações e não suporto passar muito tempo no mundo humano, vou direto ao ponto: eu não estou aprontando pra cima de você.
- E o que você ganha vindo até nós, somente para dizer isso? — Perguntou Raito arqueando a sobrancelha. Sim, suas reações também eram meio humanas
- Simples: não agüento mais esperar por algo que não acontece. Ryuuku sempre dava a entender que era divertida essa sua loucura de querer ser o deus disso aqui, mas até agora você só vem enrolando — bufou. — Interessei-me quando ouvi que você tinha um plano, então qual é ele?
Misa olhou para o ser monstruoso a sua frente como se dissesse com os olhos que obviamente Raito não diria nada, Ryuuku tentava impedir que uma gargalhada sonora deixasse seus lábios, era óbvio que o Yagami teria de contar a verdade.
Dando-se por vencido, aquele que seria o deus de um novo mundo, explicou para todos o seu plano. Misa não entendia porque ele realmente estava contando tudo na frente do cara estranho, mas não perguntou. Para Raito e Ryuuku a resposta era óbvia: ele ficaria sabendo ao observar o mundo humano pelo portal, então, no final das contas daria no mesmo. Era estranho que o King resolvesse visitá-los, mas havia outras coisas para se preocupar.
(Ainda no Mundo Humano)
L e Near já haviam desmontado e remontado a fortaleza várias vezes, acabaram por decidir que um quebra-cabeças que ocupasse a sala inteira era mais divertido, e por isso já acabavam de remontá-lo pela terceira vez.- Parece que você se enganou L, se Kira realmente quisesse aparecer, ele já teria feito isso. — Disse Near, encaixando a última peça do quebra-cabeça, enquanto L fazia a mesma coisa, só que na parte em que ficara responsável por montar.
- Eu não acho. Se Kira realmente quisesse aparecer, deveríamos levar em conta que ele é ousado e faria algo grande, mas que chegasse rapidamente ao seu conhecimento. Muitos países encontram-se atentos aos próximos eventos mundiais que acontecerão no Brasil. Nós estamos na América, presume-se que o próximo passo que Kira esperou tanto para dar seja...
Antes que L concluísse sua frase, Near lançou o dardo que se encontrava atrás de sua orelha no Mapa da América situado na parede branca próxima a ele. O dardo ficou grudado na parte onde se encontrava o Brasil, mais necessariamente...
- No Rio de Janeiro — disse o Albino, completando a frase de L.
Os dois concentraram-se no final do American Journal e resolveram que, por enquanto, só observariam, afinal, tudo ainda era apenas uma suposição.
[Enquanto isso no Mundo dos Shinigamis]
King já estava novamente em seu mundo, alguns shinigamis estranharam ao vê-lo carregando uma espécie de tabuleiro em uma das mãos, mas devido à preguiça não tentaram entender o que era, virar caveiras parecia mais interessante.
- Hayato, venha aqui! — Ordenou o Shinigami Rei, enquanto voava até sua sala.
- Sim, King-sama? — Hayato apareceu, segundos após ter sido chamado.
- Vou para a Soul Society, qualquer coisa você resolve. Deixo você no meu lugar, por enquanto.
Hayato assentiu e King voou até o portal que o levaria a Soul Society, não era necessário mais do que alguns segundos para que ele já estivesse onde queria. Depois disso, achar o Líder foi bem fácil, ele estava logo na entrada do local, provavelmente recebendo novos espíritos.
- Então o Líder tem o costume de fazer o trabalho dos empregados? — Zombou King.
- Só quando sei que a visita vai valer à pena — responde Líder, um tanto quanto calmo, e se dirige para sua sala sendo acompanhado por King.
Ao chegarem naquilo que seria o escritório do Líder, os dois sentaram-se e trocaram alguns olhares intrigados.
- Mas então, virou moda a morte fazer uma visita para mim? — Perguntou Líder quebrando a tensão do local.
- Na verdade, a morte resolveu te convidar para um jogo, o que acha? — Respondeu King, colocando o tabuleiro sobre a mesa transparente de Líder.
- Xadrez?
- Xadrez.
- Onde arrumou isso?
- No mundo humano, parece que hoje as coisas vão ficar agitadas por lá — uma gargalhada sonora escapou de seus lábios ao pronunciar tal frase.
