segunda-feira, 1 de setembro de 2014

doce obsessão



Foi isso que aconteceu.  Nada pode mudar oque eu vi. Lá estava ele em todo o seu esplendor, o cabelo loiro caía sobre os ombros, mesmo tendo sido aparado a pouco tempo... seus olhos,  estavam totalmente negros.  Mas eu não sentia medo, ele era o cara dos meus sonhos, daqueles que dão um frio na barriga ou um tremor na pele. E agora, mesmo parecendo totalmente macabro,  eu ainda o amava. 

Ele vestia a roupa que sempre usava, uma camisa simples de algodão e uma calça jeans que lhe caía perfeitamente no corpo. Algo me disse que eu tinha que sair dali, que a situação era preocupante. Meu instinto me forçou a sair. Mesmo o amando ainda consegui notar que havia algo de muito errado nele. 

Saí aos poucos, na ponta dos pés, para não atrai-lo. Ele pareceu não notar os meus movimentos. Peguei meu carro.  Meus dedos tremiam incontrolavelmente enquanto girava a ignição do carro. 

Respirei fundo,  onde estavam as chaves de minha casa? Felizmente eu não havia as esquecido naquele maldito lugar. Elas estavam caídas em cima do carpete do carro. Abri a porta. Um copo de água já me aguardava ao lado da cama.  Peguei uma colher de açúcar e misturei a água, eu precisava seriamente me acalmar. Eu falhei. Já não conseguia mais segurar as lágrimas, que agora pairavam quase secas em cima do lençol azul e sem-graça da minha cama. Ouço batidas na porta. Quando olho pelo olho-mágico fico aliviada, Kate havia chegado.  

Contei a ela toda a dolorosa história daquele dia, cheguei a pensar que ela não estava prestando atenção, pois estava com o olhar fixo no sangue já seco em minhas mãos. Ela atende o telefone, levando as mãos ao bocal, para abafar o som.  Quando desligou, ela estava mais em choque do que eu. Ela disse que só ouviu as seguintes 15 palavras: "Estou indo ver o meu amor, melhor sair daí senão também vai participar do show". Kate foi embora. E nessas horas que se descobrem quem são os amigos. Mais um gole no copo. As luzes da casa se apagam. Desesperada,  tentei usar o meu celular para ligar para alguém, o que como você já deve saber, deu errado.

A porta range. Alguém a esta abrindo. Eu corro para o espaço que fica em cima da lareira e me encolho la por alguns minutos até ouvir os passos vindo em direção a mim.  Uma voz masculina diz: "Lucy, seu cheiro e totalmente reconhecível para mim.  Acabou.  Você vai sair daí ou vou ter que ir te buscar?" Eu acabo saindo. Maldito perfume.  Ele não tinha nenhuma faca ou outra arma por perto, pelo menos não em minha visão periférica. "Vamos?" ele diz, um sorriso demoníaco toma conta de seu rosto. Engulo em seco, a minha única opção seria seguir ele. Comecei a chorar baixinho. 

Ele me levou pro mesmo porão em que eu o estava observando um pouco mais cedo. O corpo de sua irmã não estava mais ali.  Apenas os seus órgãos , em vários potes organizados em ordem alfabética.

"Sente-se", ele sussurra em meu ouvido. Elliot, por favor... por que? - "você sabe Lucy. A regra é, sem testemunhas, e acredite,  e mesmo uma pena ter que fazer isso com você."  Mas e a...? Ele respondeu a pergunta mesmo antes de eu terminar. Abriu abruptamente o armário de metal que estava atrás dele.  O corpo de Kate caiu aos meus pés. Seu abdômen estava com um grande corte em V, no lugar onde os órgãos deveriam estar. Aí meu deus,  por favor elliot, eu te imploro... -"Você acha que eu seria tão monótono a ponto de fazer a mesma coisa com você?"  Ele riu - "Eu quero brincar com você, querida, quero prolongar seu sofrimento".

Ele passou a faca, levemente pelo meu pescoço, minha garganta se retraiu. - "E quanto ao que você falou sobre deus, acho que você me falou claramente umas 6 vezes que tinha orgulho de ser ateia." - o que era totalmente verdade. Senti um cheiro forte em meu nariz. E, quando acordei estava em um tipo de cela. 

Olhei em volta. Uma loira de no máximo 18 anos chorava incontrolavelmente no canto esquerdo daquele lugar. Respirei fundo. Eu até me sentia bem, oque durou por míseros 7 segundos. Uma dor lancinante vinha do meu quadril. Olhei pra baixo. Havia um buraco lá, que havia sido costurado sem muito sucesso os pontos praticamente se soltavam. Me arrastei até a moça loira. - "Qual é o seu nome?" - "Julieta." -a voz dela saia mais como um sussurro forçado, do que uma fala normal.- "Você sabe onde estamos?" Ela balançou a cabeça negativamente. Sua situação estava bem mais critica do que a minha. 

