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segunda-feira, 30 de junho de 2014

PENPAL - Parte 4 - Mapas



continuação da creepypasta Penpal, leia antes Penpal parte 3

Teve um comentário no ultimo post que me fez lembrar uma coisa da minha infância, que sempre considerei estranha, mas nunca relacionei ao conteúdo das minhas histórias. Agora, sei que é. É engraçado como a memória funciona. Detalhes podem estar lá, presentes na sua cabeça, esparsos e bagunçados, até que um único pensamento ligue os pontos instantaneamente. Nunca tinha pensado nesses acontecimentos por que estava concentrado nos detalhes errados. Voltei pra casa da minha mãe e revirei meus antigos trabalhos de escola procurando por algo que pensava ser importante. Não achei, mas continuarei à procura. Mais uma vez, peço desculpas pelo tamanho do texto.

A maioria dos bairros em cidades antigas não foi pensando-se que a população poderia aumentar exponencialmente e precisaria de lugar pra ser acomodada. O desenho das estradas é, geralmente, só uma resposta aos obstáculos geográficos e à necessidade de juntar pontos de relevância econômica. Uma vez que haja essas conexões, novas empresas e ruas se apenas se posicionam estrategicamente ao esqueleto já existente; eventualmente, os trajetos estabelecidos serão fossilizados em asfalto, deixando espaço apenas pra algumas modificações ou adições, nunca pra uma mudança dramática.
O bairro da minha infância deve ter sido antigo, acho. My childhood neighborhood must have been old, then. Se a menor distância entre dois pontos é uma reta, meu bairro é provavelmente um caracol. As primeiras casas devem ter sido construídas ao redor do rio e, gradualmente, a areá habitada cresceu à medida que novas ruas foram adicionados ao mapa original, mas todas essas terminavam abruptamente em algum ponto aleatório – só tinha uma entrada e saída no bairro todo. A maioria dessas “extensões” eram limitadas por uma vala que tanto começava quanto terminavam no rio e pareciam, como eu acabei chamando-as, com trincheiras. Muitas das casas originais tinham quintais enormes, mas alguns terrenos tinham sido divididos, deixando limites cada vez menores entre cada propriedade. Um mapeamento aéreo do bairro daria a impressão de que uma lula gigante morreu no meio do bosque e algum empreendedor aventureiro achou seu corpo, fazendo ruas e rodovias a partir dos tentáculos, só pra, no fim, retirar seus investimentos de lá, deixando só tempo, vontade e desespero de dividir a terra numa tentativa vergonhosa de organizar o lugar sob uma proporção áurea.

Da minha varanda, dava pra ver as casas antigas ao redor do lago. A casa da Dona Maggie era minha favorita. Ela tinha, numa perspectiva otimista, uns oitenta anos de idade, mas apesar disso era uma das pessoas mais amigáveis que já conheci. Tinha uma cabeça meio avoada, cachinhos brancos e usava vestidos leves com estampas florais. Sempre falava, da varanda de casa, comigo e com Josh enquanto nadávamos, e nos convidava pra lanchar. Dizia que era solitária por que seu marido, Tom, viajava muito a negócios. Josh e eu sempre dizíamos não por que, por mais legal que Dona Maggie fosse, tinha algo de estranho com ela.

Às vezes, quando nadávamos pra longe, ela dizia

-Chris e John, são bem vindos aqui quando quiserem! – E ainda a ouvíamos no caminho de volta pra casa.

Dona Maggie, assim como a maioria dos moradores das casas antigas, tinha um sistema de irrigação ligado num timer, que devia ter quebrado em algum momento por que os sprinklers ligavam diversas vezes de dia e de noite o ano inteiro. Por mais que nunca tenha feito um frio de nevar muito, muitas vezes eu saí de casa de manhã pra ver o quintal da Dona Maggie transformado por água congelada num paraíso ártico surreal. Os outros quintais permaneciam estéreis e secos pela mordida gélida do frio invernal, mas lá, bem no meio daquela lembrança constante de como a natureza é selvagem, havia um belo oásis de gelo, parado como estalactites caindo em cada ramo de cada árvore e em cada folha de cada arbusto. Reluzia com o nascer do sol e cada pedacinho de gelo moldava a luz num arco-íris que devia ser apreciado logo antes que irritasse os olhos. Mesmo criança, era atingido por essa beleza. Josh e eu constantemente íamos lá pra caminhar na grama congelada e brincar de esgrima com os pedaços de gelo.

Uma vez perguntei pra minha mãe por que ela deixava os sprinklers ligados. Mamãe pareceu pensar numa explicação antes de responder:

-Bom, amor, a Dona Maggie é bem doente, e, às vezes, quando piora, ela fica confusa. Por isso confunde você com o Josh. Ela não quer ofender, só não lembra das coisas. Ela vive naquela casa enorme sozinha. Tudo bem falar com ela quando for nadar, mas quando ela convidar pra entrar, diz que não. Seja educado, não vai magoar.

-Mas ela vai se sentir menos sozinha quando o marido voltar, né? Quanto tempo ele vai viajar a negócios? Parece que ele tá sempre longe. – Mamãe hesitou e pude perceber que estava bastante chateada. Finalmente, respondeu:

-Amor... O Tom não vai voltar pra casa. Tom foi pro céu. Ele morreu anos e anos atrás, mas a Dona Maggie não lembra. Ela se confunde e esquece, mas o marido nunca vai voltar pra casa. Se alguém se mudasse pra lá, ela podia até confundir e pensar que era ele, mas ele se foi, amor.

Eu devia ter só uns cinco ou seis anos quando ela me contou isso, e, ainda que não tivesse compreendido tudo completamente, fiquei profundamente triste pela Dona Maggie. Agora sei que a Dona Maggie tinha Alzheimer. Ela e o marido Tom tiveram dois filhos: Chris e John. Os dois tinham combinado com as empresas pra revezar os pagamentos pela água e pela luz, mas nunca iam visitar. Não sei se algo aconteceu entre eles, se era a doença, ou se eles só vivam longe demais, mas nunca apareceram. Não tenho ideia de como eram fisicamente, mas houve vezes em que a Dona Maggie deve ter pensado que Josh e eu parecíamos com seus filhos quando crianças. Ou talvez ela só viu o que uma parte desesperada de sua mente quis ver; ignorar as imagens vindas do nervo ótico pra reviver as lembranças. Só agora que vejo o quão sozinha ela devia ser.

Durante as férias de verão da escola, antes dos eventos descritos em Balões, Josh e eu começamos a explorar o bosque perto da minha casa e o conjunto de valas do lago. Sabíamos que os bosques entre nossas casas eram ligados, e achamos que ia ser demais se o lago perto da minha casa fosse de alguma forma ligado ao córrego perto da dele, e aí resolvemos descobrir.

Íamos desenhar mapas.

O plano era criar dois mapas separados e juntá-los depois. Íamos fazer um mapa explorando a área ao redor do córrego perto da casa dele e depois outro, seguindo a partir da minha casa.

Originalmente, íamos fazer um só, mas percebemos que não seria possível que comecei a desenhar o mapa da minha tão grande que não foi possível encaixar a rota da casa dele na escala. Deixamos o mapa do lago na minha casa e o do córrego na dele, e íamos completando os dois enquanto dormíamos na casa um do outro.

Nas primeiras semanas, deu tudo certo. Caminhávamos pelas árvores ao redor da água e pausávamos toda hora pra completar os mapas e parecia mesmo que os dois iam se juntar em algum ponto. Não tínhamos nada do que é exigido pra esse trabalho – nem mesmo um compasso – mas tentamos compensar. Tivemos a ideia de enterrar um pedaço de pau no chão ao fim de uma caminhada pra, quando o achássemos de novo, sabermos que os dois mapas tinham finalmente se encontrado. Talvez fomos os piores cartógrafos do mundo. Uma hora, no entanto, o matagal se tornou denso demais perto da água e não conseguimos ir mais longe. Perdemos um pouco do interesse pelo projeto e diminuímos as explorações significativamente – embora nunca tenhamos parado de fato – quando começamos a vender raspadinha.

Depois que mostrei as fotos que trouxe da escola pra minha mãe e ela confiscou minha máquina de raspadinha, nosso interesse por mapas foi revitalizado. Tivemos que bolar outro plano. Ainda que não entendesse o porquê, minha mãe impôs restrições severas no que eu podia fazer ou onde podia ir, e tinha que dar sinal de vida toda hora quando saía pra brincar com Josh. Isso significava que não podíamos passar horas no bosque procurando por outro jeito de atravessar a parte densa. Pensamos em simplesmente ir nadando quando chegássemos a ela, mas não daria certo já que o mapa ficaria molhado. Tentamos ir mais rápido quando saímos da casa do Josh, mas sempre acabávamos parados no mesmo ponto. Aí tivemos uma ideia brilhante.

Construir uma jangada.

Devido a obras na vizinhança, havia muito resto de material de construção que a empreiteira jogava nas valas pra deixar as ruas e o campo de construção livres, já que não era mais necessário.

Pensamos originalmente num navio formidável, com mastro e âncora, mas essa ideia rapidamente se desmantelou em algo mais simples. Pegamos madeira e canos cheios de palha e os amarramos usando corda e barbante de pipa.

Partimos um pouco antes da casa de Dona Maggie e lhe demos adeus, enquanto ela nos implorava pra voltar. Não havia nada pra nos impedir. A jangada funcionou bem e, embora falássemos como se aquilo tivesse sido muito fácil de construir, sei que pelo menos eu estava muito surpreso. Tínhamos um galho de árvore bem grande pra usar como remo, mas vimos que era muito mais fácil simplesmente usá-los pra impulsionar o barco a partir do chão do lago do que realmente navegar com eles. Quando a água ficava funda demais, simplesmente deitávamos de bruços e usávamos as mãos pra empurrar, e funcionava – mesmo que não tão bem. Da primeira vez que fizemos isso, lembro de pensar que, de longe, parecia um cara muito gordo de braços bem finos nadando.

Na verdade, demorou bastante pra levar a jangada até o pedaço de mata impenetrável que marcava até onde tínhamos ido. Depois da ideia de marcar o caminho com um pedaço de pau, planejamos ir até a marcação e, aí, tão precisa e cuidadosamente quanto conseguíamos, rastrear nosso curso. Isso significou que o obstáculo estava bem longe e navegar da minha casa até o maço de árvores demoraria mais do que o esperado. Navegávamos um pouco e aportávamos a jangada, pra na próxima vez chegar lá a pé pelo bosque e ir um pouco mais longe. Devíamos estar indo muito bem, mas quando finalmente conseguimos chegar ao obstáculo e tivemos a oportunidade de ir além, não achamos lugar pra estacionar a jangada. O mato era denso demais e a água tinha erodido a terra ao ponto de haver mais de meio metro de margem descamada, expondo as raízes torcidas e podres das árvores. Dávamos a volta toda a vez e deixávamos a jangada no mesmo obstáculo que nos obrigara a construí-la em primeiro lugar. Pra piorar, o inverno chegou e não tínhamos desculpa pra sair de sunga; chegamos a lugar nenhum – sempre tínhamos de voltar pra casa antes de conseguir resolver algo.