- Ainda aquela história dos dois garotos? Parei de acompanhá-los no terceiro mês, resisti demais, eu acho. Estranho eu não ter ignorado-os logo no primeiro mês — Líder tinha certa facilidade para lidar com a contagem do mundo humano, por isso tinha tanta noção sobre as datas.
- Mas agora realmente acontecerá algo, andei acompanhando o último plano e ele promete — havia um tom de vitória estampada na voz de King.
- Ok, então veremos o que há de tão interessante nisso tudo — disse o Líder e em seguida fitou o portal situado na parte de cima do escritório, era possível ter uma ampla visão do mundo humano observando-o.
- E então, faça seu primeiro movimento, King — pediu o chefe da Soul Society.
O shinigami rei começou com um clássico E4² e o Líder respondeu com um C5³, típico início de uma Defesa Siciliana.
- Você anda mais antenado no mundo humano do que parece, não é? — Comentou King, entendendo que tal abertura era muito usada pelos enxadristas humanos.
- É aceitável quando entendemos que o xadrez é um jogo criado pelos humanos, não? — Como sempre o Líder dava respostas não muito educadas, mas com o tom mais educado possível.
As próximas jogadas não foram muito diferentes do comum, nada que precise ser comentado, o interessante é que mesmo parecendo estarem prestando tamanha atenção na partida, ambos mantinham mais de cinqüenta por cento da concentração no jogo dos dois humanos que finalmente começava a se desenrolar.
(Enquanto isso no Mundo Humano)
- Muito engenhoso, um plano bem ousado. Eu não me intrometerei em nada, mas prepare-se para uma surpresa no meio do caminho.
- E você não me contará sobre o que está falando, não é? — Supôs Raito.
- Quem estragaria surpresas? — Perguntou King já deixando o apartamento e levando o xadrez que encontrara em cima de uma das mesas do mesmo.
O Yagami xingava mentalmente o Shinigami Rei, a audácia de King o irritava, mas sacudindo a cabeça, o shinigami humano resolveu não se irritar com isso por enquanto, já estava tudo preparado e não era hora de dar ouvidos a um aviso tão pretensioso quanto aquele.
- Ah, Raito, Misa não agüenta mais esperar! — Exclamou Amane, esta estava deitada no sofá de olhos bem atentos no canal American, ela apenas esperava por uma notícia de última hora no American Journal.
(Ainda no Mundo Humano - Brasil)
- Ryuuku, eu realmente poderei usar esse caderno como eu quiser assim que terminar de fazer o que me pediu, não é?
- Sim, Mário, mate esses humanos na hora certa e as coisas começarão a parecer divertidas — respondeu Ryuuku.
Mário não era rico, morava em um barraco do Complexo do Alemão. O ambiente em que Ryuuku e o maltrapilho estavam era imundo, mal iluminado e super atrativo para insetos nojentos. O shinigami tinha apenas uma certeza: esse não era um lugar legal para se comer uma boa maçã e relaxar.
Mais uma vez os minutos arrastavam-se, mas agora tal lentidão não era devido ao tédio e sim à ansiedade, quanto tempo mais demoraria para que o BOPE resolvesse dar a graça de seu aparecimento?
Paciência, paciência.
Apenas espere - repetia Ryuuku mentalmente, e na outra parte do mundo, Raito convencia-se do mesmo.
Algum tempo depois se ouviu o barulho de veículos pesados arrastarem-se do lado de fora. Entreguem-se agora e não os mataremos, caso contrário... — Ameaçavam utilizando algo como um megafone.
- Agora? — Perguntou Mário, a impaciência surgia em sua voz de uma forma tão evidente que chegava a ser engraçada. Como alguém podia estar tão impaciente para matar dezenas e dezenas de pessoas? Sim, sim, mais do que nunca, Ryuuku lembrava-se sobre quanto os humanos eram interessantes.
- Ainda não, uma vez que a hora da morte tenha sido especificada no Death Note, não se pode mais alterá-la.
Bufando, Mário assentiu e contou mentalmente os últimos dois minutos que faltavam, mas claro, os segundos apenas se arrastavam.
(Enquanto isso no Japão)
- Veja, Raito! Começou, começou! — Exclamou Misa começando a excitar-se, tudo corria conforme o planejado.
Os olhos do shinigami humano emitiam um brilho maligno e ao mesmo tempo vitorioso enquanto observavam o plantão American Journal assumir o horário do momento de fofocas sobre celebridades.