Seu rosto tinha deformidades, sua barriga tinha vários cortes e cicatrizes. Ela parecia estar lá há muito mais tempo do que eu. - Ele te trouxe aqui? - "sim. Acho que já fazem 3 meses. Eu havia conhecido ele pela internet. Achei ele muito legal. E combinei de nos encontrarmos no parque. Depois só me lembro de acordar aqui, ficando cada dia mais abatida e deformada." - "porque ele não me mata logo?" Ela começou a chorar ainda mais alto.

Eu odeio esse lugar. Elliot apareceu e ,gritou, parecendo animado, - "Vamos, levantem, as duas, quero fazer um transplante hoje." Eu me levantei com demasiada dificuldade, ajudando Julieta logo depois. 

Sentamos as duas na mesa. Logo o cheiro adentrou em meu nariz, novamente, acordei mais uma vez naquela cela. Tudo estava igual, exceto um grande espelho com moldura dourada, que estava pendurado no canto inferior da sala, aonde estava julieta no dia anterior. (Ela. Estava dormindo ainda, só que agora estava mais a direita )

Me levantei bem devagar, respirei fundo e abri os olhos. Fiquei em choque. Aqueles não eram meus lábios. Não era o meu nariz. Não eram os meus olhos. Meu rosto estava encharcado de sangue. E estava totalmente torto. Fiquei severamente perplexa...

Comecei a chorar. O que eu havia feito para sofrer aquilo? eu nunca matei, nunca roubei, nunca machuquei ninguém! Quando Julieta acordou vi seu rosto (quase igual ao meu) refletido nela. Diferente do meu , o dela parecia totalmente simétrico. Fiquei com raiva, é claro, porque parecera que Elliot fizera aquilo de propósito... Ele falou que eu iria sofrer. Mas eu tinha uma dúvida peculiar quanto a ele. Ele começou a me torturar pois eu vi ele matando a irmã dele. E ele era totalmente parcial quanto a isso, ninguém podia discordar. então porque ele prendera Julieta? devia haver um motivo muito forte por trás disso...

Respirei fundo, e perguntei para ela o que eu acabei de citar. Ela parecia ter ficado numa mistura de confusa, perplexa, assustada, com medo e vontade de chorar, se é que alguém pode ter todas essas emoções juntas. Ela respondeu, baixinho: "caleb." Agora eu estava confusa... - "Quem é caleb?", ela respondeu imediatamente: - "Meu irmão... quando eu fui encontrar Elliot, meu irmão estava com um pressentimento ruim quanto a isso..." ela parou de falar por mais ou menos um minuto, suspirou e continuou: "Quando eu desapareci, 3 dias depois, mas lembre-se nesses 3 dias eu estava aqui de bom grado, Caleb apareceu... Ele surtou. E começou a bater no Elliot. Eu não entendi, pelo menos não naquele instante. até que 7 dias depois, Elliot me colocou aqui dentro, com o corpo de meu irmão se deteriorando naquele canto" - ela apontou para o canto da esquerda - "Elliot tirou o corpo de lá, na manhã do dia em que você chegou. Mas alguns dias antes eu havia achado isso, dentro da mochila dele..." - ela tirou um recorte de jornal, de dentro do seu jeans surrado e cheio de manchas: "Protejam suas famílias! assassino em série está agindo em Rexburg!" Hoje de manhã, uma vítima que conseguiu escapar, deu seu testemunho. Ela não quis se identificar, por sua própria segurança. Cuidado, é o principal que eu tenho a dizer. ele e totalmente insano . para terem uma descrição melhor tenho uma foto a seguir *uma foto de Elliot, que, mesmo de costas e totalmente reconhecivel* ele faz experimentos e várias coisas piores ainda com qualquer testemunha de seus atos, ou que se meta em seu caminho.foi a pior coisa que já me aconteceu. desculpem pela qualidade da foto. foi tudo muito rapido." - "Eu fui tão idiota! porque eu fui defender aquele idiota do Elliot!! quando meu irmão inocente,sofreu isso por mim... ele tentou me avisar, só eu não notei." - Eu a consolei,ela não parava de soluçar. - Você não teve culpa... só passou despercebido, porque você ainda é muito ingênua , July... - ele costumava me chamar assim... - ela pareceu se acalmar um pouco, pela lembrança do irmão. - "O importante agora é pensarmos juntas... se essa menina conseguiu escapar nós duas também conseguiremos..." - "É quase impossivel lucy... "-" Nada é impossível..." - pela contagem que conseguiram fazer, elliot deixou as duas em paz pelo periodo de 34 dias, claro que não as deixou a morrer. Todo dia de manhã , quando acordavam, tinha um montículo de comida e uma jarra de agua as esperando na porta da cela. mas lembre-se, apenas 34 dias. No trigésimo quarto dia, quando pensamos em,"Paz", ele apareceu. 