Num sábado, lá pelas sete da noite, Josh e eu brincávamos quando um dos colegas de trabalho da minha mãe bateu na porta. Seu nome era Samantha, e lembro bem dela por que a pedi em casamento uns dois anos depois quando fui visitar minha mãe no trabalho. Minha mãe disse que ia ter que sair pra resolver uns problemas que surgiram no serviço e que voltaria umas duas horas depois. O carro dela estava no conserto, e ela teve de ir de carona com Samantha. Concluí que a culpa do problema era de Samantha e a briga no carro que levaria duas horas. Disse que, sob nenhuma circunstância, devíamos sair de casa ou abrir a porta e, quando estava dizendo que ia ligar a toda hora pra saber se estávamos lá, lembrou que o telefone fora cortado por conta de pagamentos atrasados – por isso Samantha chegou de surpresa. Ela me olhou profundamente nos olhos enquanto saía de casa e disse:

-Se comporte.

Era nossa chance. A vimos sair pela rodovia perto e, assim que o carro sumiu de vista, corremos para meu quarto. Larguei a mochila no chão enquanto Josh pegava o mapa.

-Ei, você tem lanterna?

-Não, mas a gente volta bem antes de escurecer.

-Acho que, só de precaução, a gente devia levar uma.

-Minha mãe tem uma, mas não sei onde ela deixa... Pera! – Corri pro armário e puxei uma caixa da prateleira de cima.

-Tem uma lanterna aí? – Josh perguntou.

-Não exatamente....

Abri a caixa e mostrei três sinalizadores que tinha pegado da pilha que minha mãe tinha feito pro Quatro de Julho daquele verão; junto de um isqueiro que consegui roubar dela uns meses antes, tínhamos garantida pelo menos alguma luz caso precisássemos. Isso aconteceu um pouco antes de eu vir a sentir medo do bosque à noite, então não era medo que nos fez procurar uma luz – não completamente. Jogamos tudo na mochila e saímos pela porta de trás, lembrando de trancá-la pra que Boxes não saísse. Tínhamos uma hora e cinquenta minutos.

Corremos pelo bosque tão rápido quanto dava e chegamos na jangada em uns quinze minutes. Estávamos de sunga por baixo das roupas, tiramos nossas camisas e shorts e os largamos em duas pilhas a um metro da margem. Desamarramos a jangada, pegamos nossas coisas, nos mandamos.

Tentamos nos mover rapidamente pra chegar a algum lugar além do que já estava no nosso sempre-crescente mapa, por que não tínhamos tempo a perder com paisagens já catalogadas. Sabíamos que éramos mais devagar na jangada, e que estávamos navegando havia um tempinho depois do ponto denso demais pra seguir andando e não havia onde parar a jangada. Isso significava que teríamos que seguir com a jangada até o ponto original mesmo que achássemos outro lugar pra estacionar.

Depois de ultrapassar os limites de nosso mapa, a água começou a ficar funda de verdade e não conseguimos mais alcançar o fundo com os galhos de árvore. Deitamos de bruços e remamos com as mãos. Estava ficando mais escuro e mais difícil de distinguir o caminho. Estávamos ficando nervosos. Na tentativa de ir rápido, batíamos as mãos rápido e causávamos muito barulho quebrando a tensão superficial da água. A todo momento, ouvíamos o barulho de folhas amassadas e galhos pisados do nosso lado. Quando parávamos de remar e ficávamos quietos, o barulho diminuía ao ponto de nos fazer pensar se realmente tínhamos ouvido algo. Não tínhamos ideia de que animais viviam tão longe no bosque e nem queríamos descobrir.

Enquanto Josh olhava o mapa com a ajuda do meu isqueiro, de repente nos demos conta de que não tínhamos imaginado os barulhos. De forma rápida e ritmada, escutamos. Pisão, amasso, pisão. Parecia estar um pouco distante, indo pelas árvores além de onde chegamos com o mapa. Estava escuro demais pra ver. Não pensamos quanto tempo o sol ia durar.

Com medo, gritei:

-Olá?

E houve um momento de tensão enquanto permanecíamos estáticos na água. O silêncio foi quebrado por uma gargalhada.

-Oiiii? – Josh riu.

-Que foi?

-Olá, Sr. Monstro-Do-Bosque. Eu sei que você tá se escondendo por aí, mas quem sabe você não responde meu olá? Oláááááá!

Percebi o quão estúpido era. Qualquer animal que fosse, não ia responder. Nem percebi o que tinha dito, mas se houvesse algo ali de verdade, obviamente não ia responder. Josh continuou.

-Oiiiii – Num falsetto alto.

-Oi. – Respondi, no barítono mais grave que consegui

-Oi aê, colega!

-O-lá. Bip, bip.

-Oiiiiiiiiiiiiii-IIIIIIIIIIIIII-iiiiiii!

Continuamos a rir da cara do outro. Estávamos virando a jangada pra voltar quando escutamos:

-Oi.

Um sussurro forçado, como se saísse do último suspiro de um par de pulmões moribundos, mas não soava doente. Saiu de um ponto além do mapa, atrás de nós já que viramos a jangada em outra direção. Lentamente, voltei com a jangada em direção ao som, acendendo um sinalizador. Queria ver.

-O que você tá fazendo?! – Josh surtou. Acendi o sinalizador. As faíscas se misturavam à água enquanto o erguia em direção ao céu. Nunca tinha atirado um desses e pensei só em usá-los como via nos filmes. Um orbe verde e brilhante saiu da ponta em direção às estrelas e sumiu, rapidamente. Abaixei o braço, mirando o horizonte. Lembro que era de várias cores, mas não lembro quantas vezes atirei antes de esgotar a pólvora. Outra bola de luz seguiu em direção às árvores mas, ainda assim, vi nada.

-Vamos embora, cara! – Josh me pressionou, olhando o caminho de volta e me cutucando desesperadamente.

-Só mais um...

Abaixando o braço mais um pouco, atirei outra bola vermelha do tubo. Voou direto pra frente até bater em uma árvore, aumentando o diâmetro de leve enquanto se desfazia.

Nada.

Larguei os fogos na água e vi outra bola de luz se soltar e apagar logo depois, engolida pela água. Quando começamos a remar de volta pra casa, ouvimos um farfalhar alto e desesperador na mata. Galhos quebrando e folhas amassadas engoliram o som de nossas batidas.

O que quer que fosse, corria.

Em pânico, batemos as mãos violentamente e senti a corda embaixo do meu peito arrebentar.

-Josh, devagar!

Mas foi tarde demais. A jangada quebrava. Logo se desfez completamente. Nos agarramos cada um a um cano solto, mas estes não eram grandes o suficiente pra nos sustentar acima da água. Nossas pernas pendiam embaixo da água fria.

-Josh, anda! – Gritei ao apontar pra água ao redor dele.

Ele tentou, mas estava frio demais pra se mexer e nós dois vimos o mapa ir embora.

-Tá f-f-f-frio, cara! –Josh tremeu, desesperado – Vamos sair d’água!

Nos aproximamos da margem, mas cada vez que tentávamos sair do lago, ouvíamos o barulho enlouquecedor vindo em nossa direção. Ficamos fracos e com frio demais pra tentar.

Com dificuldade, saímos de lá e nos vimos de novo perto de onde tínhamos estacionado a jangada. Saímos da água e tentamos salvar o resto da jangada, mas o cano do Josh escapuliu e voltou pro lago. Tiramos as sungas, desesperados pra vestir roupas secas e nos proteger do vento frio. Pus os shorts e notei algo errado. Me virei pro Josh.

-Cadê minha camisa, cara?

Ele deu de ombros e sugeriu:

-Talvez tenha caído na água e sumiu no lago.

Disse pro Josh voltar pra minha casa e falar que tínhamos ido brincar de esconde-esconde se minha mãe tivesse chegado. Tinha que tentar achar a camisa.

Corri pra detrás das casas e procurei por cima da água pela margem. Me ocorreu que, com sorte, talvez pudesse achar o mapa também. Estava indo rápido por que precisava ir pra casa logo e desistindo quando fui interrompido pelo som atrás de mim.

-Olá.

Pulei de susto. Era Dona Maggie. Nunca a vi de noite e, à luz fraca, parecia frágil demais. O calor que normalmente emanava parecia destruído pelo frio. Não lembrava de tê-la visto sem sorrir, sua cara parecia estranha.

-Oi, Dona Maggie.

-Ah, Oi Chris! – O calor e o sorriso retornaram, mesmo que sua memória falhasse – Não conseguia te ver por que tá escuro aqui.

De brincadeira, perguntei se ia me convidar pra lanchar, mas ela respondeu que uma outra hora; estava ocupado demais procurando meu mapa e a camisa pra questionar e ela parecia feliz. Não me senti mal. Ela disse uma ou outra coisa depois, mas estava distraído demais pra prestar atenção. Disse boa noite e corri em direção a minha casa. Atrás de mim, ouvi seus passos no quintal congelado, mas não virei pra acenar. Tinha que chegar em casa.

Cheguei uns dois minutos antes da minha mãe e, quando ela entrou, eu e Josh já tínhamos trocado de roupa e nos aquecido. Nos livramos de uma, mesmo perdendo o mapa.

-Não conseguiu achar?

-Não, mas vi a Donna Maggie. Ela me chamou de Chris de novo. To falando, fica feliz de não ter visto ela à noite.

Rimos e ele perguntou se eu fui convidado pra lanchar, dizendo que o lanche deve ser realmente ruim por que ninguém aceitava ele. Disse que ela não convidou e ele se surpreendeu e, depois de parar pra pensar, eu também. Toda vez que a víamos, ela nos convidava e, agora, mesmo que ironicamente, eu me convidei e fui recusado.

Enquanto Josh falava mais, percebe de repente que o isqueiro ainda devia estar no meu bolso e seria um desastre se mamãe o achasse lá. Peguei os shorts do chão e apalpei; senti alguma coisa que não era o isqueiro. Do bolso traseiro, tirei um pedaço de papel dobrado e meu coração parou.

-O mapa? – Pensei – Mas eu vi indo embora – Desdobrando o papel, meu estômago se revirou enquanto eu tentava entender aquilo. Desenhado no papel, dentro de um círculo, havia dois bonequinhos de palito de mãos dadas. Um muito maior que o outro, ambos sem face. O papel fora rasgado e uma parte se perdeu. Havia um número escrito no canto superior direito. Ou 15 ou 16.

Nervosamente, dei o papel a Josh e perguntei se ele, em alguma hora, tinha posto no meu bolso. Ele negou e perguntou por que eu estava daquele jeito. Apontei pro bonequinho menor e pro que estava escrito lá.

Minhas iniciais.