"- E nesse momento, o BOPE ameaça indiretamente a todos os bandidos do Complexo do Alemão, alertando-os que as chances para se entregarem não serão muitas e claro, durarão pouco tempo.
- Mas espere, vejam isso: vários moradores estão deixando suas casas e entre eles, é possível definir alguns rostos conhecidos. Sim, muitos chefes procurados por muito tempo parecem estar-se entregando".
Raito assistia tudo sem ao menos piscar, na verdade ele não precisava piscar, tal ato era humano demais e sua humanidade só chegava até o ponto que ele desejava.
Pouco a pouco as ruas que haviam sido televisionadas já se encontravam lotadas, e as expressões de assombro no rosto dos repórteres era óbvia, ninguém imaginava que uma quantidade tão grande de pessoas aceitassem rapidamente a derrota.
(Enquanto isso no Brasil)
Mário contava, agora, os últimos cinco segundos para que o Death Note fosse realmente dele e sentia como se os dois minutos iniciais fossem os dois minutos mais longos de sua vida, mal sabia ele que sua intuição estava tão certa.
- Agora! — Exclamou Mário, um sorriso nada generoso nascia em seus lábios e se esticava iluminando seu rosto, talvez fosse essa a única iluminação do local.
(Enquanto isso no Japão)
A loira e o shinigami humano mantinham sua atenção voltada ao espetáculo de mortes que assombrava milhões de brasileiros e provavelmente grande parte do mundo nesse momento. Sim, Raito imaginava que todo o mundo que se encontrava no momento com uma televisão ligada assistia ao mesmo espetáculo que ele: dezenas, possivelmente centenas, de mortes por ataque cardíaco ao mesmo tempo. A imprensa não seria tão idiota de não se importar em lançar um momento como esse em todos os canais, agora era questão de tempo para que soubessem que Kira estava de volta.
"- É exatamente como estão vendo, todas as mortes estão mesmo sendo ao vivo e estão longe de ser qualquer atuação".
(Enquanto isso no Brasil)
- Mário, você já ouviu falar em Kira? — Perguntou Ryuuku, dando a impressão que era apenas uma curiosidade momentânea.
- O cara que matava criminosos? Acho que todo o mundo ouviu falar sobre ele — Respondeu Mário, como se respondesse o óbvio.
Ao dizer isso, o homem levantou-se da escada imunda em que estava sentado e correu para fora do barraco onde morava, indo ao encontro dos vários corpos, que se encontravam caídos pelas ruas do Complexo do Alemão.
Aproximando-se das câmeras, apenas gritou:
- Que a justiça de Kira seja feita! — Logo este também caía, junto com seus últimos quarenta segundos que também deixavam de existir.
Ryuuku pegou o Death Note largado na escada e voou para o Japão, despedindo-se da imundície e dos insetos do local, que no momento eram os únicos seres com vida a morar ali.
- Kukuku, Mário Soares Calvantti, você parecia ser interessante e talvez divertido. Mas, sinto muito, você não tem maçãs a oferecer.
(Enquanto isso na Soul Society)
King e Líder ainda disputavam uma equilibrada partida de xadrez, ambos mantinham apenas cinqüenta por cento de concentração na partida e os outros cinqüenta no jogo que acontecia no mundo humano, ainda assim, uma partida genial era jogada.
- Xeque — disse King ao movimentar seu bispo para a mesma diagonal em que se encontrava o rei adversário. Tal palavra não precisava ser pronunciada, este momento já havia sido imaginando por Líder há algum tempo e o mesmo já tinha a maneira perfeita de se safar dessa situação.
No entanto, King sorria vitoriosamente, imaginando que a partida já estava no fim, talvez realmente estivesse.
(Enquanto isso no Mundo Humano - Japão)
Ryuuku já adentrava o apartamento de Amane, e trazia um Death Note em cada uma de suas mãos. A velocidade que usara para chegar tão rápido na parte oriental do planeta era surpreendente, ainda assim, bons minutos haviam-se passado desde que ele deixara o Brasil.
- Ryuuku! — Exclamou Amane, sua felicidade por tudo ter saído conforme o esperado iluminava seu rosto de uma forma que Ryuuku sentiu uma leve ardência nos olhos, devido ao fato de ter se acostumado tanto com o escuro.