Com uma surpresa um tanto desagrádavel para lucy. - "Feliz aniversário july!" - ela se sentou, confusa - hoje não é meu aniversário seu idiota. - "Olha a mal criação" - ele riu - "Só falei isso porque você esta liberada! pode ir embora." - ele parecia totalmente sério. e abriu a porta da cela. depois de Julieta sair, eu tentei passar, o que fez eu ganhar uma baita cicatriz na testa pois ele fechou a porta na minha cara. - mas.. eu não posso ir?? ele fez um sinal negativo com a mão. - mas.. julieta, você vai me deixar aqui? eu estava totalmente desnorteada e magoada. parecia que ela ia começar a chorar, mas acabou saindo mesmo assim. eu passei o resto do dia chorando.

A liberdade, deve te-la feito me abandonar... mas pensei que nós eramos amigas! e amigas não fazem isso... passei dias pensando nisso. e eu até tive meus próprios 34 dias de ¨paz¨... ai quando eu pensei que eu também ia ser libertada , Elliot chegou com outro tipo de surpresa. Ele começou a comer ,todos os orgãos que já tinha tirado de outras garotas, na minha frente. Ele tinha um aparelho , que me obrigava a ficar com os olhos abertos, e quando eu tentava fechar sentia dor.

Mesmo que aquilo acontecesse todos os dias não deixava de ser totalmente macabro e assustador, algo que me embrulhava o estomago, pois sempre pensava; eu vou ser a próxima. Ele vai se cansar disso e vai fazer algo brutalmente pior comigo... e alem disso, achei o que ele fazia uma tremenda besteira, pois ele podia vender os orgãos no mercado negro (não que eu fosse a favor disso) e ganhar muito dinheiro, mas ele parecia fazer aquilo por mero prazer e possessividade pelos mais fracos, ou melhor pelas mais fracas. 

Um dia , ele me contara, que havia matado 34 mulheres em Rexburg, sem nenhuma falha. Sem nenhuma escapar. (ou seja ele era um tremendo mentiroso pois , aquela mulher que estava citada no jornal havia de fato escapado) mas quanto as outras 33 eu não tinha dúvida nenhuma. ele matava porque achava divertido. E, é bom lembrar, ele não tinha nenhum problema psicosocial, ou algo parecido, estava totalmente são de seus atos. 

Então alguns dias depois ele parou com a já citada carnificina com os orgãos. Ele já tinha algo pior em mente. Ele havia decidido fazer um sacrificio com o meu corpo, ou seja, seria algo bem pior do que asfixia, ou afogamento. 

Eu sabia disso porque, um dia antes do acontecido ele havia me explicado, com detalhes o que ele queria fazer. Algo como amarrar numa pedra de mármore, pregar alguma coisa nas mãos e pés para eu não me soltar, depois fazer várias coisas totalmente "normais" como esquartejar, decapitar ou com as proprias palavras dele soltar a criatividade. Eu não estava com medo, desde a primeira vez que pisei naquele lugar eu sabia que isso ia acontecer.

No fatídico dia, eu já estava ali, preparada, ele chegou na porta da cela e bateu na grade, para eu acordar. Levantei, mesmo fingindo por fora que estava sem medo, por dentro eu chorava, esperneava, e me desculpava, mesmo tentando enganar a mim mesma. Ele me levou até o altar. Tinha velas, cranios, e outras coisas ainda mais bizarras. ele me amarrou. Não consegui segurar, eu comecei a chorar. mesmo não querendo implorar misericordia a ele eu fiz isso. o que só o deixou com ainda mais sede de sangue. 

Eu senti a primeira estaca atravessar a minha camada de pele/musculos/nervos e ossos até chegar ao mármore frio la em baixo. A dor era quase insuportavel. Quando eu senti que as quatro estacas já estavam firmes, eu perdi os sentidos, por questão de segundos. E depois desses segundos eu nunca pude estar mais feliz... Julieta pairava em minha frente. um machado cheio de sangue em sua mão direita. o corpo de Elliot, já morto, estava ali, ao lado, Julieta com muito esforço conseguiu me tirar de perto das estacas, e ligou pro pronto-socorro. logo tudo estava bem. até que 3 meses depois, quando eu e Julieta estavamos lanchando em um restaurante perto de minha casa, encontramos em cima do saleiro, um bilhete, em que estava escrito: "Eu não morri , vadias. eu sei onde vocês estão. não tentem se esconder. esse jogo é meu".

Autora: Geovanna Lovegood

Notas da autora: "Eu pretendo escrever na parte 2 o passado da Lucy, e como a Julieta ficou sabendo do dia do sacrifício e tal" Segunda as palavras da própria autora, parece que haverá uma parte 2 minha gente, esperem ansiosos!.

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