Tentei esquecer e continuei a falar com Josh da Dona Maggie. Tinha culpado nossa ao fato de ela ser doente até pensar melhor nisso tantos anos depois. Pensando bem, o sentimento de tristeza por ela vem, junto de um desespero quando imagino por que ela disse “outra hora”. Eu sabia o que ela disse, mas não entendi naquela noite o que significava. Não entendi suas palavras até semanas depois, quando vi homens de macacões laranja estranhos carregarem pra fora de sua casa o que pensei serem sacos de lixo e nem por que a rua cheirava a cadáver. Também não tinha entendido por que lacraram sua casa e trancaram com painéis de madeira um pouco antes de nos mudarmos. Mas agora entendo

Entendo por que suas palavras foram tão importantes, mesmo que nem eu nem ela tenhamos percebido naquele instante.

Dona Maggie me contou que, naquela noite, Tom voltara pra casa, mas agora sei quem realmente se mudou; do mesmo jeito que sei por que não vi seu corpo ser levado numa maca.

Aqueles sacos não tinham lixo dentro.

continua na parte 5...

domingo, 29 de junho de 2014

Primeira Igreja abertamente satânica.

Este é Anton Szandor LaVey.



Músico, fotógrafo forense e domador de feras em circos, mas mundialmente conhecido por ser o fundador da primeira igreja abertamente satânica da história, a ''Church Of Satan''.

Slenderman - creepypasta (100% ZOADA)

Slenderman, não pode ser chamado de humano porque ele é um macaco, mais atraí suas presas pirralhos mijões, que são crianças pedofelo do carai, usando esta forma de pastor de igreja. 
  Ele veste um terno preto veja ai umas uma vez a semelhança com um pastor, e consegue se esticar em tamanhos desumanos inclusive a giroba, que provocam medo pau grande.
Com seus braços esticados e outros membros desumanos, consegue atrair e hipnotizar as novinhas suas presas, afim de ficarem imóveis e sem reação fazendo o quadradinho de 8.
  Ele nunca deixa nenhum rastro de suas vítimas ou do dinheiro(veja mais uma vez a semelhança com o pastor).
Várias pessoas drogadas que já afirmam terem visto o coelhinho da pascoa, dizem que ele aparece em meio a florestas e nevoeiros e no seu quarto quando você estiver se masturbando, principalmente á noite viu!.
  Também á relatos de sua aparição em rios, se banhando ou pescando a pais e crianças que afirmam que o ser Michael Jackson tenha entrado em quartos de crianças com janelas abertas, a maioria de suas aparições são no Japão e Noruega porque ele tem tara por japinhas, mais há casos de várias outras em todo o mundo menos no Acre.

Lenda Urbana? Papo pra boi dormir eu sei que você já esta se mijando ai

As imagens abaixo não confirmam isso editadas no photoscape:

 
saca só a cara de mau do gordinho

                                   créditos pelo filtro:Retrica

Esta foto foi tirada por uma família quando estavam abrindo um caminho para sua casa o fotografo manjava de photoscape, um tempo depois da foto tirada e postada no facebook, as duas crianças sumiram plim.
slender man zoado
Se você tiver algum pesadelo com o Michael Jackson dead ser, cuidado, você é a próxima vítima dele fudeu.


Creepypasta original

PENPAL - Parte 3 - Boxes

Creeepysterror


continuação da creepypasta Penpal, leia antes Penpal parte 2

Para aqueles que leram minhas outras histórias e perguntaram se haviam respostas "secretas", eu quero me desculpar por ter sido desonesto. Eu disse diversas vezes nos comentários que não havia acontecido nada após a história dos “Passos”, mas isso não era verdade. Os acontecimentos a seguir não estavam escondidos no fundo da minha mente; eu sempre me lembrei deles. Eu não lembrava até relembrar sobre os “Balões”, e falei com minha mãe sobre os acontecimentos após ela que percebi que esta história está ligada com o resto, mas eu não havia planejado em compartilhá-la com ninguém. Meu desejo de esconder esta memória era maior por causa de que eu não a vi com bons olhos; e eu também queria ter alguma testemunha para me ajudar a contá-la, de forma a não deturpar o que aconteceu. Eu não esperava que haveria tanto interesse em minhas histórias, então acho que nunca fui realmente “pressionado” para contar mais detalhes, e ficaria feliz de guardar isso para mim mesmo pelo resto de minha vida. Eu não tenho sido capaz de chegar à outra parte, mas eu me sentiria hipócrita retendo esta história daqueles que queriam mais informações, agora que eu falei com minha mãe e outra linha de conexão foi estabelecida. O que se segue é tão preciso quanto uma lembrança que tive. Peço desculpas pelo tamanho.
Passei o verão antes do meu primeiro ano do ensino fundamental tentando aprender a subir em árvores. Havia um particular pinheiro fora da minha casa que parecia quase projetado para mim. Tinha galhos que estavam tão baixos que eu poderia facilmente agarrá-los sem um impulso, e durante os primeiros dias eu aprendi a puxar-me para cima para que pudesse apenas de sentar-me no galho mais baixo, balançando os pés. A árvore estava fora da nossa cerca e era facilmente visível a partir da janela da cozinha, que estava em cima da pia. Antes de muito tempo minha mãe e eu desenvolvemos uma rotina, onde eu iria brincar na árvore enquanto ela lavava a louça, porque ela poderia facilmente me ver enquanto ela fazia outras coisas. 
À medida que o verão passou, minhas habilidades aumentaram e após um tempo eu estava subindo a um ponto mais alto. Como a árvore ficou mais alta, seus ramos não só ficaram mais finos, mas também mais amplamente espaçados. Eu finalmente cheguei a um ponto onde eu não poderia realmente subir mais, e assim o jogo teve que mudar; eu comecei a me concentrar na velocidade, e no final eu poderia alcançar o meu ponto mais alto em vinte e cinco segundos.
Eu fiquei muito confiante em uma tarde e tentei pisar de um galho que eu estava antes para um próximo. Eu caí cerca de vinte metros e meu braço quebrou bem feio em dois lugares. Minha mãe estava correndo em minha direção e gritando, e eu me lembro dela parecendo que estava debaixo d'água – não me lembro do que ela disse, mas lembro de ser surpreendido por quão branco meu osso estava.

Eu ia começar a jardim de infância com um gesso e nem sequer tinha amigos para assiná-lo. Minha mãe deve ter sentido terrível, porque um dia antes de eu começar a escola, ela trouxe para casa um gatinho. Ele era apenas um bebê e era listrado, bege e branco. Assim que ela o colocou para baixo, ele se arrastou para uma caixa vazia de refrigerante que estava no chão. Eu nomeei-o Boxes.

Boxes era apenas um gato de rua quando escapou. Minha mãe o pegou sem as unhas para que ele não destruísse os móveis, assim como um resultado que fizemos o nosso melhor para mantê-lo dentro de casa. Ele saía de vez em quando, e nós o encontrávamos em algum lugar no quintal perseguindo algum tipo de inseto ou lagarto, embora ele dificilmente pudesse pegar algum, sem suas garras dianteiras. Ele era muito evasivo, mas nós sempre o pegávamos e o levávamos de volta. Ele se esforçava para olhar por cima do meu ombro – eu disse à minha mãe que era porque ele estava planejando a sua estratégia para a próxima vez. Uma vez dentro nós lhe dávamos um pouco de atum, e ele aprendia o que o som do abridor de latas poderia sinalizar; ele viria correndo sempre que o ouvia.

Esta condição veio a calhar mais tarde, porque nos nossos últimos dias naquela casa Boxes saía com muito mais frequência e corria para ficar sob a casa, por meio do forro, onde nenhum de nós queria entrar porque estava apertado e provavelmente cheio de insetos e roedores. Engenhosamente, minha mãe pensou em ligar o abridor de latas a um cabo de extensão para trás e executá-lo em frente ao buraco que Boxes havia entrado. Eventualmente, ele saiu com seus miados altos, parecendo animado com o som e, em seguida, horrorizado com o truque cruel utilizado nele – um abridor de latas sem atum não fazia sentido para Boxes.

A última vez que ele fugiu para debaixo da casa era realmente o nosso último dia na mesma. Minha mãe tinha colocado a casa à venda e já havia começado a empacotar nossas coisas. Nós não tínhamos muito, e por isso estendemos o empacotamento por um tempo, mas eu já tinha embalado todas as minhas roupas (a pedido de minha mãe) – ela poderia dizer que eu estava realmente triste com a mudança e queria que a mesma fosse tranquila pra mim, e eu acho que ela pensou que ter minhas roupas na caixa reforçaria a ideia de que estávamos nos mudando, mas as coisas não mudariam muito. Quando Boxes saiu como nós estávamos carregando algumas coisas dentro da van em movimento. Minha mãe xingou-o, porque ela já tinha embalado o abridor de lata e não tinha certeza de onde estava. Fingi que iria procurá-lo para eu não ter que voltar em casa, e minha mãe (provavelmente completamente ciente de meu pequeno golpe) moveu um dos painéis e rastejou para dentro. Ela saiu com Boxes muito rapidamente e parecia muito nervosa, o que me fez sentir ainda melhor saindo dali.

Minha mãe fez alguns telefonemas enquanto eu guardei algumas outras coisas, e então ela entrou no meu quarto e me disse que ela tinha falado com o corretor de imóveis, e íamos se mudar para outra casa naquele dia. Ela disse isso como se fosse uma excelente notícia, mas eu achava que iríamos ter mais tempo naquela casa – ela disse inicialmente que não iríamos se mudar até o final da próxima semana, e era só terça-feira. Além do mais, nós tínhamos terminado de embalar as coisas, mas minha mãe disse que às vezes era mais fácil substituir as coisas que embalá-las e transportá-las por toda a cidade. Eu nem sequer cheguei a pegar o resto das minhas roupas nas caixas. Eu perguntei se eu poderia me despedir de Josh, mas ela disse que nós poderíamos chamá-lo para nossa nova casa. Saímos na van em movimento.

Consegui manter contato com Josh por anos, o que é surpreendente, uma vez que não fomos para a mesma escola. Nossos pais não eram amigos íntimos, mas eles sabiam que nós éramos e para que pudessem acomodar o nosso desejo de ver um ao outro trazendo-nos e levando-nos um para a casa do outro (algumas vezes para umas dormidas fora) – às vezes a cada fim de semana. No Natal, um ano, os nossos pais juntaram dinheiro e nos deram agradáveis walkie-talkies que cobriam uma distância maior que o das nossas casas, e que tinham baterias que poderiam durar dias se o walkie-talkie estivesse ligado, mas não utilizado. Eles teriam que apenas ocasionalmente trabalhar bem o suficiente para que pudéssemos nos falar em toda a cidade, mas quando ficávamos perto nós usávamos em casa, simulando uma conversa via rádio igual a dos filmes, e eles funcionavam muito bem para isso. Graças aos nossos pais nós ainda éramos amigos quando tínhamos dez anos. Um fim de semana eu estava hospedado no Josh e minha mãe me ligou para dizer boa noite (ela ainda estava muito atenta, mesmo quando ela não podia realmente me ver), mas eu tinha ficado tão acostumado a isso que eu nem ligava, mesmo que Josh sim. Ela parecia chateada.