- Ora, seu!... — Raito achou melhor não completar a frase, ele era um shinigami agora e expressar a raiva de forma tão vulgar era uma atitude humana demais. — Fazê-lo pronunciar tal frase não estava nos planos, deviam descobrir sobre minha existência sozinhos e não com sua ajuda.
- Kukuku, eu não precisaria matá-lo se ao menos houvesse algumas maçãs por lá, mas o local em que estávamos atrapalharia qualquer diversão futura — explicou Ryuuku.
- Que seja... — Aceitou o Yagami, já estava tudo feito, não havia porque arranjar problemas desnecessários.
- Faremos o seguinte: Ryuuku, você levará esse Death Note que está sobrando para o Brasil e ao chegar lá, encontrará alguém que ao menos conheça o nome dos maiores bandidos do Rio de Janeiro. Provando a autenticidade desse caderno, ele fará o que você pedir se isso garantir que o mesmo fique com ele no final de tudo. Precisamos que o maior número de criminosos morra, então assim que ele lhe disser alguns nomes, consiga o nome de outros.
- Hãn, e como Ryuuku conseguirá isso, Raito? Misa não sabe.
- Simples. Imagine que eu lhe diga o nome de um criminoso com influência, esse saberá de mais alguns nomes, para conseguir que ele lhe diga basta anotar seu nome no caderno e escrever que ele lhe entregará todos os nomes e fotos dos demais criminosos que conhece. Alguns saberão apenas apelidos, nesse caso, consiga o endereço e mate você mesmo, Ryuuku. Mas tudo, deverá ser no momento certo.
- Momento certo? — Repetiu Ryuuku em forma de pergunta.
- Sim, quando o BOPE pedir que se entreguem.
- Eu não entendo muita coisa sobre os humanos, na verdade nada, e muito menos o que seja esse tal BOPE, mas tenho certeza que eles não apareceriam simplesmente porque você quer — comentou King.
- E é por isso que garantiremos que ele apareça. Tenho acompanhado as últimas notícias, e a polícia já desistiu de tentar fazer algo. Há dois eventos importantes que esperam para acontecer no Brasil daqui a alguns anos: A Copa e as Olimpíadas; os demais países já não confiam mais na segurança desse país, assim, o Brasil precisa apenas de um empurrãozinho para convidar o BOPE para a diversão — explicou Raito.
- Acha que vai levar muito tempo até que comecem a comentar sobre a volta de Kira? — Perguntou Ryuuku.
- Na verdade, já devem estar comentando — respondeu Raito. — Furos de reportagem como esse são procurados o tempo todo. — Disse voltando a atenção para a TV.
Marcos Luteriano.
Morre pela manhã, às dez horas*, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.
Fernando Silva Rodrigues.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto de Marcos Luteriano, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.
Marcos Novaes Murênio.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto a ele se encontra Marcos Luteriano e Fernando Silva Rodrigues, a morte é instatânea após a explosão do ônibus.
Paulo Augusto Paixão.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto a ele se encontra Marcos Luteriano, Fernando Silva Rodrigues e Marcos Novaes Murênio, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.
Mateus Faria Barbosa.
Morre pela manhã, às dez horas, em um ônibus incendiado na Avenida Vincent de Carvalho, junto a ele se encontra Marcos Luteriano, Fernando Silva Rodrigues, Marcos Novaes Murênio e Paulo Augusto Paixão, a morte é instantânea após a explosão do ônibus.
- Raito, Misa escreveu tudo como você mandou — disse Amane esticando o caderno para o Yagami.
- Mas, Raito, já vai começar matando tantas pessoas assim? — Pergunta Ryuuku.
- São apenas alguns criminosos identificados no American Journal. Como a causa da morte já havia sido especificada antes, repetir os nomes só vai assegurar que todos morram juntos, já que não morrerão por ataque cardíaco se a Misa já tinha deixado clara como seria a morte. Precisamos escolher alguém para incendiar o tal ônibus agora, Ryuuku. Deixarei isso com você, quando chegar ao Brasil.
Ryuuku assentiu e seguiu para o Brasil, a pessoa que escolhera para entregar o Death Note foi Mário Soares Calvantti, conforme Raito imaginara, ele aceitou incendiar o ônibus e seguir com o resto do plano em troca do Death Note.
- No final, esse Mário também era um criminoso, ele realmente morreria pelas mãos de Kira, só não precisava ter sido tão cedo, Ryuuku — Disse Raito e Ryuuku soltou uma gargalhada.
(Enquanto isso na Soul Society)
King não sabia se sua empolgação era devido ao fato de que um dos seus estava ganhando de um dos espíritos de Líder ou se porque ele próprio estava perto de dar o xeque-mate no Líder, mas de qualquer forma, era óbvio que empolgado ele estava.
O tempo na Soul Society não era o mesmo que no mundo humano, embora parecesse ter-se passado muito tempo, Líder não pensara mais do que alguns segundos para escapar do xeque dado por King há algum tempo.
Mas como? — Perguntou-se King, ele tinha certeza de que era impossível para Líder sair tão bem de um xeque como aquele.
Meio indignado com a resposta tão avassaladora de Líder, King foi obrigado a recuar com seu bispo e novamente o jogo parecia estar empatado, mas ainda assim, havia certa vantagem para o integrante da Soul Society.
(Enquanto isso no Mundo Humano)
- Parece que ele conseguiu — disse Near cacheando uma mecha de seus cabelos.
- Sim, é o que parece — confirmou L.
Os dois observavam todo o teatrinho que se desenrolava no Brasil pelo American Journal, e ainda assim mantinham-se calmos. A verdade é que para nenhum dos dois importava de fato quem era a justiça ou quem fazia a lei, os dois jogavam porque lhes parecia divertido. Tanto um quanto o outro já havia quebrado leis de diversas maneiras, tudo pelo prazer de vencer o jogo no fim das contas, e era interessante admitir que Kira fosse um adversário a altura.
- Faremos aquilo agora? — Perguntou Near, deixando o bonequinho, com o qual brincava até o momento, de lado.
- Parece um bom momento, vamos interferir nesses comentários sobre a volta de Kira, com certeza ele estará assistindo no momento.
L aproximou-se de Near e unificou seu espírito ao espírito do albino, afinal, espíritos atraem espíritos, não? Era meio estranho que algo assim acontecesse, nenhum dos dois imaginavam que isso era possível, mas era bom, juntos seriam mais convincentes.
(Ainda no Mundo Humano)
Raito ouvia atentamente os comentários que faziam sobre a volta de Kira, mas então o programa saíra do ar, e em seu lugar aparecera a tão famosa letra que o perturbara antes: L.
"- Kira, devo dizer que estou impressionado, não é como se eu não imaginasse o que você faria, mas não imaginei que você se daria ao luxo de usar um final tão apelativo. Acha mesmo que era necessário apelar ao mundo utilizando-se daquele cidadão segundos antes de sua morte? Não, não era, e você sabia disso. Isso não estava em seus planos, não é?
Quer mesmo que acreditem que Kira reapareceu em outra parte do mundo? Pois eu digo que não, você ainda está no Japão. Algumas manias não mudam nunca, e isso inclui o seu desejo maligno de mudar o mundo com suas ações. Novamente eu afirmo: Kira é o mal, você acha que utiliza os métodos certos, mas não utiliza. Aproveite seus momentos de glória, pois eu, L, certificar-me-ei de que eles acabem".
Estático, essa palavra definia como Raito encontrava-se.
- Maldito, maldito, maldito! — Exclamava Raito, a raiva consumindo-o aos poucos.
- Muito engenhoso, um plano bem ousado. Eu não me intrometerei em nada, mas prepare-se para uma surpresa no meio do caminho. — Relembrou o Yagami.
- King!... — Começou o shinigami humano. — Eu sabia que você estava aprontando alguma pra cima de mim, maldito!
Misa e Ryuuku observavam a raiva de Raito sem entenderem coisa alguma, o shinigami foi quem teve a coragem de perguntar o que estava acontecendo.
- O que está acontecendo?! Vocês não viram a declaração de L?
- Era apenas Near, Raito. Você não disse que ele era muito inferior?
- Ryuuku, não era Near. Era L. Aquele maldito King o trouxe de volta, de alguma forma, aquele era L — Raito parecia estar enlouquecendo.
- Como pode ter tanta certeza?
- Toda essa confiança, essa ousadia..., o mesmo truque ridículo de me tirar do sério com uma apariçãozinha pela TV e ainda o aviso do King. Está tão óbvio que chega a ser irritante.
Sacudindo a cabeça, o Yagami buscou por algum índice de calma que ainda restava dentro dele e se aproximou de Amane.