Boxes tinha sumido.

Esta deve ter sido uma noite de sábado, porque eu tinha passado a noite anterior no Josh e estava voltando para casa no dia seguinte, porque nós tínhamos a escola na segunda-feira. Boxes estava desaparecido desde sexta-feira à tarde, e eu deduzi que ela não o tinha visto desde que voltou para casa depois de me deixar no Josh. Acho que ela deve ter decidido me dizer que ele tinha sumido porque se ele não voltasse para casa antes de mim, então eu ficaria devastado, não só por sua ausência, mas por ele ter escondido isso de mim. Ela me disse para não se preocupar. “Ele vai voltar. Ele sempre volta!”

Mas Boxes não voltou.

Três semanas depois eu estava no Josh de novo. Eu ainda estava chateado por causa do Boxes, mas a minha mãe me disse que muitas vezes os animais desapareciam de casa por semanas ou mesmo meses, apenas para voltar por conta própria; ela disse que eles sempre souberam onde ficava sua casa e sempre tentariam voltar. Eu estava explicando isso para Josh quando um pensamento me bateu tão forte que eu interrompi a minha própria frase para dizê-lo em voz alta. "Mas e se Boxes foi para a casa errada?"

Josh estava confuso: “O quê? Ele vive com você. Ele sabe onde fica sua casa.”

‘Mas ele cresceu em outro lugar, Josh. Ele foi criado em minha antiga casa a alguns bairros de distância. Talvez ele acha que ali é sua casa, como eu.”

“Ahhh, eu entendo. Bem, isso seria ótimo! Vamos falar com meu pai amanhã e ele vai nos levar até lá para que possamos ver!”

“Não, não vai, cara. Minha mãe disse que não podemos voltar para aquele lugar, porque os novos proprietários não gostam de ser incomodados. Ela disse que ela falou para sua mãe e pai a mesma coisa.” Josh insistiu: “Ok, então vamos sair, explorar amanhã e fazer o nosso caminho para a sua antiga casa.” “Não! Se nos virem seu pai vai descobrir e, em seguida, minha mãe també! Temos que ir lá nós mesmos ... Temos que ir lá hoje à noite ...”

Não demorou muito tempo para convencer Josh, porque era ele quem geralmente aparecia com ideias como esta. Mas nunca tinha fugido de sua casa antes. Na verdade, foi incrivelmente fácil. A janela de seu quarto era aberta para o quintal e ele tinha uma cerca de madeira fechada, que não estava trancada. Após essas duas pequenas batidas nós saímos para a noite, lanterna e walkie-talkies na mão.

Havia duas maneiras de ir da casa de Josh para a minha antiga casa: poderíamos caminhar na rua e fazer todas as voltas ou ir pelos bosques, o que levaria cerca de metade do tempo. Deve ter levado cerca de duas horas usando as ruas, mas eu sugeri ir por esse caminho de qualquer maneira; disse-lhe que era porque eu não queria que a gente se perdesse. Josh se recusou e disse que se fôssemos vistos, poderiam reconhecê-lo e contar ao seu pai. Ele ameaçou ir para casa se não tomássemos o atalho, e eu aceitei, porque eu não queria ir sozinho.

Josh não sabia da última vez que eu andei por estes bosques à noite.

O bosque era muito menos assustador com um amigo e uma lanterna, e nós estávamos fazendo um bom tempo. Eu não tinha certeza de onde estávamos exatamente, mas Josh parecia confiante o suficiente e isso aumentou a minha moral. Passávamos por uma parte particularmente grossa das árvores emaranhadas quando a cinta no meu walkie-talkie ficou presa em um galho. Josh tinha a lanterna, e então eu estava lutando para soltar o walkie-talkie quando ouvi Josh dizer:

“Ei, cara, quer nadar?”

Olhei para onde ele estava apontando a lanterna, e embora eu ter fechado meus olhos, eu agora sabia onde estávamos. Ele estava apontando para a boia na piscina. Este era o lugar onde eu tinha acordado nessa floresta todos os anos. Senti um nó na garganta e algumas lágrimas frescas nos meus olhos enquanto eu continuava a tentar tirar o walkie-talkie. Frustrado, eu puxei com força suficiente para se livrar e me virei caminhando para junto de Josh, que tinha parcialmente entrado na boia da piscina em imitando uma pose para se bronzear. Enquanto eu caminhava em direção a ele eu tropeçou e quase caí em um buraco bastante grande que estava sitiado no meio da pequena clareira, mas eu recuperei meu equilíbrio e parei bem em sua borda. Era fundo. Fiquei surpreso pelo tamanho do buraco, mas mais surpreso com o fato de que eu não me lembro dele. Eu percebi que não deve ter estado lá naquela noite, porque era no mesmo lugar onde eu tinha acordado. Eu tirei-o da minha mente e voltei-me para Josh:

“Para de brincar, cara! Você viu que eu estava preso lá, e você só ficou aí, brincando nessa boia!” Eu pontuava a frase com um pontapé para cada parte exposta da boia. Um gritinho saiu dele.

O sorriso de Josh sumiu. De repente, ele parecia aterrorizado e estava lutando para sair da boia, mas ele não poderia de forma rápida devido ao jeito estranho que ele tinha entrado nela. Cada vez que ele iria voltar a cair da boia os gritos ficavam mais altos. Eu queria ajudar Josh, mas eu não podia chegar mais perto – minhas pernas não iriam cooperar, eu odiava esse bosque. Peguei a lanterna que ele havia jogado ali perto e apontei para a boia, sem saber o que esperar. Finalmente, Josh saiu da boia e correu para o lado, olhando para onde eu estava apontando a luz. De repente, lá estava ele. Era um rato. Eu comecei a rir nervosamente e ambos assistimos o rato correr para o bosque, levando os gritos com ele. Josh levemente me deu um soco no braço, o sorriso voltando lentamente para o rosto dele, e nós continuamos a caminhar. Nós aceleramos nosso ritmo e conseguimos sair da mata mais rápido do que pensávamos, e nos encontramos de volta no meu antigo bairro. A última vez que eu tinha contornado a curva à frente, que eu tinha visto minha casa totalmente iluminada, todas as lembranças do que aconteceram vieram à tona. Eu senti um salto no meu coração como nós estávamos finalmente virando a esquina e prestes a ter uma visão completa da minha casa, lembrando-se da última vez quão incandescente ela estava. Mas desta vez todas as luzes estavam apagadas. De longe eu podia ver minha velha árvore de escalada e como minha mente teve um retrocesso, percebi que eu não iria voltar aqui esta noite se a árvore não tinha crescido, e estava com um pequeno temor de como todos os eventos foram assim. Quando chegamos mais perto pude ver que o gramado estava horrível, eu não podia sequer imaginar quando foi havia sido cortado pela última vez. Uma das janelas tinha parcialmente quebrado e estava balançando para frente e para trás na brisa, e toda a casa parecia suja. Fiquei triste ao ver a minha antiga casa em tal estado de abandono. Será que minha mãe iria ligar se incomodássemos os novos proprietários, se eles se importavam tão pouco com onde viviam? E então eu percebi.

Não haviam novos proprietários.

A casa foi abandonada, embora parecesse simplesmente desamparada. Por que minha mãe mentiu para mim dizendo que a nossa casa iria ter novas pessoas nela? Mas eu pensei que isso era realmente uma coisa boa. Seria mais fácil procurar por Boxes se não tivéssemos que se preocupar em sermos vistos pela nova família. Isso deixaria tudo muito mais rápido. Josh interrompeu meus pensamentos enquanto caminhávamos até o portão e até a casa em si.

“Sua antiga casa é uma porcaria, cara!” – Josh gritou tão silenciosamente como pôde. “Cala a boca, Josh ! Mesmo assim ainda é mais agradável do que a sua casa .”

“Pô cara–”

“OK, OK. Acho que Boxes está provavelmente sob a casa. Um de nós tem que ir lá embaixo e olhar, mas o outro deve ficar ao lado da abertura, caso ele venha a fugir.”

“Você está falando sério? De nenhum jeito que eu vou lá embaixo. É o seu gato, cara. Você faz isso .” “Olha, eu jogo com você por isso, a menos que você está com muito medo...” Eu disse segurando a minha mão sobre a palma da mão virada para cima.

“Tudo bem, mas vamos no ‘já’, e não em ‘três’. É ‘pedra, papel , tesoura , já’, e não ‘um, dois, três’.” "Eu sei como jogar o jogo, Josh. Você é o único que sempre estraga . E é melhor de três .”

Eu perdi.

Movi o painel solto que minha mãe sempre mexia quando ela tinha que se rastejar atrás do Boxes. Ela só tinha que fazer isso um par de vezes desde que o truque do abridor de latas funcionava, mas quando ela tinha que fazê-lo ela o odiava; especialmente da última vez, e quando olhei para a escuridão do forro eu entendi melhor o porquê. Antes de nos mudarmos, ela disse que era realmente melhor que Boxes corresse aqui embaixo, apesar de o quão difícil poderia ser tirá-lo. Foi menos perigoso do que ele saltar sobre a cerca e sair correndo ao redor do bairro. Tudo isso era verdade, mas eu ainda estava temendo em fazer isso. Peguei a lanterna e o walkie-talkie, e comecei a rastejar para dentro, um cheiro forte tomou conta de mim. Cheirava a morte.

Liguei meu walkie.

Josh, você está aí?

Este é Macho Man, volte.

Josh, pare com isso. Tem algo errado aqui.

O que quer dizer?

Fede. Tem cheiro de algo morto.

É Boxes?

Sinceramente espero que não.

Pousei o walkie e movi a lanterna em volta enquanto eu me arrastava para frente. Olhando pelo buraco do lado de fora você pode ver todo o caminho de volta com a iluminação certa, mas você tem que estar lá dentro para ver ao redor dos blocos de suporte que mantinham a casa em pé. Eu diria que havia cerca de quarenta por cento da área que você não podia ver a menos que você estivesse realmente no forro, mas mesmo dentro eu descobri que eu só podia ver diretamente onde a lanterna estava apontando, eu percebi que isso tornaria a patrulha do lugar muito mais difícil. Enquanto eu ia para frente, o cheiro ficava mais forte. O medo foi crescendo em mim de que Boxes tivesse vindo aqui e algo tivesse acontecido com ele. Eu brilhei a lanterna ao redor, mas não conseguia ver muita coisa. Eu passei meus dedos em torno de um bloco de apoio para me puxar para frente e, enquanto eu fiz isso, eu senti algo que fez a minha mão recuar.

Pele.

Meu coração se afundou e eu me preparei emocionalmente para o que eu estava prestes a ver. Arrastei-me lentamente para que eu pudesse prolongar o que eu sabia que ia acontecer e eu avancei meus olhos e a lanterna além do bloco para ver o que estava do outro lado.

Eu cambaleei para trás com horror: “JESUS CRISTO!” – escapou da minha boca trêmula. Era uma criatura hedionda e torcida, em estado de decomposição. Sua pele tinha apodrecido em seu rosto, então os dentes pareciam ser enormes. E o cheiro era insuportável.