- Misa, quer que eu te ame para sempre, não quer? — A garota mal podia acreditar no que ele a perguntava, era tudo que ela mais queria, no entanto, só conseguia assentir com a cabeça.
- Então pare de referir a si mesma em terceira pessoa, fica mais fácil de nos aproximarmos sem essa distância idiota imposta pelos nomes. — No estado em que Raito estava até detalhes que nunca o importaram, pareciam importar agora e ao ver que a garota assentia sorrindo, como se admitindo que fosse fácil fazer isso, continuou: — Você realmente fará tudo que eu quiser, não fará, Misa? — A garota assentiu novamente, estar tão próxima de Raito por desejo dele e não dela, estava deixando-a sem fala.
- Venceremos L juntos — disse e no momento seguinte juntou seus lábios aos da jovem. Misa não acreditava no que estava acontecendo, ela vivia um momento entre a realidade e os sonhos, mas seu coração batia tão desesperadoramente que parecia lembrá-la de que realmente estava acordada. Faltaria palavras para que ela pudesse descrever o que sentia, mas a falta das mesmas não importava, ela não precisava delas para fazer o que mais queria no momento: aprofundar o beijo.
Qual era o sentido de ter Misa em suas mãos? Ela sempre estivera pronta para viver ou morrer por ele, não era? Então para que todo esse teatro? — Perguntava-se ele. Na verdade ele já tinha todas as respostas que procurava, e elas se resumiam na aceitação de que parte dele ainda era humana, e que por mais que odiasse isso, ainda havia desejos e emoções humanas dentro dele. Beijar a garota não significava nada para o Yagami, apenas acalmava o choque de emoções que se apossavam dele naquele momento.
Interrompendo o beijo, ele apenas sorriu, um sorriso frio, sem grandes demonstrações de felicidade — afinal, ela não existia —, agora mais do que nunca seus objetivos encontravam-se ameaçados pelo mesmo encosto de sua vida mortal. Misa tentava-se lembrar de que precisava continuar respirando, agora seus lábios conheciam os lábios da morte, mas mesmo assim, a sensação não podia ser melhor.
(Enquanto isso na Soul Society)
- Xeque-mate — disse o Líder, levantando-se da mesa.
King estava perplexo, por vários momentos ele parecia ter total controle da partida, mas no final fora pego de surpresa. A raiva deixava sua face ainda mais assustadora. Levantando-se, o Shinigami Rei deixou a sala, dando a entender que voltaria para o Mundo Shinigami, mas claro, não se despediu.
O Líder nem se deu ao trabalho de perguntar se ele iria mesmo deixar o jogo, era óbvio que sim. Por que ele levaria algo que demonstrasse sua derrota? No olhar medonho de King havia uma promessa de revanche, mas o integrante da Soul Society não se importou com isso.
- O que vão fazer agora, meninos? — Perguntou Líder, mais para si mesmo do que para os doisterrestres, já que eles não poderiam escutá-lo.
Não era possível saber qual dos lados lutava pela coisa certa. No final, a verdade é sempre a mesma, mas o senso de justiça não, por isso, o mundo continua girando em torno de pensamentos que se opõem.
continua...
¹ : Anotação comum de uma partida de xadrez, significa que o peão do rei foi para a casa E4.
²: Abertura comum que caracteriza uma Defesa Siciliana, C5 indica que o peão do bispo foi para a casa C5.
*: A hora foi algo inventado, não levem em conta o horário oficial do ônibus incendiado no Rio de Janeiro, porque eu não faço ideia de que hora isso aconteceu.
Comentário da Autora: muita informação num único capítulo. Esse negócio de dois espíritos ocupando o mesmo corpo, aiiai, tenho assistido Yu-Gi-Oh! demais u.ú
'-' Obrigada a todos que tem acompanhado essa FIC. Eu gosto muito de escrevê-la, isso faz a autora aqui acreditar que é inteligente haha *-* Sem contar que é linda a sensação de ter o Raito e companhia ao meu dispor u.ú
Aviso: Vou usar o termo Shinigami Rei com iniciais maíusculas porque King significa rei, então é quase como se eu estivesse apenas pronunciando o nome dele em outro idioma.
Pra alegria dos amantes de L e Near, de plantão, acho que o próximo capítulo será mais centrado neles ;]
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