“O que é isso? Você está bem? É Boxes ?”

Estendi a mão para o walkie:

“Não, não, não é Boxes.”

“Bem, o que diabos é isso então?”

“Eu não sei.”

Eu apontei a luz de novo e olhei para ele com menos medo na minha visão. Eu ri.

“É um guaxinim!”

“Bem, continue procurando. Eu vou entrar na casa para ver se ele poderia ter entrado lá de alguma forma.”

“O quê? Não. Josh, não vá lá. E se Boxes estiver aqui em baixo e sair correndo?”

“Ele não pode. Eu coloquei a placa de volta.”

Eu olhei e vi que ele estava dizendo a verdade.

“Por que fez isso?”

“Não se preocupe cara, você pode movê-la fácil. Isto faz mais sentido. Se Boxes correu para fora e eu perdesse ele, em seguida ele iria embora. Se ele está aí em baixo, você segure-o firme e eu vou mover a placa, e se ele não estiver, então você pode movê-la por si mesmo, enquanto eu olho na casa!” Alguns de seus pontos eram bons, e eu duvidava que ele seria capaz de segurá-lo de qualquer maneira. “OK. Mas tenha cuidado e não toque em nada. Há um monte de minhas roupas velhas ainda em caixas no meu quarto, você pode olhar lá para ver se ele se entrou em uma. E certifique-se de trazer o seu walkie.”

“Entendido, parceiro.”

Percebi que estaria um breu lá, a luz estaria cortada, já que ninguém estava pagando a conta. Com alguma sorte, ele seria capaz de ver pelas luzes da rua, que poderia lançar luz no interior da casa – caso contrário eu não sei o que ele faria.

Pouco depois, ouvi passos acima da minha cabeça e senti sujeira velha chovendo sobre mim.

“Josh, é você?”

“Chhkkkk Destrudor. Este é Macho Man voltando para o grande Tango Foxtrot . A Águia pousou. Qual é a sua posição, princesa Jasmine ? Câmbio.”

“Babaca.”

“Macho Man, a minha posição é o seu banheiro, olhando o seu estoque de revistas. Parece que você tem uma coisa relacionada a bundas masculinas. Qual o seu relatório sobre isso? Câmbio.”

Eu podia ouvi-lo rindo sem o walkie e eu comecei a rir também. Eu ouvi as pegadas desaparecem um pouco – ele estava em seu caminho para o meu quarto.

“Cara, é escuro aqui. Ei, você tem certeza que tinha caixas de roupas aqui? Eu não vejo nenhuma.”

“Sim, deve haver um par de caixas na frente do armário.”

“Não existem caixas aqui, deixa eu verificar para ver se você colocou as caixas no armário antes de sair.” Comecei a pensar que talvez a minha mãe tinha voltado para pegar as roupas e tinha as doado, porque a maioria já estava curta para mim, mas lembro de ter deixado as caixas lá – eu nem sequer tive tempo para fechar a última antes de sairmos.

Enquanto eu estava esperando por Josh para me dizer o que achou, eu mexo minha perna para evitar a dormência, por causa da posição em que estava e tinha batido em alguma coisa. Olhei para trás e vi algo muito estranho. Era um cobertor e em torno dele havia taças. Arrastei-me um pouco mais perto dele. O cobertor cheirava mofo e a maioria das taças estavam vazias, mas um tinha alguma coisa que eu reconhecia nele.

 Alimento de gato.

Era um tipo diferente do que nós demos para Boxes, mas de repente eu entendi . Minha mãe tinha montado um pequeno lugar para Boxes para encorajá-lo a vir aqui em vez de correr ao redor do bairro. Isso fez muito sentido, e parecia ainda mais provável que Boxes teria voltado a este lugar. “Isso é tão legal, mãe”, eu pensava.

“Encontrei suas roupas.”

“Oh, legal. Onde estavam as caixas?”

“Como eu disse , não há caixas. Suas roupas estão no seu armário... Elas estão penduradas.”

Senti um calafrio. Isso era impossível. Eu tinha guardado todas as minhas roupas. Mesmo que não deveriam passar de duas semanas desde que saímos, eu me lembro de tê-las embalado, e penso que seria estúpido para mim tirá-las da caixa e colocá-las de volta. Eu as tinha embalado, mas alguém tinha pendurado de volta. Por que então?

Josh precisava sair de lá.

“Isso não pode estar certo, Josh. Eles deveriam estar nas caixas. Pare de brincar, e só voltar para fora.” “Sem piada, cara. Eu estou olhando para elas. Talvez você só pensou que as empacotou. Haha! Wow! Você com certeza gostava de olhar para si mesmo , não é?”

“O quê? O que quer dizer?”

“Suas paredes, cara. Haha. Suas paredes estão cobertas de Polaroids de si mesmo! Existem centenas deles O que, você contratou alguém para-”

Silêncio.

Eu chequei meu walkie para ver se eu tinha desligado-o de alguma forma. Estava normal. Eu podia ouvir os passos, mas não poderia dizer exatamente onde Josh estava indo. Esperei por Josh de terminar a frase, pensando que o seu dedo tinha saído do botão, mas ele não terminou. Ele parecia estar correndo em torno da casa agora. Eu estava prestes a falar quando ele voltou.

“Tem alguém em casa.”

Sua voz foi abafada e quebrada – eu podia perceber que ele estava à beira das lágrimas. Eu queria responder, mas o quão alto estava seu walkie? E se a outra pessoa ouvisse? Eu não disse nada e apenas esperei e escutei. O que eu ouvi foram passos. Pesados, arrastados. E então um baque forte.

“Oh Deus... Josh .”

Ele havia sido encontrado, eu tinha certeza disso . Esta pessoa tinha lhe encontrado e estava machucando. Explodiu em lágrimas. Ele era meu único amigo, ao lado de Boxes. E então eu percebi: E se Josh lhe disse que estava aqui embaixo? O que eu poderia fazer? Enquanto eu lutava para me recompor, eu felizmente ouviu a voz de Josh através do walkie.

“Ele tem algo, cara. É um grande saco. Ele simplesmente jogou-o no chão. E... oh Deus, o homem... o saco ... Eu acho que acabou de se mudar.”

Eu estava paralisado. Eu queria correr para casa. Eu queria salvar Josh. Eu queria pedir ajuda. Eu queria tantas coisas, mas eu só estava lá, paralisado. Incapaz de se mover os olhos voltados para o canto da casa que estava bem debaixo do meu quarto, eu mudei a minha lanterna. Minha respiração prendeu com o que vi. Animais. Dezenas deles. Todos eles mortos. Imóveis em pilhas em volta de todo o perímetro do forro. Poderia Boxes estar entre estes cadáveres? Era pra isso que a comida de gato servia?

Vendo isso, meu choque acabou e eu soube que eu tinha que sair de lá, e eu mexi a tábua. Eu a empurrei, mas ele não se mexia. Eu não conseguia movê-la porque ela estava presa lá dentro, e eu não poderia colocar meus dedos em volta dela a não ser que as bordas estivessem do lado de fora. Eu estava preso. “Maldito seja, Josh!” Eu sussurrei para mim mesmo. Eu podia sentir os passos estrondosos acima de mim. A casa estava tremendo. Ouvi Josh gritar, e foi acompanhado por um outro grito que não estava cheio de medo.

Enquanto eu continuei empurrando senti a placa se movimentar, mas eu sabia que não era eu que estava a movendo. Eu podia ouvir os passos acima de mim e na minha frente, e gritando e gritando, preenchendo os breves silêncios entre os passos. Me movi para trás e segurei minha walkie pronto para tentar me defender, e a placa foi jogada para o lado e um braço apareceu procurando por mim.

“Vamos cara, agora!”

Era Josh. Graças a Deus.

Subi para fora da abertura segurando a lanterna e o walkie. Quando chegamos à cerca nós dois pulamos, mas walkie de Josh caiu; ele estendeu a mão para ele e eu disse-lhe para esquecer. Tivemos que ir. Atrás de nós, eu podia ouvir gritos, embora eles não fossem palavras, só pareciam. E nós, talvez tolamente, corremos para os bosques para voltar para a casa do Josh o mais rápido e tornar um pouco mais difícil de seguir. O caminho todo através dos bosques Josh ficava gritando:

“Minha foto! Ele pegou minha imagem!”

Mas eu sabia que o homem já tinha uma foto de Josh – de todos esses anos atrás, na vala. Eu acho que Josh ainda pensava que esses sons mecânicos eram de um robô.

Nós chegamos de volta para a casa de Josh e de volta para o seu quarto antes de seus pais acordarem. Perguntei-lhe sobre o grande saco e se ele realmente mudou e ele disse que não podia ter certeza. Ele continuou pedindo desculpas sobre deixar cair o walkie na casa, mas, obviamente, isso não era um grande negócio. Nós não fomos dormir e sentamos na janela esperando pelo sono. Fui para casa mais tarde naquele dia, pois já eram quase 3h da manhã.

Eu disse à minha mãe o resumo desta história há alguns dias atrás. Ela ficou furiosa sobre o perigo que eu me coloquei dentro. Eu perguntei por que ela falou todas essas coisas sobre incomodar os novos proprietários para me impedir de ir – por que ela acha que a casa era tão perigosa? Ela ficou irada e histérica, mas respondeu minha pergunta. Ela pegou minha mão e apertou-a mais forte do que eu pensei que ela fosse capaz de e olhou nos meus olhos, sussurrando, como se ela estivesse com medo de ser ouvida:

“Porque eu nunca coloquei nenhuma merda de cobertores ou taças sob a casa para Boxes. Você não foi o único a encontrá-los...”

Senti-me tonto. Eu entendi tudo agora. Eu entendi por que ela parecia tão inquieta depois que ela trouxe Boxes de debaixo da casa no nosso último dia lá, ela encontrou mais do que aranhas ou um ninho de ratos naquele dia. Eu entendi por que saímos quase duas semanas mais cedo. Eu entendi por que ela tentou me impedir de voltar.

Ela sabia. Ela sabia que ele fez sua casa sob a nossa, e ela escondeu de mim. Saí sem dizer uma palavra e não terminei a história para ela, mas eu quero terminar isso aqui, para você.

Eu cheguei da casa do Josh e a partir daquele dia eu joguei minhas coisas no chão e espalhei-as por toda parte, eu não me importei, eu só queria dormir. Acordei por volta 9h da noite ao som do miado do Boxes. Meu coração pulou. Ele havia finalmente voltado para casa. Eu estava um pouco doente sobre o fato de que se eu tivesse apenas esperado os acontecimentos da noite anterior não teriam acontecido e eu teria Boxes de qualquer maneira, mas isso não importava, ele estava de volta. Eu saí da minha cama e chamei por ele olhando em volta para pegar um brilho de luz de seus olhos. O choro continuou e eu o segui. Ele estava vindo de debaixo da cama. Eu ri um pouco pensando que eu tinha acabado de se arrastar em uma casa à procura dele e como isso era muito melhor. Seus miados estavam sendo abafados por uma camisa, então que joguei-a de lado e sorri, gritando “Bem-vindo de volta, Boxes!”

Seus gritos vinham de meu walkie-talkie.

Boxes nunca voltou para casa.

continua na parte 4...

sábado, 28 de junho de 2014

Crysis 2 - É Hora de Dançar!

Crysis 2 é um jogo de tiro em primeira pessoa lançado em 22 de Março de 2011, desenvolvido pela Crytek e distribuído pela Electronic Arts com a história redigida por Richard Morgan e disponível para as plataformas Microsoft Windows, Xbox 360 e Playstation 3. É a sequência para o jogo Crysis foi lançado em 2007.

Bom esse é um dos easter eggs mais engraçados da "geração" chamado é Hora de dançar,Neste podemos ver um pequeno truque sendo realizado com dois elevadores em um prédio do jogo que quando apertados em uma sequência específica resulta em uma cena bizarra e ao mesmo tempo engraçada.

Confira abaixo:



leia também:

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Eyeless Jack : A Origem



 
   
Jack era um adolescente que trabalhava em um jornal. Um dia seu chefe fez o anúncio de que os EUA entrariam na Segunda Guerra Mundial, então num ato de patriotismo Jack se dignou a entrar no exército para lutar por seu país. Em pouco tempo ele se tornou amigo de um inglês chamado Luis, que também tinha se alistado, já que seu povo foi atacado ele teve a necessidade de defendê-la. Jack e Luis se tornaram melhores amigos, todos os soldados se davam tão bem  que passaram a chamar-se de irmãos.
Jack e Luis estavam prestes a lançar-se em linhas inimigas, mas descobriram que os inimigos haviam se movido antes deles chegarem lá. Uma emboscada! Um gás venenoso foi jogado ao redor da base, fazendo com que Jack ficasse cego. Durante o tumulto, Luis foi baleado. Ambos foram enviados para um hospital a poucos quilômetros de distância do local. Ao entrar no hospital, Jack começou a chorar pela dor insupotável que estava sentindo. Os médicos tomaram uma medida drástica:  removeram os olhos de Jack.
Mesmo cego, Jack se recusou a abandonar seu amigo. Luis estava sendo tratado por uma enfermeira chamada Betsy, nascida nos EUA, mas que havia se mudado para a Noruega. Ela retornou aseu país de origem para ajudar os soldados feridos na guerra. Mas, infelizmente, não pôde salvar-lhe a vida. Luis agarrou a mão de Jack e poucos minutos depois soltou... Teve seu último suspiro na cama como se estivesse apenas dormindo. Jack queria chorar, mas ele não tinha olhos, então mordeu os lábios com tanta força que começou a sangrar. Os médicos o tiraram ele de perto do corpo inerte do amigo, ele não queria deixá-lo ir. Segurou-o até não conseguir mais... Depois disso Jack dormiu durante 3 dias.

No dia seguinte, o médico recebeu um telegrama de Betsy, dizendo onde havia sido enterrado os corpos dos soldados mortos. Jack precisa ir até lá! De alguma forma encontrou o lugar onde foi enterrado Luis e foi se despedir de seu grande amigo. E então ele foi para casa, nos EUA.
Mas somente mais tristeza o esperava lá. Quando ele chegou, sua mãe o recebeu com lágrimas ao ver que ele não tinha mais olhos, então Jack perguntou se tinha acontecido alguma coisa. Estava tudo tão quieto, ela geralmente era muito alegre e cheia de energia! Então ela disse que Marcos, irmão de Jack, tinha morrido por causa de umas 'partículas' que estavam contaminando o ar da fábrica onde trabalhava. Jack queria chorar pela perda de seu irmão, mas não pôde... Uma semana depois lamentou a perda de sua mãe, que morreu provavelmente devido a grande tristeza que sentira.
Jack estava sozinho, pois seu pai morreu de tuberculose quando ele tinha apenas cinco anos. E agora Luis, Marcos e sua mãe também morreram. Ninguém estava lá para orientá-lo, para confortá-lo, oferecer-lhe comida, água ou abrigo... Um homem cego, sofrido e sozinho.
Numa noite, Jack caminhou em volta de seu antigo quarto até que chegou a uma mesa velha de madeira onde guardava uma arma estava carregada e pronta para disparar, era para a proteção de sua família. Mas não havia mais 'família', havia apenas uma utilidade para essa arma agora. Jack abriu a boca, e apontou a arma em sua garganta e puxou o gatilho.
Suas cordas vocais e traquéia foram destruídas em um milésimo de segundo. Seu corpo sem vida caiu no chão, mas, para sua surpresa, encontrou-se ainda de pé. O súbito lampejo de tiros, tinha provocado algo em sua mente que o fez esquecer tudo o que aconteceu antes de sua morte. Ele estava confuso não sabia por que decidiu fazer isso. Incapaz de escapar, ele estava em casa, à espera de uma resposta, até que lembrou da Segunda Guerra Mundial mais uma vez.
Daquele dia em diante o fantasma sem voz e olhos perambula por ai tentando acalmar sua dor...

Como? Me diga você, já que ele está em sua casa nesse exato momento...



leia também:
Eyeless Jack (jack sem olho) - Creepypasta

quinta-feira, 26 de junho de 2014

PENPAL - Parte 2 - Balões


continuação da creepypasta Penpal , leia antes Penpal parte 1

Uns dias atrás, postei aqui uma história. Vocês fizeram algumas perguntas me que deixaram curioso com certos detalhes da minha infância, então fui falar com minha mãe. Incomodada com o que perguntei, ela disse:
-Por que não conta logo daqueles malditos balões, se eles estão mesmo tão interessados?
Assim que ela falou isso, lembrei de muitos detalhes da minha infância que havia esquecido. Essa história agora vai prover um contexto maior pra história de antes, e eu acho que vocês deviam ler aquela primeiro. Apesar de não ser lá muito importante, ler aquela primeiro vai ajudar vocês a se pôr em meu lugar mais facilmente, já que lembrei daquilo antes. Se tiverem qualquer dúvida, sintam-se livres pra perguntar e eu tentarei responder a todas. Aliás, ambas as histórias são bem grandes, encarem. Tenho medo de esquecer detalhes que possam ser importantes.
Quando tinha cinco anos, fui pra um jardim de infância que, me lembro, era bem cabeça dura quanto à importância de se aprender fazendo. Era um desses novos métodos de ensino pensados pra deixar as crianças aprenderam no próprio ritmo, e pra isso a escola encorajava os professores a inventarem tarefas bem criativas. Cada professor tinha o espaço pra criar um tema que duraria até o fim de cada série, e todas as tarefas de matemática, redação e afins, era pensada dentro do tema escolhido. Esses temas era chamados de “grupos”. Tinha o grupo do espaço, do oceano, da terra, e o meu, da comunidade.

No jardim de infância desse país, não dá pra aprender muito além de amarrar os sapatos e dividir suas coisas, a maioria não é muito memorável. Eu só me lembro de ser o melhor em escrever o meu nome corretamente, e do Projeto Balão – era a marca do grupo Vizinhança por que era um jeito bem inteligente de mostrar como vizinhanças funcionavam em seu alicerce.
Provavelmente todo mundo ouviu falar dessa tarefa. Numa sexta feira (Eu lembro de ser sexta por que estava feliz com o projeto e com o fato de ser quase fim de semana) no início do ano, caminhávamos pra dentro da sala de aula de manhã e víamos que lá havia um balões, amarrados com fitas a cada uma das cadeiras. E, em cada mesa, havia uma caneta, canetinha, um pedaço de papel e um envelope. A tarefa era escrever um bilhete, pôr no envelope e grudar no balão, onde também podíamos desenhar se quiséssemos. A maioria das crianças estava brigando pelos balões, por que queriam cores diferentes, mas eu comecei a escrever meu bilhete por que tinha pensado muito nele.  
Todos os bilhetes tinham que seguir um padrão, mas a gente podia inventar um pouco dentro dele. Minha carta era mais ou menos assim:
“Oi!
Você achou meu balão! Meu nome é [...] e eu estudo no Jardim de Infância [...]. Pode ficar com o balão, mas espero que me escreva de volta. Eu gosto de Max Steel, explorar, construir fortes, nadar, e de amigos. Do que você gosta?
Me escreve de volta logo. Aqui tem um dólar pro correio!”
No dólar, escrevi “PARA SELOS” bem na frente. Minha mãe achou que era desnecessário, mas eu achei bem inteligente, então fiz. 
A professora tirou uma foto Polaroid de cada um de nós com nossos balões e nos fez pôr cada uma no envelope, junto com cada bilhete. Também incluíram outra carta que, acho, explicava a natureza da tarefa e agradecimentos sinceros pela participação de volta, ao escrever e mandar fotos de sua cidade ou vizinhança. Essa era a ideia – construir um senso de união sem ter que sair da escola, e manter um contato seguro com outras pessoas; parecia uma ideia tão divertida. 
Em duas semanas as cartas começaram a vir. A maioria tinha fotos de paisagens diferentes, e, a cada vez que as fotos chegavam, a professora pendurava-as num grande mapa que fizemos, mostrando de onde a carta veio e o quão longe o balão viajara. Era uma ideia bem inteligente, por que realmente gostávamos de ir pra escola para ver se tínhamos recebido nossa cartinha. Pelo resto do ano, tínhamos um dia na semana em que podíamos escrever de volta para nosso penpal* ou para o penpal de outro aluno, caso o nosso não tivesse escrito de volta. O meu era um dos últimos a chegar. Um dia, entrei na sala e vi que não havia nada pra mim na mesa, mas, assim que sentei, a professor se aproximou e me deu um envelope. Eu fiquei muito feliz, mas assim que comecei a abrí-lo, ela pôs a mão em cima da minha e disse:

-Por favor, não fica chateado
Não entendi o que ela quis dizer – por que eu ficaria chateado se minha carta chegou?
Inicialmente, fiquei besta de saber que ela tinha olhado o que havia dentro do envelope, mas agora sei que as professores checavam o conteúdo de cada carta pra ver se não tinha nada obceno, mas mesmo assim, como eu poderia ficar chateado? Quando abri o envelope, entendi.
Não havia nenhuma carta.

A única coisa lá dentro era uma foto Polaroid que eu realmente não consegui descobrir o que mostrava. Parecia um pedaço de deserto, muito desfocado pra ser decifrado; parecia que a câmera se mexera na hora de tirar a foto. Não tinha endereço de destinatário, então nem escrever de volta eu podia. Fiquei arrasado. 
O ano letivo continuou e as cartas pararam de vir pra quase todos os alunos. Ora, só dá pra trocar correspondência com um aluno do jardim de infância por pouco tempo. Todo mundo, eu incluso, tinha perdido interesse nas cartas quase que completamente. Até que recebi outro envelope.
Meu ânimo ficou renovado, e me concentrei no fato de que eu ainda recebia cartinhas quando a maioria dos penpals tinha deixado elas de lado. Mas fazia sentido que eu tivesse recebido outra, pois não havia nada além de uma foto mal tirada na primeira. Essa devia ser pra compensar. Mas, de novo, não havia nenhuma carta... só outra foto. 
Essa agora estava melhor, mas ainda assim não entendi. A câmera estava fora de ângulo, pegando o pedaço de um prédio, e o resto da foto estava estragado pelo brilho do sol. 
Por os balões não irem muito longe e por terem sidos todos soltos no mesmo dia, o mapa ficou atulhado. Aí, os alunos que ainda trocavam correspondência podiam levar suas fotos para casa. Meu melhor amigo Josh trouxera pra casa o segundo maior número de fotos no fim do ano – seu penpal era bem prestativo e mandara fotos de toda a cidade vizinha; Josh levou pra casa, no máximo, quatro fotos.
Eu levei quase cinquenta. 
Todos os envelopes eram abertos pela professora, mas, depois de um tempo, parei até de olhar para as fotos. No entando, guardei-as numa gaveta, ao lado da minha coleção de pedras, figurinhas de baseball e de super-heróis (Marvel Metal Cards, pra aqueles que lembram) e mini-capacetes de baseball que eu consegui numa máquina no Winn-Dizie depois de alguns jogos. Com o fim do ano letivo, minha atenção estava voltada pra outras coisas.
Minha mãe me dera uma máquina de raspadinha de natal naquele ano. Josh realmente invejava ela – tanto que seus pais compraram uma um pouco melhor que a minha pra ele de aniversário, no fim do ano. Naquele verão, planejamos uma banquinha pra ganhar dinheiro; achamos que íamos fazer uma fortuna vendendo raspadinhas a um dólar. Josh vivia em outra bairro, mas decidimos vender no meu por que, lá, muita gente cuidava de cortar a grama; os jardins eram maiores e mais bonitos. Durou cinco finais de semanas até que minha mãe nos mandou parar e, só muito tempo depois, entendi o porquê. 
No quinto final de semana, Josh e estávamos contando dinheiro. Por nós dois termos uma maquininha própria, cada um tinha sua pilha de dinheiro que juntávamos em uma só e dividíamos ao meio. Tínhamos um total de dezesseis dólares aquele dia, e, enquanto Josh me dava meu quinto dólar, fui pego de surpresa. 
Aquele dólar tinha escrito “PARA SELOS”. 
Josh percebeu meu choque e perguntou se tinha contado errado. Falei do dólar e ele disse que aquilo era muito legal. Ponderei sobre e concordei. A ideia do dólar ter voltado pra mim depois de ter andado por tantas mãos me deixou extasiado. 
Corri pra dentro pra contar pra minha mãe, mas minha alegria morreu por que ela estava distraída ao telefone. Esse fato fez minha história parecer incompreensível pra ela, que respondeu apenas que era muito maneiro. 
Frustrado, corri de volta pra fora e disse ao Josh que queria mostrar algo pra ele. No meu quarto, abri a gaveta e tirei as fotos de lá. Comecei com a primeira que havia recebido, mas lá pela décima Josh perdera o interesse. Perguntou se podíamos brincar na trincheira (uma trincheira no fim da rua) antes que a mãe chegasse para buscá-lo, e foi o que fizemos. 
Fizemos uma guerra de lama por um tempo, que era interrompida a toda hora por barulhos estranhos no matagal que ficava perto. Havia guaxinins e gatos de rua lá, mas isso agora fazia muito barulho e tentamos adivinhar o que era, tentando assustar um ao outro. Meu último palpite era uma múmia, mas Josh insistia que era um robô por causa do barulho. Antes de ir, ele virou, sério, e me disse:
-Você ouviu, não ouviu? Parecia um robô. Você também ouviu, né?
Eu tinha ouvido sim. Como parecia “mecânico”, concordei que podia ser um robô. Só agora entendo o que era.
Quando voltamos, a mãe do Josh esperava por ele na mesa da cozinha, junto da minha. Josh falou do robô, nossas mães riram e eles foram pra casa. Eu e minha mãe jantamos, e eu fui dormir.  
Não fiquei muito tempo na cama antes de levantar e decidir que, por causa do que acontecera à tarde, eu ia rever os envelopes, que pareciam muito mais interessantes naquele momento. Peguei o primeiro e pus no chão, a foto desfocada do deserto por cima. Fiz o mesmo com o segundo e a foto do prédio e segui com cada foto, até que formasse uma imagem de mais ou menos quinze por trinta centímetro; me ensinaram a ser cuidadoso com minhas coisas, mesmo que não tivessem muito valor. 
As fotos gradualmente fazia mais sentido. Uma árvore com um pássaro, uma placa de trânsito, fios de energia, pessoas entrando num prédio. Até que vi algo que me acertou tão profundamente que consigo, enquanto escrevo, sentir a mesma vertigem, concentrado num único pensamento:
-Por que estou nessa foto?

Nessa foto de pessoas num prédio, vi eu e mamãe, mãos dadas, bem no início da multidão. Estávamos na beiradinha da foto, mas com certeza era a gente. Meus olhos corriam aquelas fotos e eu ficava cada vez mais nervoso. Era um sentimento muito estranho – não de medo. É aquela sensação de ter entrado numa fria. Não sei porquê, mas achei que tinha feito algo de errado. A sensação piorou depois de analisar com calma cada foto, e cada imagem me acertou mais em cheio. 
Eu estava em todas elas. 
Nenhuma de perto. Nenhuma só minha. Mas eu estava em cada uma delas – no lado, na borda, na parte de trás. Algumas traziam só um pedacinho do meu rosto bem no canto, mas sem exceção, eu sempre aparecia. 
Não soube o que fazer. A mente funciona de maneiras engraçadas quando se é criança, mas havia uma grande parte de mim com medo de levar bronca só pelo fato de ainda estar acordado. Por já estar sentindo que tinha feito muita coisa de errado, decidi esperar até a manhã seguinte

O dia seguinte era folga da minha mãe, e ela passou a maior parte da manhã limpando a casa. Vi televisão, acho, e esperei até o que achei uma boa hora pra mostrar as fotos. Quando ela saiu pra buscar cartas na caixa postal, peguei as fotos e distribuí-as pela mesa, esperando por ela. Quando voltou, já estava abrindo correspondência e jogando alguns anúncios na lata de lixo. 
-Mãe, olha isso aqui rapidinho? Essas fotos-
-Só um minuto, amor. Preciso marcar esses dias no calendário.
Depois de um tempinho, ela voltou e parou atrás de mim, perguntando o que eu queria. Podia ouvi-la mexendo em cartas. Eu só conseguia olhar para as fotos de Polaroids e falar sobre elas. Quanto mais eu explicava, e apontava, os sons de “aham”, “ok”, ficavam mais raros, até ela estar completamente atônita. O próximo som que ouvi dela fez parecer que tentava respirar numa sala onde nenhuma molécula de ar restava. Por fim, seus os sons de engasgue foram cortados pelo barulho de correspondência sendo jogado na mesa. Ela correu pro telefone. 
-Mãe, desculpa! Não tinha reparado! Não fica brava comigo!
Com o ouvido grudado ao telephone, ela andava e corria de um lado pro outro, gritando através da linha. Eu mexia, nervoso, no envelope atirado à mesa, ao lado das minhas fotos de Polaroid. Tinha alguma coisa saindo pra fora do envelope. Ansioso e cheio de dedos, puxei aquilo pra fora. 
Era outra foto. 
Pensei de início que uma das minhas fotos tinha acabado dentro daquele envelope no meio da confusão, mas reparei que nunca tinha visto aquela. Pra minha surpresa, era um close meu. Estava no meio de árvores e rindo. Mas não estava sozinho. Josh também estava lá. Aquilo era a gente, no dia anterior.
Comecei a gritar pela minha mãe, mas ela estava distraída no telefone.
-Tô falando com a polícia, amor.
-Por que?! Me desculpa, eu não quis...
Ela me respondeu de um jeito que nunca havia entendido até lembrar agora desses acontecimentos. Pegou o envelope e a foto com o Josh caiu perto das outras. Ela segurou o envelope bem na minha frente, mas eu só podia encará-la, sem entender nada. A cor fugia de seu rosto. Com lágrimas nos olhos, ela disse que teria de chamar a polícia, por que não havia endereço no envelope.

continua na parte 3...

terça-feira, 24 de junho de 2014

PENPAL - Parte 1 - passos

 Então galera, hoje começarei a postar a primeira serio do blog, ela é um pouco longa e cheia de segredos, por este motivo ela tem 6 partes, espero que gostem e boa leitura.




Esse relato é tão longo, peço desculpas por isso. Nunca tive de contar essa história tão detalhadamente a ponto de conseguir explicá-la por completo, mas asseguro que é verdadeira e aconteceu quando eu tinha uns seis anos de idade.
Num quarto silencioso, se você deita seu ouvido contra o travesseiro, dá pra ouvir a batida de seu coração. Quando criança, essa batida e esse ritmo soavam como passos num carpete. Acordei muitas noites assustado por que, durante aquele período de vigília antes do sono chegar, escutava esses passos e era tragado de volta à consciência, repentinamente.
Durante toda minha infância, vivi com minha mãe numa vizinhança boa que começava a ser desvalorizada. Gradualmente, gente de menor poder aquisitivo começara a se mudar pra lá, incluindo eu e mamãe.
Nossas coisas couberam num único caminhão e a casa, se bobear, era tão pequena que podia ter sido dobrada e transportada junto. Mas mamãe era muito caprichosa e cuidava bem do lugar.
Havia bastante mato ao redor do bairro, e eu desbravava e explorava um pedacinho novo todo dia. Mas, à noite, as coisas lá ficavam um pouco mais sinistras, assustadoras. Isso, aliado ao fato de haver um espaço enorme e inabitado em baixo de nossa casa, fazia minha imaginação infantil viver povoada de monstros e cenas apavorantes, que enchiam minha mente toda vez que ouvia os passos.
Contei a minha mãe sobre os passos e ela disse que eu estava imaginando coisas. Insisti o suficiente até que ela, usando um conta-gotas, pingasse água em meus ouvidos pra tentar aplacar meus nervos. Eu achava que, mantendo os ouvidos abafados, resolveria o problema. Claro que não adiantou. A despeito de tanto medo e desconforto, a única coisa estranha de verdade que já acontecera, era que, às vezes, eu acordava na cama de baixo do beliche, apesar de ter deitado inicialmente na de cima. Só que isso não era assim tão estranho, já que me lembrava, uma vez ou outra, ter acordado no meio da noite pra fazer xixi, ou pegar água, e acabar deitando na cama de baixo por preguiça – sou filho único, então não importava muito onde me deitava. Acontecia uma ou duas vezes por semana. Só que acordar na cama debaixo nem era tão assustador. Até a noite em que eu não acordei na cama debaixo.
Escutei os passos, mas estava cansado demais pra me deixar acordar. Quando enfim acordei, não foi por causa de medo, mas por sentir frio. Muito frio. Quando abri os olhos, vi estrelas. Estava no meio do mato. Sentei na hora e tentei descobrir o que estava acontecendo. Pensei que estava sonhando, mas tudo parecia estranho, principalmente por estar sentado no meio da grama. Vi uma boia de piscina bem em frente de mim – uma em forma de tubarão, o que só contribuiu pra sensação de estar dormindo e sonhando. No entanto, após um tempo, parecia que eu não iria mesmo acordar, por que não estava dormindo. Levantei pra tentar me localizar, só que não reconheci onde estava. Eu brincava perto de casa, nas árvores, o tempo todo e conhecia bem o terreno. Mas essas não eram as mesmas árvores, então como eu poderia sair? Dei um passo a frente e senti uma dor aguda no pé que me derrubou de volta ao chão Pisei num espinho. À luz da lua, pude ver que havia espinhos em todo lugar.
Olhei a sola do pé, que não estava machucada. Aliás, eu não estava pouco machucado. Não havia um arranhão. Nem tanta sujeira em minhas roupas.

Chorei um pouco e me levantei de novo.

Não sabia pra onde ir, então escolhi uma direção aleatória. Resisti ao impulso de gritar por que não estava seguro de que queria ser encontrado por quem quer que estivesse escondido entre as árvores.
Caminhei pelo o que pareceram horas.
Tentei seguir uma linha reta sem me perder, mas era só uma criança com medo. Não escutava uivos ou gritos, mas uma vez escutei um som que me assustou. Parecia um bebê chorando. Penso agora que talvez fosse apenas um gato, mas, na hora, entrei em pânico. Segui por outras direções pra evitar arbustos e árvores caídas. Também prestava bastante atenção por onde pisava – e não por onde ir - pois meus pés já estavam destruídos. Pouco tempo depois de ouvir o choro, vi algo que me encheu de um desespero surdo que nunca senti antes. Era a boia.
Eu estava a poucos metros de onde havia acordado.
Não era mágica, muito menos uma dobra no espaço-tempo. Eu me perdi. Até aquele momento, pensei mais sobre como sair de dentro do mato do que sobre como eu havia chegado lá em primeiro lugar. Mas estar de volta ao ponto de partida virou minha mente de cabeça pra baixo. Será que corri em círculos ao redor daquele lugar, ou, em algum ponto do percurso, dei meia-volta sem perceber? Como poderia sair? Achava que a estrela do norte era a mais brilhante, então procurei por ela. Segui seu brilho.
Uma hora as coisas começaram a parecer familiares, quando vi a “trincheira” – um buraco na terra onde meus amigos e eu brincávamos de guerra de lama – soube que tinha conseguido sair. Estivera caminhando devagar por que meus pés doíam, mas fiquei tão feliz de estar perto de casa que comecei a correr.
Quando finalmente vi o telhado de casa acima de uma casa vizinha um pouco mais baixa, deixei escapulir algumas lágrimas e corri mais rápido. Só queria chegar em casa. Decidira não dizer nada por que simplesmente não sabia o que dizer. De algum jeito, ia entrar de novo, me lavar e voltar pra cama. Meu coração saltitou quando virei a esquina e vi minha casa por inteiro.
Todas as luzes estavam ligadas.
Sabia que mamãe estava acordada, e sabia que teria que me explicar bastante (ao menos tentar) e não fazia nem ideia de como começar. Diminuí o passo, e até ver sua silhueta por trás das cortinas estava preocupado com o que dizer a ela. Subi os degraus até a entrada e pus as mãos na maçaneta. Antes mesmo de conseguir abrir a porta, braços me agarraram por trás. Gritei tão alto quanto pude. -Mãe! ME AJUDA, POR FAVOR!
A sensação de ser fisicamente arrancado de um momento de alívio gerou correntes de pavor pelo meu corpo que ainda hoje, após tantos anos, são indescritíveis.
A porta de onde me arrancaram foi aberta, e uma ponta de esperança surgiu no meu peito. Mas quem abriu não era minha mãe.
Era um homem enorme. Esperneei e chutei os pontos fracos de quem me segurava enquanto tentava também fugir da figura que se aproximava. Estava com medo, sim, mas também furioso.
-ME DEIXA! CADÊ MINHA MÃE? QUE QUE VOCÊS FIZERAM COM ELA?
Minha garganta doía de tanto gritar. Tentei recuperar o fôlego. Percebi uma voz que não tinha ouvido antes.
-Amor, por favor, se acalma. Sou eu.
Era a voz da minha mãe. O aperto ao meu redor afrouxou e pude ver as roupas dos homens. Eram policiais. Me virei pra encarar o sujeito atrás de mim e vi que quem me agarrara havia sido minha mãe.
Tudo estava bem. Comecei a chorar, e nós três finalmente entramos.
-Estou tão feliz de ver você em casa, amor. Fiquei preocupada de nunca mais te ver – Agora, ela também chorava.
-Me perdoa, eu não sei o que aconteceu. Só queria vir pra casa de novo...
-Tudo bem, só não faça isso de novo. Nunca mais. Não sei aguentaria outros chutes seus...
Uma risada atravessou meu choro, e consegui sorrir.
-Me desculpa por ter chutar, mas por que você me assustou desse jeito?
-Fiquei com medo de você correr de novo.
-Como assim?
-Achamos seu bilhete no travesseiro. – Ela disse, apontando um pedacinho de papel que um dos policiais acabara de me entregar.
Peguei o bilhete e li. Era um bilhete de adeus. Dizia que eu estava infeliz e que nunca mais queria ver ela ou meus amigos e novo. Os policiais trocaram algumas palavras com a minha mãe na varanda, enquanto eu encarava o papel. Não lembrava de ter escrito nada. Não lembrava de nada que havia acontecido. Mas mesmo que eu não lembrasse de me levantar pra ir ao banheiro às vezes, ou de ter ido sozinho pro meio do mato, mesmo que nada disso tenha sido verdade, tudo que sabia era
-Não é assim que se escreve meu nome.... Eu não escrevi essa carta…

continua na parte 2.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Hellsing

Olá galerinha do mal, então.
hellsing creepysterror
Hoje farei uma postagem sobre o anime Hellsing, que na minha opinião, é um anime que vale muito a pena assistir. "Aaaaaa mas por quê?".
 A história do anime é simplesmente fantástica, a trama se passa em Londres nos dias atuais, onde a organização Hellsing fundada já a 100 anos (não, não é um personagem) para qual o personagem principal da trama (fodasticamente cheio de atitudes e personalidade) Alucard (sacô?? Alucard...Dracula) "trabalha", ou serve, isso você decide assistindo o anime, cheio de emoções(e mensagens satânicas) o anime traz um novo sentido ao termo "zumbi" que no anime são chamados de Guls.
 Separei dois AMVs do anime ao som de Skrillex pra incrementar a emoção, sejam felizes

ao som de first of the year:


e Kill everybody:

Hellsing dublado episodios online

domingo, 22 de junho de 2014

Eyeless Jack (100% ZOADA)

Eu estou aqui para dizer a vocês sobre uma experiência que tive.aaavvvvvvvaaaa serioooo num brinca! Eu não sei se era paranormal ou que palavras usar para descrever fenômenos sobrenaturais, mas depois que a "coisa" o kid bengala me visitou, eu acredito que ele exista. ummm safadinhoo.

 
Uma semana depois fui morar com meu irmão, Edwin, depois da minha casa ter sido fechada. Edwin gostou da ideia de eu me mudar, incesto  uma vez que não tinha visto o outro depois de 10 anos, então eu estava animado, também. Eu logo adormeci depois que me mudei.esse trecho fez tanto sentido


Depois que uma semana, ouvi barulhos e farfalhares vindo de fora Eyeless se masturbando . Era cerca de uma hora da manhã. Eu pensei que era um guaxinim, então ignorei e tornei a adormecer. Na manhã seguinte, disse a Edwin sobre isso, e ele concordou. Na noite seguinte, no entanto, eu acho que ouvi minha abertura de janela e um estrondo era o papai noel entrando, como se alguma coisa tivesse entrado no meu quarto. Corri e olhei em volta do meu quarto, mas eu não vi nada. Na manhã seguinte, Edwin largou sua xícara de café quando ele me viu. Ele ergueu um espelho que estava por perto e eu me vi. Eu tinha um enorme corte na minha bochecha esquerda.penis furadeira

Depois que eu fui levado para o hospital, meu médico me disse que eu devo ter sido vítima de sonambulismo ou abdução , mas então ele me mostrou algo que fez o meu sangue esfriar.ummmm Ele levantou minha camisa tô falando... para revelar uma incisão costurada onde meus rins estavam ata ele é hetero. Meus olhos estavam arregalados. "Você de alguma forma perdeu seu rim esquerdo na noite passada eittaaa porraaa. Nós não sabemos como.." meu médico me disse nãoo achei que ele tivesse mandado sinal de fumaça.

A noite seguinte foi tensa. Cerca de meia-noite, eu acordei para ver uma visão verdadeiramente horrível. Eu estava olhando cara a cara com uma criatura com um capuz preto e máscara azul- escuro,era um Smurf do mal sem nariz e sem boca, olhando para mim Eyeless não tem olhos e estava olhando para ele.... A única coisa que mais me assustou foi que não tinha olhos puta que pariu, tu é burro hein muleque. Apenas órbitas negras e vazias. A criatura também tinha alguma substância negra pingando dele era petróleo. Peguei uma câmera nas proximidades e tirei uma foto aaaaaaa cê tá me zoando né, logico primeira coisa que você faz. Após a imagem pose pra foto, a criatura pulou em mim e tentou abrir meu peito, com sua garra sei, para chegar aos meus pulmões. Eu parei chutando-o no rosto perna elástica. Corri para fora do meu quarto, peguei minha carteira pro dinheiro pro taxy. Eu preciso de dinheiro. Corri para fora de casa do meu irmão para a rua. Finalmente acabei em uma floresta perto da casa de Edwin e tropecei em uma pedra.

Eu caí inconsciente e acordei no hospital. O meu médico entrou no quarto, o mesmo que me tratou antes. "Eu tenho uma boa notícia e uma má notícia, Mitch." meu médico começou. "A boa notícia é que você teve ferimentos leves, e seus pais vão buscá-lo." Eu suspirei de alívio. "A má notícia é que seu irmão foi morto por alguma...coisa kid bengala esteve aqui. Sinto muito."
Meus pais me levaram de volta para a casa de Edwin para recolher os meus pertences restantes. Ao entrar no meu quarto, eu estava com medo, mas mantive a calma. Peguei minha câmera pra foto do face. No corredor que leva para o meu quarto, eu vi o corpo de Edwin claro não tinham removido ainda e algo pequeno deitado ao lado dele. Eu peguei a coisa pequena e entrei no carro do meu pai, não mencionando o cadáver de Edwin. Olhei para a coisa que tinha pego e quase vomitei. Eu estava segurando meu rim meio comido, uuuuu se fosse só o rim com alguma substância negra sobre ele PETROLEOOOOOOOO!. A mesma substância que vi na criatura que vi no meu quarto. 

E aqui a foto pro face do Eyeless lagrimas de petróleo:  




Creepypasta original